Mais vale somar um... que nada
O Sp. Braga não foi ontem além do empate, a uma bola, na visita a Matosinhos, na 12.ª jornada da Liga Portuguesa, num jogo de pouca qualidade face às condições difíceis do relvado, cada vez pior à medida que o tempo de jogo avançava. Confirmou-se a tradição... Apesar de tudo, a equipa arsenalista vai manter a liderança do campeonato, independentemente do resultado de hoje entre o Benfica e a Académica.
Do mal o menos, e contra dez leixonenses desde o minuto 50 da segunda parte, Alan conseguiu evitar a derrota com um golo pleno de oportunidade, a dois minutos dos noventa, para sossego das hostes minhotas. Este golo do extremo brasileiro repôs a justiça mínima no encontro, já que o Leixões tinha-se adiantado no marcador, aos 33 minutos da primeira parte, sem fazer nada por isso. Os leixonenses acabaram por beneficiar de um lance tremendamente infeliz do guarda- redes Eduardo que não conseguiu dominar um atraso do central Moisés, com a bola a entrar na própria baliza.
Empenhados em regressar às vitórias fora de portas, depois do desaire em Guimarães (10.ª jornada), a equipa bracarense entrou forte no jogo, mas encontrou pela frente um conjunto muito operário e disposto a complicar a tarefa ao líder. O péssimo estado do relvado também não ajudou e prejudicou, sobretudo, o Sp. Braga e o seu futebol mais técnico e rendilhado.
Mesmo sem fazer uma exibição brilhante, a equipa arsenalista podia ter chegado à vitória, pelo labor nos segundos 45 minutos, especialmente após a expulsão de Braga, por acumulação de amarelos. Contra dez, Domingos Paciência arriscou tudo, com a entrada do ponta de lança Yazalde e a saída do defesa central Rodriguez, mas o ataque minhoto só acabou por dar frutos a dois minutos do apito final.
CORREIO DO MINHO
Braga domina, marca dois, mas empata
O inevitável Alan salvou o Braga de uma derrota e ainda teve nos pés o golo do triunfo sobre o
O Sporting de Braga esteve perto de naufragar no Estádio do Mar, perante o Leixões, mas um golo de Alan já no final da partida, minimizou os estragos para o líder do campeonato.
Num encontro em que os bracarenses foram sempre os mais perigosos, nem assim as incidências do jogo se revelaram favoráveis à equipa da cidade dos arcebispos. Primeiro, um autogolo de Moisés aos 33 minutos, num atraso disparatado para o guarda-redes, que fez a bola parar no fundo da baliza à guarda de Eduardo. Poucos minutos antes, ainda na grande-área dos arsenalistas, um lance duvidoso entre Eduardo e Pedro Seabra foi considerado regular pelo árbitro Olegário Benquerença.
Na segunda metade da partida, o Sp. Braga continuou a perseverar pelo golo do empate, contando com a "ajuda" dada pela expulsão do leixonense Braga, por acumulação de cartões amarelos. Pelo menos duas grandes oportunidades foram desperdiçadas pelos homens de Domingos Paciência. O Leixões também esteve perto do golo num cabeceamento de Hugo Morais a que Eduardo se opôs com dificuldades.
Já o encontro estava prestes a terminar quando o inevitável Alan salvou os bracarenses da derrota, aproveitando da melhor maneira um ressalto de bola. Euforia arsenalista e expulsão de Domingos Paciência. Alan ainda esteve prestes a dar a volta completa ao marcador, mas o Leixões-Sp. Braga, partida da 12ª. jornada da I Liga, havia mesmo de terminar com um empate a uma bola, com a curiosidade de ambos os golos terem sido marcados por jogadores do actual líder do campeonato.
