Conheça as regras da UEFA para o «fair play» financeiro
Por Rogério Azevedo
Em 2013/14, qualquer clube profissional da Europa que tenha gasto mais do que recebeu na época desportiva anterior ficará fora das provas europeias ou, se não se tiver classificado para a Liga dos Campeões ou para a Liga Europa, sofrerá multas pesadas da UEFA.
Dentro de três anos, precisamente na tal temporada de 2013/14, entrará em vigor o chamado fair play financeiro, conjunto de regras cuja meta é garantir a saúde financeira dos clubes europeus e tornar o futebol viável a longo prazo.
O controlo das contas será feito através de uma auditoria e o não cumprimento dessas regras fará com que os clubes em falta sofram punições severas.
Para a fiscalização e monitorização destas medidas, avaliando a documentação submetida pelo órgão licenciador e, se necessário, requisitando informação adicional, a UEFA contará com um órgão independente, presidido pelo antigo primeiro-ministro da Bélgica (entre 1992 e 1999) e actual deputado europeu, Jean-Luc Dehaene: o Painel de Controlo Financeiro de Clubes.
As principais regras
E quais são, em síntese, as principais regras que este órgão terá de fiscalizar para implementar o tal fair play financeiro?
1 - Impedir que os clubes gastem mais do que o total de receitas geradas, através de fiscalização e aconselhamento financeiro a clubes que apresentem resultados operacionais negativos de forma repetida;
2 - Controlar os valores pagos a jogadores em salários e transferências, através de fiscalização e aconselhamento;
3-Controlar os níveis de endividamento dos clubes através de indicações e aconselhamento, para que possam apresentar um desenvolvimento financeiro sustentável;
4 - Limitar o número de jogadores em cada plantel, contribuindo dessa forma para reduzir custos, nomeadamente em salários e transferências.
A implementação deste conjunto de regras será faseada durante três anos: 2010, 2011 e 2012.
[Portugal:Três grandes falhariam dez apuramentos]
in A BOLA
Este (potencial?) novo cenário pode ser revolucionário para o futebol português, em geral, e também para o Braga como clube (SAD) que sistematicamente é deficitário em termos operacionais, apesar de pontualmente se permitir retirar resultados positivos da sua actividade global, via transferências. Na prática, é esse o modelo de praticamente todos os clubes portugueses.
Se este equilíbrio financeiro excluir as verbas resultantes das transferências, estou certo de que o futebol português regredirá imenso - pelo menos no curto prazo. Parece-me uma decisão errada da UEFA. Se a ideia é impedir que surjam "cometas" como o Chelsea e o Manchester City, clubes que se permitem acumular perdas sobre perdas monstruosas porque dispõem de "sacos de dinheiro sem fundo", é estúpido dificultar ainda mais a vida aqueles que formam (ou descobrem) novos atletas e graças a isso podem estar mais perto dos maiores clubes. Há que destrinçar as situações, sob pena de termos um futebol onde os grandes clubes (i.e., os que mais facturam na sua actividade corrente) passarem a dominar a bel-prazer o futebol internacional, sem que haja um mecanismo que permita a aproximação daqueles que geram menos recursos. Se as regras de equilíbrio financeiro excluírem as verbas de transferências o futebol português (e nós, por arrastamento) sofrerá um golpe mortal.
Pedro que te leva a dizer que não inclui o pagamento das transferências? Não me parece isso de todo, aliás não vejo lógica nenhuma nisso, num clube isso são despesas correntes não extraordinárias a meu ver, fazem parte do normal funcionamento dos clubes.
Esta medida só ia ajudar clubes como o Braga que tem desde que o Salvador lá está só deu, salvo erro, 2 vezes prejuízo.
Os "3 grandes" dão quase sempre prejuízo assim como a maior parte dos pequenos, mas esta medida ia permitir que se ajustasse o futebol para os valores que deve ter, não as fortunas de hoje que não fazem sentido.
Quote from: 1 on 18 de October de 2010, 14:46
Pedro que te leva a dizer que não inclui o pagamento das transferências? Não me parece isso de todo, aliás não vejo lógica nenhuma nisso, num clube isso são despesas correntes não extraordinárias a meu ver, fazem parte do normal funcionamento dos clubes.
Esta medida só ia ajudar clubes como o Braga que tem desde que o Salvador lá está só deu, salvo erro, 2 vezes prejuízo.
Os "3 grandes" dão quase sempre prejuízo assim como a maior parte dos pequenos, mas esta medida ia permitir que se ajustasse o futebol para os valores que deve ter, não as fortunas de hoje que não fazem sentido.
Sim, eu quando li a notícia também fiquei com a ideia que esta medida iria ser boa para nós! Irá prejudicar, isso sim, os clubes que fazem investimentos megalómanos ano após ano, e em Portugal temos assistido a isso nos últimos defesos... em tempo de crise!
