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Regresso sagrado

Terminou a pausa nas competições que deu lugar aos jogos das seleções, que, tal como os clubes, também jogam em calendário apertado. Coisas da pandemia.

O regresso da liga portuguesa mostrou que as vitórias estão cada vez mais difíceis, tal como mostram as vitórias tangenciais e sofridas de SC Braga (em Faro), Porto (vitória no último minuto, em casa, frente ao Santa Clara) e Benfica (vitória de penalti duvidoso, em casa frente ao Marítimo), e o empate do Sporting (em Moreira de Cónegos, depois de provar do próprio veneno, ao sofrer o golo do empate nos descontos).

A deslocação bracarense ao mítico Estádio de São Luís mostrou enormes dificuldades, que foram além da mera distância geográfica. Os farenses, bem orientados por Jorge Costa, jogam bem, vão à luta e discutem os resultados com qualquer adversário. Ali a receção pode ser cordial até as equipas entrarem no relvado, porque depois a conversa é outra.

Carlos Carvalhal dispôs de um tempo que várias vezes reclamou para preparar o jogo e viu, ainda, recuperados os centrais Raul Silva e Rolando, que acrescentam experiência ao setor defensivo, mesmo que o ritmo de jogo ainda não seja o melhor. O tempo dará uma ajuda, certamente. Longe das opções, devido a lesão, ainda estão Sequeira e André Castro, tal como esteve neste jogo Fransérgio, mas por castigo. Em Braga não se recorre dos castigos e os cartões contam, ao contrário do Sporting, por exemplo, onde o quinto amarelo de Palhinha conta, mas não impede de jogar, numa caldeirada à boa maneira portuguesa.

O jogo foi intenso e de desfecho imprevisível, com as duas equipas a buscarem a felicidade de conquistarem a vitória, algo que acabou por sorrir ao SC Braga, que conseguiu chegar ao triunfo nos descontos, numa bola que parecia não caber na baliza, tal foi a dificuldade para entrar, escassos instantes depois de Matheus ter mostrado serviço de qualidade na baliza, ao defender duas vezes, no mesmo lance, em cima da linha de golo. Há quem diga que a sorte dá trabalho, mas reconheço que o triunfo teve essa dose de felicidade, que várias vezes fugiu da equipa. O próprio treinador reconheceu essa fortuna na análise serena que fez ao encontro. Foi um regresso sagrado ao nível do resultado, uma vez que a nível exibicional a equipa ainda está distante do que pode fazer.

A competição prossegue, com a certeza de que os triunfos serão cada vez mais difíceis de obter e exigem cada vez mais que a equipa coloque em prática aquilo que faz no “laboratório” da Cidade Desportiva. Todos nós acreditamos que existe ainda muito para conquistar e que o futuro podemos tentar alterar, uma vez que no passado não há nada a fazer, a não ser refletir sobre ele.

Um sublinhado especial para o regresso, gradual, de Rui Fonte ao trabalho do relvado, algo que o deve deixar feliz, depois de ter passado mais um período longo a recuperar de uma arreliadora lesão. Faço votos para que o retorno à competição aconteça no tempo devido, sem pressas e sem mais azares no futuro, pois as lesões que teve na carreira já foram bastante penalizadoras. Bem-vindo, Rui Fonte.

In Diário do Minho de 08-04-2021

Foto SC Braga

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