RTP
Alan suavizou atraso na luta pelo título
Vendaval em Matosinhos, Leixões revoltado com a sequência negativa de resultados e os castigos acumulados. O líder Braga não poderia chegar ao Estádio do Mar num cenário mais complicado. Principalmente porque a tradição também pesa, e 39 anos sem marcar em casa deste adversário são muitos para que a equipa pudesse jogar com toda a tranquilidade. Poderíamos dizer que o deslize de Eduardo que oferece vantagem ao Leixões contribuiu para esse nervosismo. Mas foi ao contrário. A tremedeira nas pernas, a incerteza nos passes, a inadaptação ao terreno e o desajuste táctico é que precipitaram uma falha monumental de um guarda-redes cuja qualidade não esmorece - e o mérito de liderar a melhor defesa do País também não.
Aos 33', a desvantagem era, apesar de acidental, justa. Isto porque, sem oportunidades flagrantes, Faioli já tinha ameaçado duas vezes e o meio-campo leixonense há muito estava instalado no do Braga. Fernando Alexandre e Wênio jogaram com enorme intensidade, e Seabra e Hugo Morais impediram João Pereira e Evaldo de prestarem o devido apoio aos alas arsenalistas. Tacticamente, o Leixões foi perfeito e Mota mais sagaz do que Domingos. Pelo menos até aos 50', quando a expulsão de Braga mudou tudo.
Com Matheus já em campo e a agitar muito mais do que Meyong, o Braga aproveitou para consolidar o seu caudal ofensivo. Mas faltava a superioridade na zona mais débil do rival: a defesa. Domingos arriscou ao substituir Rodriguez por Yazalde, que, mesmo sem ser brilhante, garantiu mais liberdade a João Pereira, Alan, Paulo César e Mossoró. Diego tornou-se então a figura do jogo, e o Leixões, amarelado e fustigado por problemas musculares, há muito que pedia sangue novo. O recuo costuma ser fatal, principalmente quando do outro lado está uma equipa que havia marcado seis vezes nos últimos dez minutos. Alan concretizou ontem a sétima para desespero dos da casa e conforto de Eduardo, que pôde dormir sem se sentir responsável pela perda da liderança, que, a consumar-se, como tudo o indicava, seria terrivelmente injusta. Tanto como o Leixões perder, o que ainda esteve para acontecer.
Leixões 1-1 Braga
Estádio do Mar
relvado fraco
2000 espectadores
Árbitro Olegário Benquerença (AF Leiria)
Assistentes Bertino Miranda e João Santos
4º árbitro André Gralha
Treinador José Mota
25 Diego GR 5
20 Laranjeiro LD 5
13 Joel DC 5
4 Tucker DC 5
6 Gallo LE 5
16 Fernando Alexandre MD 6
23 Seabra AD a 83' 5
17 Wênio MO 5
7 Hugo Morais AE 5
9 Braga AV 4
11 Faioli AV a 68' 5
1 Berger GR
30 Trombetta DC
2 Rúben MD d 83' 4
10 Fábio Espinho MO
8 Zé Manel AD d 68' 6
15 Pouga AV
21 Tiago Cintra AV
Golo
[1-0] 33' Moisés, p. b.
amarelos 32' Gallo, 36' e 50' Braga, 71' Seabra
vermelhos 50' Braga
Remates à baliza [2] Remates para fora [4] Cruzamentos [17] Cantos [4]
Faltas [15]
Posse de bola [43%]
Domingos Paciência Treinador
1 Eduardo GR 4
47 João Pereira LD 7
5 Moisés DC 4
2 Rodriguez DC a 62' 5
6 Evaldo LE 5
88 Vandinho MD 5
23 Madrid MD a INT 4
30 Alan AD 6
8 Mossoró AE 6
19 Meyong AV a INT 3
9 Paulo César AV 5
31 Kieszek GR
27 Filipe Oliveira LD
4 Leone DC
45 Hugo Viana MO d INT 5
14 Yazalde AV d 62' 3
81 Adriano AV
99 Matheus AV d INT 4
Golo
[1-1] 88' Alan
amarelos 18' Rodriguez, 19' João Pereira, 37' Madrid
vermelhos Nada a assinalar
Remates à baliza [3] Remates para fora [9] Cruzamentos [35] Cantos [9]
Faltas [21]
Posse de bola [57%]
Arbitragem
Expulsão a mais e outra perdoada
Os foras-de-jogo foram uma dor de cabeça, mas os assistentes, de forma geral, decidiram bem. Pediram-se alguns penáltis, mas pareceu ser o relvado a complicar. Em matéria disciplinar, Olegário talvez tenha sido rigoroso ao expulsar Braga, mas não viu uma cabeçada de Wênio a Mossoró.