Quote from: 1 on 18 de October de 2010, 14:46
Pedro que te leva a dizer que não inclui o pagamento das transferências? Não me parece isso de todo, aliás não vejo lógica nenhuma nisso, num clube isso são despesas correntes não extraordinárias a meu ver, fazem parte do normal funcionamento dos clubes.
Não sei se é assim. Depende do critério que for estabelecido pela FIFA.
No nosso relatório e contas 2009/2010, as mais-valias de transferências são integradas nos resultados extraordinários e não nos resultados operacionais.
De qualquer forma, mesmo que as verbas de transferências sejam incluídas nos critérios da FIFA, não acho correcto estabelecer a obrigatoriedade de um clube/SAD apresentar resultados positivos ano após ano. Penso que faria mais sentido, estabelecer um critério que exigisse que considerando um período de 2-3-4 épocas os resultados combinados de todas as épocas resultassem num saldo positivo. Isso permitiria, por exemplo, que um clube pudesse gerir um ciclo de forma mais tranquila, sem ter de vender sob pressão e ao desbarato os seus melhores atletas todas as temporadas. Mesmo assim, isso obrigaria a mais disciplina. Por exemplo, supondo que a FIFA pudesse estabelecer que no conjunto de três temporadas cada clube/SAD devesse apresentar um resultado combinado positivo, à nossa SAD não seria permitido fazer o que fez nas últimas três épocas: o saldo positivo da última não é suficiente para compensar as perdas registadas nas duas anteriores (embora por uma margem relativamente pequena, um pouco menos de 1,5 milhões de euros). Pior ainda se houver a obrigatoriedade de gerar saldos positivos ano a ano...
Veremos como as coisas se concretizam...
Quote from: Pedro Ribeiro on 18 de October de 2010, 15:22
Quote from: 1 on 18 de October de 2010, 14:46
Pedro que te leva a dizer que não inclui o pagamento das transferências? Não me parece isso de todo, aliás não vejo lógica nenhuma nisso, num clube isso são despesas correntes não extraordinárias a meu ver, fazem parte do normal funcionamento dos clubes.
Não sei se é assim. Depende do critério que for estabelecido pela FIFA.
No nosso relatório e contas 2009/2010, as mais-valias de transferências são integradas nos resultados extraordinários e não nos resultados operacionais.
De qualquer forma, mesmo que as verbas de transferências sejam incluídas nos critérios da FIFA, não acho correcto estabelecer a obrigatoriedade de um clube/SAD apresentar resultados positivos ano após ano. Penso que faria mais sentido, estabelecer um critério que exigisse que considerando um período de 2-3-4 épocas os resultados combinados de todas as épocas resultassem num saldo positivo. Isso permitiria, por exemplo, que um clube pudesse gerir um ciclo de forma mais tranquila, sem ter de vender sob pressão e ao desbarato os seus melhores atletas todas as temporadas. Mesmo assim, isso obrigaria a mais disciplina. Por exemplo, supondo que a FIFA pudesse estabelecer que no conjunto de três temporadas cada clube/SAD devesse apresentar um resultado combinado positivo, à nossa SAD não seria permitido fazer o que fez nas últimas três épocas: o saldo positivo da última não é suficiente para compensar as perdas registadas nas duas anteriores (embora por uma margem relativamente pequena, um pouco menos de 1,5 milhões de euros). Pior ainda se houver a obrigatoriedade de gerar saldos positivos ano a ano...
Veremos como as coisas se concretizam...
Realmente não vale a pena especular.. vamos ver se isto vai para a frente. Normalmente os grandes interesses económicos e dos grandes clubes prevalecem.
Quote from: Pedro Ribeiro on 18 de October de 2010, 12:58
Conheça as regras da UEFA para o «fair play» financeiro
1 - Impedir que os clubes gastem mais do que o total de receitas geradas, através de fiscalização e aconselhamento financeiro a clubes que apresentem resultados operacionais negativos de forma repetida;
in A BOLA
Há aqui um erro interpretação. A regra diz "Impedir que os clubes gastem mais do que o total de receitas geradas", ou seja, não interessa de onde vêm as receitas, desde que sejam receitas geradas pelo clube e não dinheiro injectado como se vê nos gigantes europeus, depois diz "aconselhamento financeiro a clubes que apresentem resultados operacionais negativos de forma repetida", ou seja, vai ser preciso apresentar ano após ano resultados negativos.
Por exemplo, a época passada apresentamos um resultado positivo de 3 milhões de euros, para este ano o resultado é positivo em pelo menos 2.6 milhões de euros. Como se podem lembrar nós que temos apresentado resultados positivos exceptuando uma ou outra época não iremos ter problemas.
Espero que isto vá para a frente pois clubes como o Man City, Chelsea, Real, Barça, Shaktar, etc, apresentam todos os anos resultados negativos na ordem da dezenas de milhões. Mas sinceramente também dúvido que vá em frente esta regra pois o poderio desses clubes é muito grande.
