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QUE CRESCIMENTO QUEREMOS?

Depois da indesejada e precoce eliminação nas taças a nível nacional, o SC Braga centra as suas atenções internas na liga e a nível internacional procurará certamente chegar o mais longe possível na Liga Europa. A equipa bracarense recebia o Benfica a uma curta distância de três pontos, pelo que o jogo seria um teste forte às suas reais capacidades. Era um jogo que, na momentânea luta pelo último lugar do pódio, valia seis pontos, em que uma vitória arsenalista deixava as duas equipas empatadas, um empate mantinha tudo como estava e uma vitória visitante valia uma distância de seis pontos. Nestes jogos com os três do sistema a equipa tem ainda muito para crescer.

A primeira parte do jogo foi um deserto de ideias no conjunto de Braga (não se podia chamar equipa áquilo que ali estava), com o Benfica a chegar ao golo na primeira incursão ofensiva e que resultou de um lançamento de linha lateral a favor dos locais, com Danilo a perder a bola numa zona nada aconselhável e a restante equipa a não ser capaz de emendar o erro do médio brasileiro. Ora, Danilo tinha passado pelo Benfica e parecia querer mostrar que ainda teria lá lugar, o que condicionou e muito a sua ação ao longo do jogo, cujo rendimento ficou bastante aquém do que realmente pode e sabe. Até ao intervalo surgiu um lance de perigo que os visitados não souberam converter. Pode dizer-se que o SC Braga ofereceu de bandeja um avanço de quarenta e cinco minutos a um adversário que nestas situações não se faz rogado e impõe a qualidade individual dos seus atletas. O segundo tempo abriu com nova chance de golo dos visitantes, numa bola que ainda beijou o poste, até que Jonas aproveitou novo lance de cerimónia e fez o 0-2. A eficácia ditava leis, uma vez que um minuto antes Ricardo Horta viu o guarda redes negar o golo do empate. Surgiram então as alterações nas equipas, com relevo para a boa entrada de João Carlos Teixeira, com o golo que devolvia esperança a surgir por intermédio de Paulinho. Os dez minutos seguintes mostraram um Braga crente em busca do empate, que poderia ter surgido por duas vezes, pelo que apetece perguntar onde tinha estado aquela equipa. Nos descontos surgiu o golo do 1-3 que seria a estocada final no jogo, em mais um lance macio e apático dos locais, construído de modo lento e pensado. Estava (mal) feito o resultado final.

Vestindo o papel de “treinador de bancada” avalio como muito fraca a prestação global do primeiro tempo, não consigo perceber o excesso de erros individuais cometidos ao longo do jogo, que perante adversários deste calibre têm normalmente um preço elevado, nem as opções do treinador Abel Ferreira, que não tinha no banco uma alternativa aos dois médios, uma vez que Assis foi (novamente) para a bancada. O técnico fará certamente uma introversão e concluirá com facilidade que já teve dias bem mais felizes. Um olhar de fora não consegue entender a gestão de Assis neste plantel, pois se o treinador não conta com ele que se arranje uma solução que minimize os estragos causados numa das mais caras contratações de sempre e que apareça uma alternativa credível, pois Fransérgio, que era garantia de rendimento elevado, só regressa na próxima época.

Faltam disputar dezasseis jornadas, ou seja, praticamente a segunda volta. Espero que esta distância para o terceiro lugar não retire um pingo de ambição na equipa e que a resposta surja já em Portimão, pois ter dois jogos seguidos sem vencer neste contexto seria muito mau. A equipa tem que olhar para cima e reforçar as suas legítimas aspirações para a presente temporada, preparando também o futuro através de um crescimento que exige diversas respostas. O treinador Abel Ferreira tem um elevado potencial e é bom que aprenda com os próprios erros, crescendo com eles, pois em Braga tem condições para realizar um trabalho nos próximos tempos que o deixe ligado à história do clube. Os jogadores devem aproveitar a oportunidade de representar um clube que atingiu esta dimensão e mostrar que a sua qualidade pode trazer à capital do Minho grandes conquistas nas épocas vindouras. Os adeptos devem reforçar a sua presença no estádio, pois não basta aparecer nos momentos dos festejos. Todos devem fazer parte do projeto e do crescimento do clube.

Assim, a hora é de questionar de modo coletivo que crescimento queremos para o SC Braga? Não basta dizer que se é bom jogador ou que, como adepto, se é braguista. É preciso e urgente criar uma união que defina com clareza o que pretendemos, de modo a reforçar as ambições que pretendemos como Gverreiros do Minho.

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