O MOMENTO
33' [1-0]
Um acidente de percurso
Moisés atrasou a bola para Eduardo com segurança. Ainda que o passe não tenha sido perfeito, a longa distância a que o fez permitia que o guarda-redes chegasse a ela sem muito esforço. O relvado ajudou a aumentar-lhe a velocidade, mas o golo era evitável, como o número 1 de Portugal assumiu. O golo foi decisivo para o Leixões ganhar confiança.
Lances-chave
30'
Excelente triangulação entre Madrid e João Pereira, com o lateral a ficar em posição privilegiada, mas a rematar às malhas laterais.
33'
[1-0]
Autogolo de Moisés.
[ver Momento do Jogo]
34'
Mossoró remata à figura de Diego, mas o brasileiro defende para a frente e só um desvio milagroso de Tucker impede Meyong de facturar.
58'
João Pereira entra pela direita e cruza para Paulo César, que se prepara para marcar. Mas Joel, vindo de trás, faz um corte fulcral.
60'
Rodriguez perde a bola para Faioli. Mas, no último instante, consegue recuperar e desviar para canto.
68'
Joel perde a bola e isola Yazalde. Este permite a mancha de Diego. A bola sobra para Matheus que faz um chapéu ao lado
70'
Cruzamento de Zé Manel para Hugo Morais, de cabeça, rematar à figura.
88'
[1-1]
Grande jogada de João Pereira, a assistir Alan, que remata cruzado para fora do alcance de Diego.
A ESTRELA
João Pereira 7
O herói do Mar
O mau estado do relvado não inibiu o lateral, que se fartou de correr, abordando cada lance como se do último se tratasse. O atrevimento contagiou a equipa, e a jogada do golo do empate foi apenas uma das muitas que realizou, chegando bem à linha do fundo para cruzar.
História do jogo
Não há laços entre o Braga e o Leixões, mas, nos últimos anos, os autogolos tendem a ajudar os do Mar. Frechaut, antes de Moisés, deu uma vitória
O estranho caso dos golos oferecidos
Uma estranha atracção liga o Leixões ao Braga - e não se trata aqui daquela que faz com que, no Mar, se suspire pelo regresso de Diogo Valente, a viver dias de suplente na Pedreira; essa é outra história. O líder do campeonato tem uma tendência inexplicável para adiantar o serviço ao adversário, quando se encontram. Pelo menos foi assim em dois dos três últimos desafios do campeonato. Tal como Moisés, que ontem deixou o Braga em desvantagem até muito perto do fim com um autogolo inexplicável (embora os adeptos da casa tenham encontrado uns gestos assim a lembrar as asas de frango a voar na direcção de Eduardo para justificarem o lance), também Frechaut, em Fevereiro, experimentou essa terrível frustração de ajudar quem se tem por missão derrotar. Na Pedreira, fê-lo com um cabeceamento fatal - foi o único golo da noite, e o Braga perdeu. Desta vez, à beirinha do fim, surgiu Alan a assinar um final feliz. Salvou a liderança.
O Braga um a um
Eduardo 4
Um erro fatal na abordagem à bola no lance que resultou no autogolo de Moisés. Não esteve tão tranquilo como é habitual.
Moisés 4
Não fica isento de culpas no autogolo que marcou, mas recuperou bem, assumindo-se como o patrão do sector recuado.
Domingos Paciência, treinador do Braga
"Braga não se adaptou ao terreno"
Expulso por "reclamar de uma falta em que disse que não era nada" e o árbitro assistente ouviu mandar o árbitro para uma parte proibida, Domingos Paciência ficou "triste" pelo incidente, o primeiro do género na carreira de treinador, mas admitiu que estava "nervoso", porque o Braga "não se adaptou ao terreno" e por causa do amarelo a João Pereira na primeira parte. "Ou o tiro da equipa ou mando coser a boca ao João Pereira", afirmou em defesa do "melhor lateral-direito português", com lugar na Selecção.