Se não estou em erro, no campeonato alemão existem umas regras muito parecidas a estas. Poucos são os clubes do campeonato alemão que têm dividas, caso as tenham sofrem fortes sanções.
Eu concordo com este tipo de gestão, para não haver clubes como o Man. City, chelsea, etc, mas também para não aparecerem casos como o do Leeds, Boavista e pouco faltou para acontecer o mesmo ao Liverpool.
Não sei até que ponto isto vai avançar, mexe com o topo dos clubes europeus e com muitos interesses, empresários, grupos de investimento.
Eu concordo com o conceito e com a generalidade das medidas. Não posso andar a proclamar aos 7 ventos que o clube anda a gastar em demasia e depois vendo medidas de austeridade sacudir agua do capote...
Quote from: Ramiro Lopes on 19 de October de 2010, 08:25
Eu concordo com o conceito e com a generalidade das medidas. Não posso andar a proclamar aos 7 ventos que o clube anda a gastar em demasia e depois vendo medidas de austeridade sacudir agua do capote...
Eu concordo com estas regras se o critério de análise incluir as receitas de transferências. Se não incluir (como a notícia d'A BOLA parece indiciar), é a sentença de morte para os países exportadores de talento (como o nosso). Por exemplo, a nós, obrigar-nos-ia a reduzir custos de cerca de 18 milhões para valores talvez à volta de 7-8 milhões (e com tendência a haver deterioração).* E, cada um ao seu nível, o mesmo se passaria com a generalidade dos clube portugueses, obrigados a cortes brutais nos seus custos.
Esta medida beneficiaria os grandes clubes tradicionais, dos países do primeiro plano do futebol europeu, sobretudo ingleses. A pretexto de evitar os cometas Chelsea, Manchester City, Shakhtar e quejandos, arrumar-se-ia com o futebol de países exportadores, como o nosso. Porque, que ninguém duvide, obrigado a viver sem transferências, o nosso futebol regrediria décadas: perderia nível e mesmo internamente os desequilíbrios agudizar-se-iam...
* Uma coisa é achar que um prejuízo operacional sistemático de 8 milhões de euros, para a nossa realidade, é exagerado - porque acarreta alguns riscos; outra diferente é achar que as contas devem estar sempre equilibradas em termos operacionais. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Acumular um prejuízo operacional de à volta de 3-4 milhões, nas actuais circunstâncias, é aceitável
porque parece-me possível cobri-lo com recurso ao mercado de transferências, sem riscos exagerados.
Não vejo onde na noticia seja dito que nao é possivel usar as receitas de tranferencias para obter resultados operacionais positivos.
Quote from: Ramiro Lopes on 19 de October de 2010, 10:48
Não vejo onde na noticia seja dito que nao é possivel usar as receitas de tranferencias para obter resultados operacionais positivos.
QuoteImpedir que os clubes gastem mais do que o total de receitas geradas, através de fiscalização e aconselhamento financeiro a clubes que apresentem resultados operacionais negativos de forma repetida
Resta saber se estes critérios estão já perfeitamente definidos porque terá de haver uma qualquer harmonização, já que diferentes países trabalharão com diferentes critérios contabilísticos...
Quote from: Pedro Ribeiro on 19 de October de 2010, 10:51
Quote from: Ramiro Lopes on 19 de October de 2010, 10:48
Não vejo onde na noticia seja dito que nao é possivel usar as receitas de tranferencias para obter resultados operacionais positivos.
QuoteImpedir que os clubes gastem mais do que o total de receitas geradas, através de fiscalização e aconselhamento financeiro a clubes que apresentem resultados operacionais negativos de forma repetida
Economia nao é a minha area, continuo na mesma! ;D
Quote from: Ramiro Lopes on 19 de October de 2010, 10:56
Quote from: Pedro Ribeiro on 19 de October de 2010, 10:51
Quote from: Ramiro Lopes on 19 de October de 2010, 10:48
Não vejo onde na noticia seja dito que nao é possivel usar as receitas de tranferencias para obter resultados operacionais positivos.
QuoteImpedir que os clubes gastem mais do que o total de receitas geradas, através de fiscalização e aconselhamento financeiro a clubes que apresentem resultados operacionais negativos de forma repetida
Economia nao é a minha area, continuo na mesma! ;D
É uma questão que teoricamente pode ser debatida se os resultados de transferências devem ou não ser considerados como fruto da actividade
operacional (se quiseres, "normal") dos clubes/SAD ou não. Tanto quanto sei (e eu tenho alguma formação em contabilidade mas estou há muito afastado das lides), não tem sido esse o entendimento habitual - e tanto é assim que o nosso relatório e contas 2009/2010 integra as mais-valias das transferências realizadas nos resultados
extraordinários.
São esses critérios que é necessário clarificar. De outra forma, não considerando as transferências nos critérios de "fair play" financeiro, repito, estas regras serão uma sentença de morte para os países exportadores de talento...
