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Vantagem nos quartos

Ouve-se, com muita frequência, apelidar o SC Braga como equipa B dos clubes do sistema. O clube associado depende da simpatia do adepto que fala, mas depois das contas feitas é o clube bracarense que mais luta dá e mais vezes ganha a esses adversários. Começa a escassear a paciência para tanto disparate junto, quando as pessoas (menos informadas) se pronunciam sobre o tema. Trata-se, inequivocamente, de um mito criado, que com o tempo foi desconstruído, como mostram os resultados. Posso referir que outros clubes que ambicionam chegar ao nível arsenalista registam números bastante negativos nos confrontos com os autoproclamados grandes, ao passo que o SC Braga, por exemplo, venceu cinco dos últimos sete encontros frente ao Benfica, o que contraria aquela ideia superficial e nada rigorosa de que na Bracara Augusta existe uma suposta equipa B do clube da águia. Isto é válido para os outros rivais que aqui são considerados. A este assunto não voltarei, por muito que ele cause urticária ao universo braguista, uma vez que para mim o tema é mesmo um conjunto vazio.

Depois de ter batido o Benfica, com toda a justiça, por 3-2 na jornada anterior, numa Pedreira engalanada para derrotar as águias, os Gverreiros do Minho, repletos de moral, receberam os escoceses do Rangers, para a Liga Europa. A jovem equipa de Carlos Carvalhal, que tem espantado a Europa do futebol, conseguiu uma importante vantagem nos quartos (de final), sendo a única registada nesta primeira mão, em face dos três empates registados nos outros encontros.

A anteceder o jogo, a Pedreira teve uma coreografia diferenciada, a condizer com a importância do jogo e ao longo do encontro o público de Braga foi muito importante, fazendo passar despercebida a presença de alguns milhares de escoceses no estádio, algo que não é fácil de conseguir, em função da tradicional festa que o futebol representa para aquelas gentes, que se apresentaram com a tradicional excessiva taxa de alcoolemia.

O SC Braga mostrou uma maturidade paradoxal com a juventude da sua equipa e soube adaptar-se aos vários momentos do jogo, agarrando com maestria aqueles em que esteve por cima e sofrendo unida quando a isso foi forçada. A vantagem de um golo foi conseguida no primeiro tempo, depois de uma bola no poste, em que o azar traiu o Capitão Ricardo Horta e após o VAR ter intervindo para ajudar na anulação do golo inaugural, obtido pelo outro Horta (André), que permitiu os festejos duplos, primeiro dos braguistas e depois dos visitantes, devido à anulação do golo. Mas, a festa a valer chegaria com o golo de Abel Ruiz, que marcou pelo terceiro jogo uefeiro consecutivo e, assim, readquiriu a confiança que andava arredia, como ficou bem vincado nas lágrimas na altura da eliminação do Sheriff, quando tinha falhado o penalti que podia ter decidido mais cedo o apuramento. O Abel Ruiz que já foi titular na principal seleção de Espanha está de volta e a sua qualidade é de novo determinante.  Outro nome que apraz registar é o de Rodrigo Gomes, cuja evolução tem sido evidente com o decorrer dos jogos, sendo, por agora, um nome relevante na estratégia do técnico bracarense.

O jogo terminou em festa e os brácaros passaram mais uma imagem positiva ao exterior do grupo, tanto cá dentro, como lá fora. Ainda nada está ganho nesta eliminatória, mas um golo de vantagem permite jogar na Escócia com dois resultados que permitem transformar o sonho de se manter em prova numa realidade.

Hoje regressa a liga portuguesa e face ao contexto atual, se eu fosse o treinador fazia descansar os titulares, todos (ou quase) e preparava, assim, o importante jogo de Glasgow, na próxima quinta-feira em muito melhores condições. Não sei o que fará Carvalhal, mas é preciso assumir uma opção de apostar todas as fichas no jogo da Liga Europa, onde as meias-finais vão além de uma miragem, por agora.

Uma nota negativa final para o deplorável estado do ecrã gigante da Pedreira.  Ora, se o Edil bracarense reclama a propriedade do estádio municipal a ponto de lhe passar pela sua mente vendê-lo, compete-lhe, na qualidade de senhorio, proceder à sua reparação, de modo a evitar que o estado atual do marcador eletrónico dê uma imagem de desleixo que tem sido demasiado óbvia.

 

In zerozero.pt

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