Castigo de Mota termina e começa o de Domingos
Termina terça-feira a suspensão de um mês do técnico do Leixões. Ontem, José Mota voltou a ver o jogo da bancada, agora com o adjunto Jorge Mendonça, expulso na ronda anterior. Na próxima, é Domingos, líder do Braga, quem ficará de fora: foi expulso do banco.
Beto e Orlando Sá mataram saudades no Mar
O guarda-redes Beto e o avançado Orlando Sá estiveram ontem na tribuna do Estádio do Mar e aproveitaram para rever ex-colegas. Antes de ingressarem no FC Porto, o primeiro defendeu as cores do Leixões e o segundo as do Braga.
Rodriguez 5
Atento e rápido a recuperar, impediu que Faioli marcasse o segundo golo do Leixões.
Evaldo 5
Só se lembrou de subir no terreno após o intervalo, mas ainda a tempo de criar perigo.
Vandinho 5
Muito lutador no meio-campo, destacou-se pelas recuperações de bola, mas nem sempre a endereçou da melhor maneira.
Madrid 4
Cortou muitas bolas, mas esteve mal no capítulo do passe, para além de ter exagerado nas faltas.
Alan 6
Sem espaço para tirar partido da sua velocidade, lutou muito e esteve no sítio certo para marcar o golo do empate.
Mossoró 6
Sempre em jogo, recuperou, organizou e ainda tentou o golo com remates de longe.
Meyong 3
Desinspirado, nunca foi uma ameaça para a defesa do Leixões.
Paulo César 5
Entregou-se à luta no meio dos centrais e quase fez o gosto ao pé.
Hugo Viana 5
Um dos responsáveis pela subida de rendimento da equipa ao efectuar várias assistências.
Matheus 4
Ofereceu mais velocidade nos flancos e efectuou vários cruzamentos perigosos.
Yazalde 3
Tirou partido da sua força para criar alguns lances de perigo e só não marcou porque Diego não deixou.
O JOGO
Braga marcou um golo a sério e outro a brincar Ficha de jogo
Equipa de Domingos empatou frente ao Leixões e fica à mão de semear do Benfica, que joga hoje
Leixões 1Braga 1
O Braga voltou a ter uma noite não em Matosinhos. Por culpa própria. Por culpa de Moisés, que marcou na própria baliza, e de Eduardo, que deixou. Numa noite de Inverno, Alan corrigiu a dois minutos do fim. Mas foi tarde para uma equipa agora a três pontros do FC Porto e do Benfica, que ainda hoje pode encurtar distâncias.
Estava escrito. Em Matosinhos, o Sporting de Braga não marcava um golo a contar para o campeonato desde o dia 18 de Janeiro de 1970, desde um pontapé de canto que terminou com o golo de Carlos Baptista. Ontem, o Braga, que esperou quase quarenta anos para ver outro golo da sua autoria no Estádio do Mar, levou as mãos à cabeça quando tudo finalmente aconteceu.
Numa noite de tormenta, com vento e chuva em doses generosas, os protagonistas foram Moisés e Eduardo, dupla que quebrou regras básicas dos manuais de futebol. O defesa porque fez um atraso rasteiro na direcção da baliza numa noite tormentosa. O guarda-redes porque foi surpreendido por uma bola em velocidade caracol que estacionou junto ao poste direito, quase sem incomodar a rede da baliza.
O Leixões, sem fazer muito - a não ser povoar o meio-campo e manter a bola o máximo de tempo possível -, via-se à frente no marcador, graças a um autogolo de Moisés (partilhará certamente os créditos com Eduardo) aos 33", um enorme contratempo na corrida do Braga pela vitória - e por outra palavra que começa num "t" e termina num "o" e que em Braga todos parecem ter medo de pronunciar.