Esta notícia vem apenas beneficiar o Braga e os mais pequenos e prejudicar e muitos os 3 grandes... Os clubes não vão deixar de comprar jogadores, vão fazê-lo! Vão é comprar tantos por menos dinheiro, assim em vez de comprarem um Di Maria ao Benfica, o Real ia ao mercado brasileiro (por exemplo) e trazia 1 jogador para a mesma posição mas que custasse apenas 5 milhões de euros...
Os clubes ingleses, italianos e espanhóis vão deixar de transaccionar entre si porque comprar lá é muito caro e vêem a Portugal contratar bem mais barato, simples... ;) O Braga deixaria de vender João Pereiras e Evaldos a Sportings mas passaria a vendê-los a Totenhams etc...
Os 3 grandes é que deixariam de vender jogadores por 20 ou 30 milhões mas o Braga iria continuar a vender jogadores por 3/4 milhões de euros ;)
Ainda assim precisamos fortalecer as nossas camadas jovens e a nossa rede de olheiros apenas por prevenção...
Quote from: Pedro Ribeiro on 19 de October de 2010, 11:04
Quote from: Ramiro Lopes on 19 de October de 2010, 10:56
Quote from: Pedro Ribeiro on 19 de October de 2010, 10:51
Quote from: Ramiro Lopes on 19 de October de 2010, 10:48
Não vejo onde na noticia seja dito que nao é possivel usar as receitas de tranferencias para obter resultados operacionais positivos.
QuoteImpedir que os clubes gastem mais do que o total de receitas geradas, através de fiscalização e aconselhamento financeiro a clubes que apresentem resultados operacionais negativos de forma repetida
Economia nao é a minha area, continuo na mesma! ;D
É uma questão que teoricamente pode ser debatida se os resultados de transferências devem ou não ser considerados como fruto da actividade operacional (se quiseres, "normal") dos clubes/SAD ou não. Tanto quanto sei (e eu tenho alguma formação em contabilidade mas estou há muito afastado das lides), não tem sido esse o entendimento habitual - e tanto é assim que o nosso relatório e contas 2009/2010 integra as mais-valias das transferências realizadas nos resultados extraordinários.
São esses critérios que é necessário clarificar. De outra forma, não considerando as transferências nos critérios de "fair play" financeiro, repito, estas regras serão uma sentença de morte para os países exportadores de talento...
Agora sim compreendo o teu ponto de vista, mas nao acredito que UEFA esteja a pensar assim. Isso seria o fim competitivo de clubes como o Braga ou outros que suportam uma crescimento desportivo baseado na transaçao de jogadores para clubes de maior dimensao. Não acho que isto faça sentido...nem para a UEFA
Multas para os não cumpridores, OK!
E prémios para os cumpridores que nao entar em loucuras como nós não??
Esses gajos so querem é dinheiro.
Parece que a dúvida que existia (pelo menos para mim) quanto à consideração das receitas de transferências para efeitos do cumprimento das regras está esclarecida. E sendo estas verbas incluídas, admito que estas regras façam o seu sentido e estou de acordo com elas. No entanto, elas reflectir-se-ão a prazo numa redução dos valores de transferências, o que acabará por ter reflexos negativos nas receitas de clubes e países exportadores de talento (que é o nosso caso).
Fair play financeiro vai obrigar clubes a baixar valores de salários e transferências
Por Hugo Daniel Sousa
Novas regras entram em vigor em 2013-14 mas o exercício que começa daqui a seis meses já conta para o cálculo. Presidente da UEFA garantiu ontem que não haverá recuos.
Os clubes europeus de futebol gastam, em média, 64 por cento das suas receitas em salários. E no caso de 73 deles, a massa salarial é superior ao total das receitas. Resultado: 56 por cento apresentaram prejuízos em 2009 (ver outro texto). É por causa deste cenário que a redução dos salários dos jogadores de futebol - e a consequente baixa dos valores das transferências - é o grande objectivo da nova forma de controlo orçamental dos clubes (fair play financeiro).
As novas regras entram em vigor no início de 2013-14, mas as contas dos clubes na próxima temporada, que se inicia em Julho, já terão impacto na avaliação que será feita pela UEFA na hora de decidir quem pode participar nas suas competições.
Michel Platini, presidente da UEFA, reafirmou ontem que os incumpridores "vão ter de enfrentar as consequências". "Chegou a hora de tirar o pé do acelerador e de o colocar no travão, trazendo mais racionalidade para o futebol", acrescentou Karl-Heinz Rummenigge, presidente da Associação Europeia de Clubes.
Em termos simplistas, os clubes não poderão ter despesas superiores às receitas, embora, numa fase inicial, possam apresentar prejuízos de 45 milhões de euros na soma das duas ou três últimas temporadas.
