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Zona cinzenta

A atualidade desportiva em Braga vive momentos dolorosos, que resultam de uma prestação periclitante da equipa principal, bem como das eliminações precoces e inesperadas nas duas taças internas, da Liga e de Portugal.

O treinador Carlos Carvalhal tem sido alvo de permanentes avaliações, tal como acontece a todos os treinadores, ainda que por vezes essas avaliações passem os limites do razoável, com tudo o que isto encerra de subjetivo. A época anterior foi muito boa, do melhor que a longa história bracarense consegue contar, com a obtenção do quarto lugar, considerado como serviço mínimo, mas com o apuramento meritório para três finais. A Taça da Liga e a Supertaça fugiram ao espólio de Braga, para o Sporting, mas a Taça de Portugal coroou com sucesso, frente ao Benfica, uma época longa e permitiu às almas braguistas festejarem à chuva junto da equipa, quando esta regressou de Coimbra, uma vez que as emoções foram vividas de longe por força de uma pandemia que demora em sair do nosso quotidiano.

A presente temporada começou com a terceira final que Carvalhal conseguiu no clube do seu coração, mas a perda da Supertaça para o campeão Sporting foi dolorosa e deu início a um percurso, nas várias competições, onde as expectativas eram elevadas, mas que em várias alturas não se confirmaram. Claro que os momentos negativos também custam muito ao treinador, que sente a pele braguista como algo natural, como o próprio refere diversas vezes, pois ele perde como treinador de futebol e como adepto, que sente a equipa desde o berço.

Os tempos mais recentes trouxeram amarguras indesejadas aos braguistas, ávidos de ver a sua equipa vencer. Primeiro foi uma eliminação humilhante no Bessa, onde o filme de terror ali vivido não tinha passado pela mente de ninguém, de ambos os lados. A equipa soube reerguer-se e vencer no jogo seguinte para a liga portuguesa, frente à B SAD, mas a diferença mínima observada no resultado mostrava bem como o pesadelo do Bessa não tinha sido coisa do passado. Sabemos bem que entre as palavras dos intérpretes e a realidade vai, muitas vezes, uma distância grande. A vitória tinha sido conseguida e era afinal o objetivo primordial desse jogo, o que permitiu preparar o jogo de Vizela com alguma tranquilidade, onde a equipa iria defender o seu título. Mas o tempo voltaria a proporcionar mais uma deceção à Legião do Minho, que assim viveu um Natal mais triste do que esperavam.

O jogo da Taça de Portugal representou uma despedida indesejada, mas que não surpreende tanto como noutras ocasiões, em função da inconstância da equipa na presente temporada. Para trás fica uma derrota (1x0) frente aos vizelenses, que lutaram muito para serem felizes, ao passo que os de Braga sofreram cedo e cedo perderam um jogador, Abel Ruiz, que o VAR expulsou, tal como aconteceria mais tarde a outro jogador, André Horta, o que ajudou a ditar a sentença da eliminatória. A arbitragem de Nuno Almeida nem foi muito negativa e teve a ajuda do VAR, em momentos decisivos, mas o estilo arrogante e vaidoso do árbitro consegue irritar a mais pacata alma das bancadas.

Em paralelo, nos tempos abordados acima, houve um rol de notícias sobre o eventual interesse do Flamengo em Carlos Carvalhal, que nunca teve em Braga uma resposta categórica às diversas investidas da imprensa, e em que a visita de cortesia dos dirigentes brasileiros ao “centro de treinamento” dava azo ao dito popular da possibilidade de existir fogo de onde provinha tanto fumo indesejado. Este clima de aparente incerteza criou uma zona cinzenta que não beneficiou em nada a equipa, e que se pode ter refletido nos resultados já mencionados. Agora, resta olhar em frente, com a garantia presidencial de continuidade de Carlos Carvalhal em Braga até ao final e com quem a equipa irá vencer. É esta, pelo menos, a convicção que resulta das palavras que finalmente foram proferidas em público sobre a clarificação da posição do técnico. Talvez fosse boa ideia preparar em segredo uma nova etapa, sem alteração do comando técnico. Veremos o que o futuro próximo reserva.

 

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