Domingos Paciência via-se obrigado a adiar o seu plano para a segunda metade. Com menos chuva e menos ventos cruzados, com Matheus no lugar de Meyong e Hugo Viana já em campo (começara a titular Andrés Madrid) e com o Leixões reduzido a dez unidades por expulsão de... Braga (é já o quarto jogo consecutivo que os de Matosinhos não acabam um jogo com onze jogadores). Tudo boas notícias.
Mas o Leixões não se desfez. Antes pelo contrário. Os do Estádio do Mar uniram-se como a corrente de uma âncora, procuraram não inventar lá atrás (tirando aquele lance aos 67" em que Matheus não marcou porque não quis) e tiveram tino a sair com a bola (estreia interessante do jovem Seabra; jogo titânico de Fernando Alexandre, emprestado pelo Braga), voltando a colocar em sentido a defesa bracarense: aos 60" por Faioli e dez minutos depois por Hugo Morais, que mergulhou para defesa de Eduardo.
Até ao final, o jogo foi uma enorme tempestade num copo de água. Desesperado, o Braga passou a praticar um futebol turbilhão, que resultou no golo de Alan, aos 88". Impaciente, Domingos já tinha sido expulso. O relvado do Estádio do Mar já parecia um batatal.
Continua escrito. O Braga não vence aqui desde 1967.
Jogo no Estádio do Mar, em Matosinhos. ?Assistência: cerca de 3.000 espectadores.
Leixões Diego 5, Laranjeiro 6, Joel 6, Tucker 6, B. Gallo 6, Fernando Alexandre 7, Seabra 6 (Ruben -, 84"), Wênio 4, Hugo Morais 6, Braga 4 e Faioli 6 (Zé Manuel 5, 68"). Treinador Anónio Pinto
Sp. Braga Eduardo 4, João Pereira 7, Moisés 4, Rodriguez 5 (Yazalde 6, 64"), Evaldo 5, Vandinho 6, Alan 7, Andrés Madrid 5 (Hugo Viana 6, 46"), Mossoró 6, Meyong 5 (Matheus 5, 46) e Paulo César 6.?Treinador Domingos Paciência
Árbitro: Olegário Benquerença 5, de Leiria. ?Amarelos Rodriguez (18"), João Pereira (20"), Gallo (32), Braga (36" e 50"), Andrés Madrid (37") e Seabra (71"). Vermelhos Braga (50"). O treinador do Sp. Braga, Domingos Paciência, foi expulso (85").
Golos 1-0, por Moisés, aos 33" (p.b.); 1-1, por Alan, aos 88".
PUBLICO
Leixões trava Braga
Longos 40 anos depois, o Braga marcou um golo no Mar. A dois minutos do fim, fez o empate (1-1), quando o Leixões jogava com dez. Eduardo comprometeu no autogolo de Moisés, mas a liderança dos arsenalistas mantém-se.
Os guerreiros do Minho quase se perdiam no temporal de Matosinhos, onde a chuva e o vento caracterizaram um jogo de sabor amargo para o Sporting de Braga. A maldição do Mar amarrou os pés do líder do campeonato, há 41 anos sem ganhar no estádio do Leixões. Mas podia ter sido pior. A perder até dois minutos do fim, o líder empatou por intermédio de Alan, numa fase em que jogava mais com o coração do que com a cabeça e já sem o treinador no banco, por expulsão. O Braga foi uma equipa tristonha, só mostrou o seu perfume no segundo tempo e quando o conjunto da casa estava reduzido a dez, por expulsão de Braga. Para o conjunto do Mar, que já não vence desde a sétima jornada, o empate sabe a derrota, porque olhou para o adversário olhos nos olhos e nem precisou de se pôr em bicos de pés. Foi cínico, sólido no meio-campo, soube explorar o contra-ataque, mas na fase em que os minhotos mais apertavam o cerco, foi apanhado na rede.