Quais serão as consequências destas novas regras? "Sem dúvida nenhuma, os clubes vão ter de reduzir os orçamentos anuais, incluindo os salários. Em Portugal, alguns já estão a fazer isso", diz Hélder Varandas, especialista em finanças do futebol. Emanuel Medeiros, director executivo da Associação Europeia de Ligas de Futebol, acrescenta que travar a "espiral inflacionista na massa salarial e nas transferências" não só é uma consequência expectável do fair play financeiro, como é mesmo o seu grande objectivo: "Os clubes têm de viver de acordo com as suas possibilidades."
As novas regras terão certamente algum impacto na gestão dos clubes. Mas obrigará os emblemas portugueses a mudarem radicalmente? O PÚBLICO tentou ouvir os administradores financeiros de Benfica e Sporting, mas não foi possível. Já Angelino Ferreira, administrador do FC Porto, respondeu que a SAD portista tem vindo a preparar-se "há algum tempo" para o fair play financeiro, destacando que os últimos "quatro exercícios foram positivos".
Como acontece com vários clubes, o FC Porto depende bastante das vendas de jogadores, que previsivelmente vão ter, no futuro, montantes mais baixos. Sinal de alarme? Angelino Ferreira reage, afirmando que o clube tem noção de que está em marcha "uma alteração do modelo de negócio, na medida em que essa componente da receita é mais curta", pelo que está a apostar em novas estratégias que prefere não desvendar.
Hélder Varandas, por sua vez, antevê mudanças importantes na gestão dos clubes portugueses. E não só por causa do fair play financeiro: "Os bancos estão a apertar os clubes, para eles reduzirem o endividamento, e as taxas de juro estão a subir."
Emanuel Medeiros alerta, por outro lado, que o fair play financeiro não vai resolver todos os problemas do futebol, relembrando aspectos como a defesa dos direitos de propriedade dos clubes (transmissões ilegais na Internet e apostas) ou a necessidade de reforçar o investimento na formação de jovens jogadores.
Certo é que daqui a seis meses tudo o que os clubes fizerem já terá impacto na primeira avaliação (2013-14). E, como garantiu ontem Michel Platini, "não haverá recuos". Doa a quem doer.
Relatório da UEFA
56 por cento dos clubes europeus são deficitários
Dos 733 clubes das primeiras divisões europeias, 56 por cento apresentaram prejuízos em 2009, revela um relatório apresentado ontem pela UEFA. A situação piorou em relação a 2008, ano em que 48 por cento dos clubes registaram perdas.
Apresentado numa altura em que a UEFA já aprovou as novas regras de licenciamento de clubes (fair play financeiro), o relatório demonstra ainda que os clubes da I Divisão de 53 países tiveram despesas (12,9 mil milhões de euros) superiores às receitas (11,7 mil milhões de euros), registando um défice conjunto de 1,2 mil milhões de euros.
As dívidas resultantes de transferências totalizam 2,2 mil milhões de euros, dos quais 800 milhões de euros em atraso há mais de um ano.
Se as novas regras, que serão aplicadas a partir de 2013-14, já estivessem em vigor, 11 clubes teriam sido impedidos de participar nas competições europeias desta temporada, revelou Gianni Infantino, secretário-geral da UEFA.
A UEFA adiantou que dos 30 "grandes clubes" apenas quatro estão em situação de equilíbrio financeiro, embora os nomes dos emblemas não tenham sido revelados.
No caso português, é sabido que o Benfica, por exemplo, apresentou prejuízos superiores a 53 milhões de euros nas últimas três temporadas, o que ultrapassa o limite fixado para a participação (45 milhões de prejuízo).
"O princípio do fair play financeiro não visa colocar os clubes em dificuldades, mas ajudá-los a sair desta espiral infernal", justificou Michel Platini, presidente da UEFA, que ontem voltou a defender os méritos do novo sistema de licenciamento.
Segundo a AFP, a Inglaterra é, de longe, o país com a situação mais preocupante, com oito clubes a terem despesas 20 por cento superiores às receitas. Hugo Daniel
Perguntas e respostas
O que é o fair play financeiro?
É um sistema de controlo das finanças dos clubes, para verificar se cumprem os requisitos de participação nas competições organizadas pela UEFA.
Na prática, que critérios os clubes têm de cumprir?
O conceito principal do fair play financeiro é a obrigação de os clubes não poderem ter despesas superiores às receitas no conjunto das três últimas épocas. "Pretende-se que os clubes gastem apenas o que têm ou podem vir a ter", diz Luís Paulo Relógio, presidente do Órgão de Gestão de Licenciamento da Federação Portuguesa de Futebol, que tem acompanhado a implementação deste sistema.
Que receitas e despesas contam?
O que será controlado é a conta de exploração dos clubes. As receitas relevantes para este cálculo são, entre outras, os direitos televisivos, bilheteira, publicidade, patrocínio, transferências de jogadores. Só não contam receitas de operações não relacionadas com o futebol e itens não monetários. Do lado das despesas, serão integradas nos cálculos os custos operacionais, como os de pessoal, transferências de jogadores e amortizações de passes de futebolistas. São excluídas despesas com actividades de desenvolvimento do futebol jovem e operações não relacionadas com futebol.
