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Quartos duplos

A aventura europeia do SC Braga continua nos quartos de final da Liga Europa, para onde se apurou com todo o merecimento, ao eliminar o AS Monaco, com uma vitória na Pedreira e um empate no principado. Note-se que essa igualdade teve um sabor a vitória por permitir atingir o objetivo principal de seguir em frente, ainda que o golo sofrido tenha acontecido mesmo sobre o final da partida.

Com uma moldura de adeptos presentes que enche de orgulho a Legião, os minhotos viram os monegascos perder rapidamente as esperanças de virar o marcador adverso que vinha da Pedreira depois de Abel Ruiz inaugurar o marcador, por volta da vintena de minutos. O internacional espanhol seria mesmo um nome decisivo na eliminatória, ao marcar nos dois jogos, ainda que coletivamente a equipa tenha estado a bom nível e tenham existido outros nomes com bom desempenho.

O feito alcançado no Mónaco pelos Gverreiros do Minho não teve o merecido destaque, havendo mesmo uma desvalorização leviana, fazendo crer que se tratava de um adversário menor, ideia contrariada no último fim de semana pelo triunfo frente ao (quase) campeão PSG, por claros 3x0. Eu tinha dito e escrito que o plantel monegasco era, provavelmente, o melhor a seguir aos parisienses, o que valoriza ainda mais a forma séria e, simultaneamente, entretida como aqueles rapazes que Carlos Carvalhal comanda chegaram às oito melhores equipas da Liga Europa. Nesta competição seguem-se os escoceses do Rangers, pelo que na cabeça dos braguistas existe o sonho de dar mais um passo em frente, sendo desejo de todos que ele se torne realidade.

O regresso à liga portuguesa trazia de volta a realidade de quem chegava a Portimão depois de três jogos sem vencer e vinha de uma derrota caseira frente ao Gil Vicente, que a aleatoriedade do futebol quis que acontecesse, num jogo em que os galos estavam satisfeitos com a terminação do empate e viram cair-lhes, do nada, a sorte grande da vitória. Foi, por certo, um momento doloroso aquele da derrota, mas a equipa soube sair dele e entender que a vida continuava além-fronteiras e, também, internamente. O desaire intramuros deixou o quarto lugar a uma curta distância de um ponto, com os gilistas a surgirem numa luta que à partida não era deles, pelo que o encontro do Algarve, antes da paragem das seleções, crescia bastante de importância.

O SC Braga soube vencer o Portimonense no seu reduto por 2x1 e ampliou a vantagem para três pontos, estando agora um pouco mais confortavelmente instalado no quarto lugar, definido por todos como objetivo mínimo a atingir, mas que requer ainda muito trabalho para se tornar definitivo.

A posição ocupada na liga e a atual eliminatória deixam os brácaros instalados em quartos duplos, a nível interno e a nível externo, sendo muito maior a relevância internacional da época que tem espantado a Europa do futebol em função da juventude do plantel arsenalista, que tem demonstrado uma qualidade que muitos colocaram em causa.

Segue-se, agora, uma pausa na competição dos clubes para dar lugar às seleções, o que vai permitir a Carlos Carvalhal preparar convenientemente os exigentes desafios que se seguem, de uma forma mais planeada e tranquila. Uma nota negativa, de novo, para o facto de o selecionador português desconhecer que em Braga também existem jogadores com nível de seleção, que ele teima em ignorar, enquanto ocupa um lugar que já há muito não merece.

 

In Diário do Minho de 24-03-2022

Foto SC Braga

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