Num relvado pesado, quem sofreu foi o futebol. Não houve artistas a rodopiar na pista de dança, mas assistiu-se a um jogo muito competitivo. Talvez o Sporting de Braga tenha sido prejudicado, habituado a caminhar com a bola no pé e sem uma mente brilhante para encontrar a tão necessária bússula. Hugo Viana, no banco, afectado por um síndroma gripal, fez falta para iluminar o caminho do líder, um rumo que Andrés Madrid, o substituto, foi incapaz de traçar. O craque entrou no segundo tempo, mas notou-se que não estava nos melhores dias.
Sendo um dos segredos dos guerreiros a segurança defensiva, a equipa tremeu atrás, tolhida por um erro de Eduardo, guarda-redes traído pelo jogo de pés e que esteve muito nervoso. Um atraso em força de Moisés, levou o guardião internacional português a ser incapaz de dominar a bola e viu-a, devagarinho, num estádio em suspenso, a entrar na baliza. Um golo muito bizarro.
Até aí, o Leixões era um conjunto de fibra, a mesma fibra que caracteriza as equipas de José Mota, ontem na bancada, por castigo, cabendo ao adjunto António Pinto orientar a equipa, dado que também Jorge Mendonça, outro dos auxiliares do técnico principal, também está castigado.
Nestes jogos, condicionados pelo mau tempo, o segredo é esse mesmo, a raça. Foi assim que o meio-campo, com o estreante Seabra no onze, travou os arsenalistas. Uma palavra, ainda, para o incansável Fernando Alexandre, curiosamente emprestado pelo Braga.
A perder ao intervalo, o treinador do Braga lançou Matheus e Hugo Viana e a equipa melhorou, mais porque o Leixões ficou reduzido a dez. Os arsenalistas tiveram mais oportunidades, mas a equipa da casa também teve chances para fazer o 2-0. Quem falha, sofre.
JN
Emoção: Bracarenses empatam perto do fim e seguram liderança na Liga
Eduardo consente frango monumental
Eduardo deu ontem o seu maior frango na carreira profissional, o que custou um empate a um golo do Sp. Braga em Matosinhos frente ao Leixões, conseguido já em descontos, com um golo de Alan.
O titular da selecção portuguesa não captou um atraso de Moisés e como pôs mal o pé à bola, deixou que esta escapasse vagarosamente para dentro da baliza. O autogolo acaba por ser creditado a Moisés, mas a culpa vai inteirinha para Eduardo, que tinha tudo para evitar que a bola acabasse dentro da sua baliza. Um lance capaz de fazer rir os espectadores e fazer corar de vergonha aquele que será a escolha de Queiroz no Mundial.
Foi este um dos dois únicos momentos capazes de despertar os espectadores (entre eles Beto, guarda-redes do FC Porto e ex-Leixões) da sonolência em que o jogo esteve mergulhado nos primeiros 45'. Mais por demérito do Sp. Braga, que muito macio, só criou uma boa ocasião de golo, após boa combinação de João_Pereira com_Madrid. O primeiro apareceu isolado, mas o remate saiu ao lado. O Leixões não conseguiu criar nada e o golo caiu-lhe do céu.
O Sp. Braga tentou rectificar no segundo tempo e a expulsão de Braga ajudou ao forcing bracarense. Depois de muito insistir, ainda que mais com o coração do que com a cabeça, Alan fez o empate que ainda dá liderança da Liga ao Sp. Braga.
FICHA DE JOGO
LIGA - 12.ª Jornada - 05/12/09
Estádio do Mar - Assistência: 3500
LEIXÕES
Diego, Laranjeiro, Joel, Tucker, Bruno Gallo, Fernando Alexandre, Pedro Seabra (Ruben 84'), Wênio, Hugo Morais, Braga, Faioli (Zé Manel 68').
Treinador: António Pinto
SP. BRAGA
Eduardo, João Pereira, Moisés, Rodriguez (Yazalde 63'), Evaldo, Andrés Madrid (Hugo Viana 46'), Vandinho, Mossoró, Alan, Paulo César, Meyong (Matheus 46').