O fair play financeiro entra já em vigor?
Não. Só no começo da época de 2013-14 a avaliação será iniciada, Excepcionalmente, serão tidos em conta apenas dois exercícios: 2011-12 e 2012-13. O que significa que, a partir de Junho deste ano, as contas dos clubes passam a ter impacto nessa futura avaliação.
As novas regras incluem alguma forma de transição?
Sim. Na avaliação a fazer no início da época de 2013-14, os clubes (em vez do limite de cinco milhões de euros de prejuízo) não podem ter perdas superiores a 45 milhões de euros nas duas épocas anteriores. Em 2014-15, não podem ultrapassar os 45 milhões negativos na soma dos três últimos exercícios. E entre 2015-16 e 2017-18, a derrapagem não pode superar os 30 milhões, sempre tendo em conta os resultados financeiros das útimas três épocas. "Os limites de risco continuarão depois a baixar", diz Paulo Relógio.
Quem ultrapassar os limites é automaticamente excluído da competição?
Não, mas corre sérios riscos de ser penalizado. Assim que um clube apresentar prejuízos superiores a cinco milhões de euros, passa a estar sob avaliação do Painel de Controlo das Finanças dos Clubes da UEFA (presidido pelo antigo primeiro-ministro da Bélgica Jean-Luc Dehaene), tendo de apresentar relatórios trimestrais e planos para solucionar o problema. Quando ultrapassar os 45 milhões, o painel de controlo envia o processo para os órgãos disciplinares da UEFA.
Que sanções podem ser aplicadas aos infractores?
"O quadro de sanções ainda não está definido", explica Paulo Relógio, afirmando que até ao final desta época deve estar finalizado. As sanções "podem passar por exclusão da competição, suspensão de actividade desportiva, retirada de pontos nas competições europeias e proibição de inscrição de jogadores". E cada caso será avaliado individualmente, tendo em conta a situação do clube e as suas perspectivas, acrescenta este advogado.
A UEFA vai controlar as despesas e receitas operacionais. E os passivos serão tidos em conta?
"É uma das questões em aberto", responde Luís Paulo Relógio: "Temos procurado sensibilizar a UEFA. É que, por um lado, não se podem criar buracos no sistema, mas, por outro, o sistema não pode ser uma sentença de morte para os clubes."
O fair play financeiro é algo completamente novo?
Não, explica Luís Paulo Relógio. É, sim, uma "nova fase" do actual sistema de licenciamento. Actualmente, são as federações nacionais que verificam, em Março, se os clubes candidatos à participação nas provas europeias cumprem os requisitos exigidos. Com o fair play financeiro, além deste controlo, haverá também um acompanhamento por parte da UEFA. Hugo Daniel Sousa
in Público
O Braga não vende por valores absurdos por isso acredito que não vá sentir esta medida com tanta força como outros.
De qualquer das maneiras devemos fazer os nossos orçamentos a partir de 2011 a guiar só pelas receitas ordinárias.
Parece-me que isto apesar de tudo vai ser pior para os clubes grandes. E os salários dos jogadores vão descer muito...
Eu não estou por dentro da evolução económica do Braga, mas será que as receitas ordinárias(sem incluir transferências) são suficientes? Tenho quase a certeza de que as receitas das assistências são insignificantes, e não me parece que o marketing dê assim tanto dinheiro. Só estou a imaginar as receitas televisivas e parcerias capazes de providenciar receitas significativas.
De facto, parece-me impossível reduzir os custos assim tanto, sem uma perda de qualidade significativa.
Quote from: RVX1921 on 12 de January de 2011, 16:15
Eu não estou por dentro da evolução económica do Braga, mas será que as receitas ordinárias(sem incluir transferências) são suficientes?
Aparentemente, as receitas de transferências são consideradas para avaliação do equilíbrio financeiro (ver
Que receitas e despesas contam? em
Perguntas e respostas).
O que certamente se passará, no entanto, é que as transferências atingirão valores bastante mais baixos...
Certo, mas o meu problema é que não sei até que ponto é viável, neste modelo, depender de transferências para garantir um equilíbrio financeiro, dado que a sua conclusão é incerta, bem como o seu valor. Mas, novamente, não nos vejo a sustentar os nossos custos com outro tipo de receitas.
Quote from: RVX1921 on 12 de January de 2011, 16:36
Certo, mas o meu problema é que não sei até que ponto é viável, neste modelo, depender de transferências para garantir um equilíbrio financeiro, dado que a sua conclusão é incerta, bem como o seu valor. Mas, novamente, não nos vejo a sustentar os nossos custos com outro tipo de receitas.
Penso que o que terá de acontecer é os nossos custos terem de ser reduzidos de forma a dependermos menos de receitas de transferências. Não podemos estar à espera de fazer 7/8 milhões de euros por época*. Se conseguirmos regularmente, facturar uns 3 milhões/temporada já não seria mau...
