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Preparação do dérbi ímpar

O SC Braga venceu os dois últimos jogos, ultrapassando a péssima entrada em 2022 onde tinha registado, em Braga, um empate, frente ao Famalicão, e uma derrota, frente ao Marítimo, o que deixou um rasto de desconfiança geral em toda a Legião. Porém, a vitória em Alvalade, onde ainda ninguém tinha derrotado o Sporting de Rúben Amorim a nível interno, reanimou as hostes, pelo que a equipa surgiu no reencontro com os seus adeptos com o ânimo reforçado para receber o vizinho Moreirense. O futebol é mesmo imprevisível e numa semana os adeptos braguistas foram da depressão de uma derrota nos instantes finais frente ao Marítimo, à euforia que passou a reinar depois do triunfo, também nos instantes finais, em Alvalade, frente ao Sporting. Estes sentimentos são perfeitamente naturais no futebol, onde tudo é demasiado efémero e ninguém pode adormecer ou repousar sobre um sucesso, porque o fracasso pode vir logo a seguir.

A primeira parte foi amorfa e as ideias rarearam, pelo que o nulo refletia a parca qualidade de jogo surgida em campo, com maiores responsabilidades para os bracarenses. O intervalo registou três alterações de Carlos Carvalhal e a segunda parte começou de modo bastante diferente, pelo que foi com naturalidade que os dois golos do triunfo arsenalista culminaram a clara subida de produção entre as duas partes distintas, situação que replicava o que se passara no jogo de Alvalade. Curiosamente, em ambos os jogos o SC Braga venceu as respetivas segundas partes por 2-0, o que consolidou o processo de maturação desta fase, que se deseja ver prolongada. A vitória frente ao Moreirense, que promoveu o regresso de Sá Pinto a Braga na qualidade de adversário, permitiu consolidar o quarto lugar e devolver o sorriso ao grupo de trabalho, aumentando os índices de confiança do grupo de trabalho.

Pelo descrito, é num contexto favorável que o SC Braga prepara a deslocação a Guimarães, onde irá encontrar um adversário cuja rivalidade já vem de muito longe e faz desse dérbi um jogo ímpar no contexto nacional, com todo o respeito pelos outros que existem no Minho e, até, noutras regiões do país. O meu desejo é que a rivalidade se mantenha durante o jogo, mas que antes e depois não se registem incidentes e muito menos atos de violência, que devem ser banidos dos recintos do futebol de modo a promover a ida aos estádios, quase sempre desertos, em família e com a segurança reveladora de boa cidadania. Pode ser um caminho longo e difícil, mas não pode haver alternativa, porque ela será sempre pior. Os comportamentos desviantes, que existem dos dois lados, não podem merecer aceitação de ninguém, porque, afinal, há vida para além do futebol, felizmente.

O mercado de inverno fechou, com mexidas que eu não gostava de ter visto. Saíram de Braga: Galeno, para o Porto, num negócio equilibrador que faz sentido, Mario González, para o Tenerife (Espanha), num empréstimo que deixa uma escassez preocupante nas opções ofensivas, Raul Silva, para o Estoril, onde merece ser feliz, e Chiquinho, devolvido à procedência depois de nunca se ter imposto como se expectava. A aguardar um destino que agrade continua Lucas Piazon, de quem se esperava mais. As entradas chegam da formação e Carlos Carvalhal terá trabalho aturado e aliciante para promover mais meninos do “infantário da Cidade Desportiva”. Que role a bola, porque ela é redonda e faz o povo sonhar.

 

In Diário do Minho de 03-02-2022

Foto SC Braga

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