Treinador: Domingos Paciência
Árbitro: Olegário Benquerença (Leiria)
Disciplina: amarelos: Rodriguez (18'), João Pereira (20') Bruno Gallo (32'), Braga (36' e 50), Andrés Madrid (38'), Pedro Seabra (71')VERMELHOS : Braga (50')
Classificação do Jogo: 4
CORREIO DA MANHA
Fífia de Eduardo deita dois pontos ao Mar
Guarda-redes da selecção ofereceu ao Leixões vantagem na partida. Alan, perto do fim, garantiu um ponto e uma liderança precária para o Sp. Braga
Não há como dar a volta à questão... O jogo ficou marcado pelo lance do minuto 33 e Eduardo tem grandes culpas no cartório: com receio que a bola prendesse no relvado, Moisés atrasou-a com mais força para o seu guardião. Até aqui, tudo normal. O problema é que o guarda-redes titular do Sp. Braga e da Selecção Nacional tentou dominar o esférico de forma displicente e acabou por dar uma grande fífia, com a bola a aninhar- -se no fundo das redes. Estava feito o golo do Leixões.
O líder parece ter ficado abalado pelo fatídico lance e só mostrou rasgos de inspiração, a espaços, e quase sempre por Mossoró, de novo o mais virtuoso dos bracarenses. Domingos arriscou: colocou em campo Matheus, Yazalde e Hugo Viana, que veio de lesão e só por isso não terá sido titular. No entanto, o Sp. Braga foi mais vontade do que talento no jogo de ontem e os aguaceiros que se abateram sobre o Estádio do Mar só podem justificar em parte a ausência do futebol apoiado e de exploração dos flancos, tão habituais no jogo bracarense. Mesmo a jogar com menos um, desde a infantil expulsão do avançado Braga, aos 50 minutos, o Leixões foi sabendo sofrer. Porém, os bracarenses guardaram para o final o trunfo. Um remate de Alan, quase em cima do apito final, valeu o empate, que não quebra a tradição - a última vez que o Sp. Braga venceu no Mar foi na época 1967/68 - mas que garante, pelo menos, uma liderança precária.
DN
Líder salva-se da tempestade no Mar
(http://www.comumonline.com/images/stories/sporting_braga/alan9_phixr.jpg)
O Sporting de Braga não conseguiu melhor que um empate a uma bola na visita ao Estádio do Mar, para defrontar o Leixões, em jogo a contar para a 12ª jornada da Liga Sagres. Numa noite chuvosa de muito frio, o guarda-redes Eduardo foi o vilão e Alan o herói, graças a um golo que caiu do céu.
Alan marcou o golo que garante a permanência na liderança aos minhotos.
As fortes chuvas que se têm feito sentir na região Norte do país transformaram o relvado do Estádio do Mar num autêntico lamaçal. Sob estas péssimas condições confrontavam-se o líder do campeonato e o 14º classificado.
O primeiro lance de relevo do jogo aconteceu para o Braga, corria o minuto 30, quando João Pereira, após tabela com Andres Madrid, surge em boa posição, mas remata por cima da baliza de Diego. Na resposta a este lance, a equipa da casa inaugura o marcador. Numa jogada que parecia inofensiva, Moisés atrasa a bola para Eduardo, que não consegue dominar e deixa-a passar para dentro da sua baliza. Erro tremendo do guardião bracarense, que transformou uma jogada sem qualquer perigo no 1-0 para o Leixões. O jogo seguiu para intervalo sem nada de novo, apenas com a chuva a cair cada vez mais intensamente.
A segunda metade inicia-se com duas caras novas em campo. Domingos não gostou do que viu nos primeiros 45 minutos e trocou Madrid por Viana e Meyong por Matheus. Passavam cinco minutos desde o reatar da partida e o Leixões passa a jogar com dez: Braga é expulso após ver o segundo amarelo, na sequência de uma falta sobre Alan.