* A época actual é excepcional por força das receitas da Liga dos Campeões.
Comunicado da UEFA sobre fair play financeiro
A UEFA está ciente da recente actividade a nível de transferências e encontra-se confiante de que os clubes têm consciência da natureza dos regulamentos de fair play financeiro, que implicam um equilíbrio das suas contas.
Os Regulamentos do Licenciamento de Clubes e Fair Play Financeiro da UEFA têm recebido forte apoio por parte dos gestores de todos os clubes, durante o longo e profundo processo de consulta e aprovação.
A UEFA está ciente da recente actividade a nível de transferências um pouco por toda a Europa. Deve realçar-se, contudo, que as regras do fair play financeiro não impedem os clubes de gastarem dinheiro em transferências, exigindo-lhes, sim, equilíbrio nas suas contas no final da temporada. É, pois, difícil comentar qualquer situação específica sem conhecer a estratégia a longo-prazo de cada clube.
Não há dúvidas de que as transferências agora realizadas irão ter impacto nos resultados de equilíbrio das finanças dos clubes no final dos anos financeiros de 2012 e 2013 - os primeiros a estarem sujeitos a esta regra. Os clubes conhecem os regulamentos e sabem que a UEFA está totalmente empenhada em implementá-los com rigor. Por exemplo, a partir deste Verão todos os pagamentos previstos em transferências e salários serão avaliados pelo Painel de Controlo Financeiro dos Clubes, como parte da regra dos "pagamentos devidos".
A UEFA acredita que os clubes estão cada vez mais conscientes da natureza das regras do fair play financeiro, que visam encorajá-los a equilibrarem as suas receitas e despesas durante um espaço de tempo compreendido entre quatro a seis períodos de transferências.
Assim, e durante a implementação das regras do fair play financeiro, a UEFA continuará a trabalhar em conjunto com os clubes de forma a ajudá-los a alcançarem este importante objectivo comum.
http://pt.uefa.com/uefa/footballfirst/protectingthegame/financialfairplay/news/newsid=1590379.html#comunicado+uefa+sobre+fair+play+financeiro (http://pt.uefa.com/uefa/footballfirst/protectingthegame/financialfairplay/news/newsid=1590379.html#comunicado+uefa+sobre+fair+play+financeiro)
O Chelsea tem plena consciência.
De manhã diz que tem 80 Milhões de prejuizo e à tarde contrata Torres e David Luiz por 83M ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D
As regras entram em vigor na época 2013/14, mas na verdade as contas começam a fazer-se já na próxima temporada porque os valores a considerar serão sempre os resultados (financeiros) referentes às duas épocas transactas, ou seja, cada clube não pode acumular, no somatória dessas duas temporadas em causa e assim sucessivamente, prejuizos superires a 50 milhões de €uros...alguém confirma esta regra (-€50 milhões referentes, sempre, ao somatório das duas temporadas anteriores) ???
Quote from: 1 on 02 de February de 2011, 16:20
O Chelsea tem plena consciência.
De manhã diz que tem 80 Milhões de prejuizo e à tarde contrata Torres e David Luiz por 83M ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D
Faz lembrar a sondagem saída esta semana que anuncia o que os milhões do SLB este ano. como as contas dos clubes se fizessem assim: plos vistos para a dita empresa responsável pela divulgação dos números, nos clubes só existem receitas...quanto a despesas nada...
Quote from: Lipeste on 12 de February de 2011, 12:26
As regras entram em vigor na época 2013/14, mas na verdade as contas começam a fazer-se já na próxima temporada porque os valores a considerar serão sempre os resultados (financeiros) referentes às duas épocas transactas, ou seja, cada clube não pode acumular, no somatória dessas duas temporadas em causa e assim sucessivamente, prejuizos superires a 50 milhões de €uros...alguém confirma esta regra (-€50 milhões referentes, sempre, ao somatório das duas temporadas anteriores) ???
Não é exactamente assim. A UEFA tolerará um prejuízo acumulado (nas três épocas anteriores) de 5 milhões de euros. Contudo, em 2013-14 e 2014-15 aceitará mais 45 milhões de euros de défice, se este for compensado por entradas de capital; em 2015-16, 2016-17 e 2017-18 esse montante de tolerância será reduzido para 30 milhões de euros.
Como, para nós, não é crível que possa haver entradas de capital desse calibre, o que conta são os 5 mihões de euros de tolerância já em 2013-14, relativamente às três épocas anteriores*. Um pouco mais do que 1,6 milhões de euros por temporada, em média...
*Excepcionalmente, em 2013-2014, apenas se consideram as duas épocas anteriores.
