Esta época, têm sido vários os exemplos em que a crença dos Gverreiros do Minho fica bem espelhada. O SC Braga já deu a volta ao marcador por sete vezes, tendo recuperado da desvantagem para a igualdade final noutra ocasião, nos dezasseis jogos até ao momento. Outro dado relevante refere-se aos oito jogos em que a equipa marcou golos perto do final das primeiras ou das segundas partes, que atesta bem que desistir não entre no vocabulário deste grupo de trabalho bastante jovem e que tão boa conta tem dado de si, apesar das muitas mudanças sofridas. Se noutros tempos sofrer um golo era motivo de desânimo, agora a “fé Gverreira” vai dos jogadores até aos adeptos, num sentimento que ajuda e muito a vencer.

Em Braga não têm faltado jogos oficiais, que se têm sucedido a um ritmo alucinante, nas diferentes competições. Os dezasseis jogos disputados englobam oito na liga, dois na Taça CTT e seis na Liga Europa, tendo a equipa de Abel Ferreira obtido onze vitórias, dois empates e três derrotas, o que se pode avaliar como um percurso positivo. Não fora aquela inesperada derrota de Setúbal e a equipa bracarense estaria no terceiro lugar, que neste momento está a dois pontos de distância. Assim, o SC Braga está no quinto lugar da liga, tendo já jogado contra três dos primeiros quatros classificados da última edição, continua na luta pelo apuramento na Taça CTT, com um calendário muito adverso, e lidera isolado o seu grupo na Liga Europa, onde os sorteios colocaram pela sua frente cinco adversários provenientes da Liga dos Campeões, registando até ao momento um empate e cinco vitórias nos embates europeus. É neste contexto, de relativo sucesso e de dificuldades, que surgiu esta pausa na competição, que pode permitir ao treinador Abel Ferreira algum tempo para trabalhar com um plantel, que segundo ele tem “vinte e quatro titulares” e recuperar fisicamente alguns elementos. Que esta pausa seja benéfica, mas que não se converta em nenhuma perda de ritmo, uma vez que se segue novo ciclo intenso de jogos, com elevado grau de dificuldade.

Um fator que tem tido uma gestão de referência é o da rotatividade, onde cada jogador se sente importante, pelo que quando técnico diz que conta com o plantel não o faz de forma vazia. Quando recebeu na última jornada o Estoril e fez oito alterações no onze que jogara contra os turcos do Basaksehir, os adeptos ficaram desconfiados com tantas mudanças, mas a vitória obtida, com goleada, deu razão ao treinador que assim apresentou uma formação com maior frescura física e que isso fez diferença.

Os próximos tempos de competição começam com a estreia na Taça da Portugal, onde existem legítimas aspirações de marcar presença na final, pese embora o SC Braga esta época não ter sido bafejado pela sorte nos sorteios realizados. Assim, o primeiro jogo realiza-se frente ao S. Martinho, do terceiro escalão, no recinto do D. Aves, numa alteração feita por vontade dos visitados, já no próximo sábado, pelas dezoito horas. Atendendo à proximidade geográfica e à boa hora a que se realiza, espera-se uma grande afluência braguista no apoio à equipa.

Não vamos vencer sempre, mas exige-se que os jogadores lutem sempre para vencer, acreditando até ao último minuto de cada uma das partes em cada jogo, como tem acontecido na presente temporada. A equipa está num bom caminho, mas ainda não ganhou nada e no futebol, como na vida, as coisas por vezes mudam rapidamente, mas este jovem plantel e este jovem treinador têm larga margem de progressão. Aproveitem a chance que a vida lhes proporcionou e façam felizes os bons adeptos braguistas, que bem merecem, depois de uma época anterior abaixo das expectativas.