A jogar contra dez, o Braga cria cada vez mais perigo junto da baliza de Diego. Mas a falta de clarividência dos bracarenses e as - cada vez piores - condições do relvado em nada ajudam a equipa de Domingos a chegar ao golo. Até que, quando já poucos acreditavam e já sem Domingos, também ele expulso, no banco, Alan decide voltar a ser herói. Numa jogada confusa na área do Leixões, o brasileiro ganha um ressalto e remata para o fundo da baliza de Diego. Jogo empatado aos 88 minutos e liderança assegurada por mais uma semana.
Domingos irritado com os árbitros e desiludido com o resultado
No final do encontro, Domingos Paciência mostrava-se triste com o empate. "Não foi um jogo bem conseguido", afirma. Aponta a falta de tranquilidade, aliada às más condições do terreno de jogo como causas da derrota. Considera o empate "um mal menor", mas diz que a sua equipa "merecia ganhar o jogo". Relativamente ao árbitro, garante não entender a dualidade de critérios que acontece nos jogos do Braga. Quanto ao futuro, o técnico bracarense mantém-se com os pés bem assentes na terra. "Ainda não pensamos no título. Pensamos jogo a jogo para tentarmos ser felizes no final", confessa.
Com este empate, o SC Braga soma agora 29 pontos, mais três que Benfica e Porto. Os encarnados visitam a Académica, esta noite, e o máximo que podem conseguir é a igualdade pontual com os minhotos, sendo que estes levam vantagem no confronto directo. Na próxima jornada a equipa de Domingos Paciência recebe a Naval.
ComUM
Sporting de Braga empatou a uma bola ontem frente ao Leixões : Domingos Paciência admite que o empate foi um mal menor
O treinador do Sporting de Braga, Domingos Paciência, admitiu que o empate 1-1 no terreno do Leixões, na 12.ª jornada da Liga de futebol, foi um "mal menor".
Os bracarenses conseguiram o empate graças a um golo de Alan aos 88 minutos, depois de estarem em desvantagem desde os 33, quando Moisés marcou na própria baliza, num desentendimento com o guarda-redes Eduardo.
O treinador minhoto admitiu que a equipa jogou "mais com o coração do que com a cabeça" na segunda parte e, com ironia, considerou o resultado "injusto", já que a sua equipa fez "dois golos".
Domingos Paciência disse ainda que recebeu ordem de expulsão por "reclamar uma falta" e lembrou o facto de o lateral bracarense João Pereira ter visto o cartão amarelo aos 20 minutos.
A partir dessa situação, o técnico observou que "não há critérios de igualdade
O treinador adjunto António Pinto considerou que o Leixões merecia mais do que o empate
Uma vitória em casa sobre a Académica, em jogo da 12.ª jornada, pode recolocar hoje o Benfica a par do Sporting de Braga no topo da Liga portuguesa de futebol, beneficiando do empate dos bracarenses .
A Académica, 13.ª classificada, procura repetir as vitórias conseguidas na Luz nas duas últimas temporadas para se afastar um pouco mais da zona de despromoção.
Na sexta-feira, o FC Porto encostou-se ao Benfica na classificação, depois de golear fora o Vitória de Guimarães, por 4-1.
No outro jogo de hoje, o Marítimo, quinto classificado, recebe o aflito Olhanense, penúltimo, podendo ultrapassar, provisoriamente, o rival Nacional da Madeira, que apenas joga segunda-feira, no terreno da União de Leiria.
Também amanhã, o Sporting, que soma seis encontros consecutivos sem vencer, procura regressar aos triunfos na Liga, no estádio do lanterna vermelha Vitória de Setúbal.
Antena Minho
Empate no Mar garante conservação da liderança
O Sporting de Braga conseguiu segurar a liderança da Liga com o empate conseguido ontem frente ao Leixões (1-1) em pleno estádio do Mar. Um golo de Alan, aos 88 minutos, garantiu a conquista de um ponto, que acaba por ser o mal menor, tendo em contas a forma como decorreu o jogo. Resta saber se os arsenalistas vão continuar isolados no comando ou se vão ter a companhia do Benfica, que hoje defronta a Académica.
Diario Minho
(http://imgs.sapo.pt//paperleap_capas/2009/12/06/0315_correiodominho_3940_bancas.jpg)