Quote from: Pedro Ribeiro on 12 de February de 2011, 13:47
Quote from: Lipeste on 12 de February de 2011, 12:26
As regras entram em vigor na época 2013/14, mas na verdade as contas começam a fazer-se já na próxima temporada porque os valores a considerar serão sempre os resultados (financeiros) referentes às duas épocas transactas, ou seja, cada clube não pode acumular, no somatória dessas duas temporadas em causa e assim sucessivamente, prejuizos superires a 50 milhões de €uros...alguém confirma esta regra (-€50 milhões referentes, sempre, ao somatório das duas temporadas anteriores) ???
Não é exactamente assim. A UEFA tolerará um prejuízo acumulado (nas três épocas anteriores) de 5 milhões de euros. Contudo, em 2013-14 e 2014-15 aceitará mais 45 milhões de euros de défice, se este for compensado por entradas de capital; em 2015-16, 2016-17 e 2017-18 esse montante de tolerância será reduzido para 30 milhões de euros.
Como, para nós, não é crível que possa haver entradas de capital desse calibre, o que conta são os 5 mihões de euros de tolerância já em 2013-14, relativamente às três épocas anteriores*. Um pouco mais do que 1,6 milhões de euros por temporada, em média...
*Excepcionalmente, em 2013-2014, apenas se consideram as duas épocas anteriores.
Ok, realmente é um pouco diferente daquilo escrevi...entre outras coisas, não me parece bem essa tolerância permitida ao(s) défice(s) com base em promessas de receitas futuras...esses tais -€1,6 milhões até para nós podem vir a ser apertados (um momento menos bom...)...só ainda não precebi como os "colossos" vão contornar esta questão...teremos que esperar por 2017/18 para o perceber porque até lá, os tais colossos, tem todo o tempo para se adaptarem e continuam a dispor de uma toleranância de dezenas de milhões, nós é que não...não sei até que ponto isso não poderá vir a ser bom para nós mas ainda não tenho opinião definitiva relativamente a este assunto...
Regra do fair play financeiro
UEFA, Liga dos Campeões, Liga Europa
Numa altura em que já se faz sentir a medida anunciada pela UEFA em setembro de 2009, nomeadamente com o caso do Malaga, o zerozero.pt vasculhou os pressupostos que regem a nova regra financeira e qual a sua verdadeira essência.
Por Michel Platini, a UEFA anunciou, no dia 15 de setembro, a nova medida a implementar no futebol europeu e que pretende impedir o gasto exacerbado de verbas, sem que exista um retorno financeiro.
Por outras palavras, e muito sucintamente, o fair play financeiro obriga os clubes a controlarem as suas despesas em função das receitas, impedindo que os gastos ultrapassem os custos.
Mais especificamente, a UEFA pretende:
«Introduzir mais disciplina e racionalidade nas finanças dos clubes de futebol;
diminuir a pressão sobre salários e verbas de transferências e limitar o efeito inflacionário;
encorajar os clubes a competir apenas com valores das suas receitas;
encorajar investimentos a longo prazo no futebol juvenil e em infra-estruturas;
proteger a viabilidade a longo prazo do futebol europeu;
assegurar que os clubes resolvem os seus problemas financeiros a tempo e horas».
Pormenores a ter em conta
Quanto a entrada em vigor, vemos que existe um período de transição, onde o desequilíbrio pode ser maior (de 45 milhões de euros negativos) na avaliação feita no início da próxima época, mas depois diminui. Por partes, em 2013/14 serão tidos em conta os exercícios financeiros dos clubes nas duas épocas anteriores (2011/12 e 2012/13) e em 2014/15 passam a contar os três últimos exercícios (2011/12, 2012/13 e 2013/14).
A partir de 2015/16 mantêm-se os três anos anteriores, mas o deslize financeiro não pode ser superior a 30 milhões de euros e estes valores exigidos prolongam-se até 2018, não estando ainda definido o próximo passo - mas podemos adivinhar um 'aperto' maiornas épocas posteriores.
Em relação aos parâmetros que contam nas receitas e nas despesas, no fundo, apenas não são contabilizados os gastos em infra-estruturas e nas camadas jovens. Tudo o resto, desde transferências, salários, merchandising, direitos televisivos ou bilheteiras, é remetido para a contabilidade.
Estas medidas aplicam-se aos clubes que participam nas competições europeias, apesar de as federações nacionais terem a tendência para adotar os mesmos princípios. No caso, a Premier League já terá em vigor as medidas na próxima época, embora com uma diferença de valores assinalável (aí os clubes não podem exceder os 120 milhões de euros de prejuízo na sua fase inicial).
Castigos para os incumpridores
A legislação do organismo prevê um controlo mais exaustivo, por parte do Painel de Controlo das Finanças dos Clubes da UEFA, aos clubes que apresentem números com mais de cinco milhões de euros de prejuízo, no sentido de se delinearem planos de recuperação.
Nas penalizações, os casos extremos traduzir-se-ão no impedimento de participar nas competições da UEFA, como foi o caso dos espanhóis do Malaga, mas o organismo pretende evitar essa situação extrema, preferindo a perda de pontos como medida penalizadora, embora mais 'suave'.
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