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Pausa excessiva

O tempo competitivo dos clubes esteve parado, para dar lugar aos jogos das diferentes seleções. Em Braga, existe um sentimento de orgulho pelos muitos atletas chamados a representar as diferentes seleções, mas em relação à seleção principal de Portugal a deceção domina o espírito braguista, uma vez que nenhum jogador foi chamado para a representar. Nada de novo neste reinado de Fernando Santos, que ostracizou injustificadamente tudo o que seja proveniente da “Brácara Bimilenar Augusta”. Sobre as diversas convocatórias a falta de critérios é o único critério observado, de forma lamentável.

O engenheiro poucas vezes se desloca à “província” e quando o faz deve estar muito distraído com o aparato do estádio que, sendo mau como recinto desportivo para os seus frequentadores, permitiu até hoje ao seu autor a conquista de vários prémios internacionais. É pena que Souto Moura não seja uma presença assídua das bancadas da Pedreira, bem junto do povo, depois de fazer um longo percurso a pé, num qualquer dia de chuva, pois se isso acontecesse rapidamente concluiria que, afinal, a obra que um dia desenhou não é aquilo que ele imagina e tornou-se num fator negativo, que afasta as pessoas do futebol, com prejuízos nefastos para o SC Braga. Voltando ao selecionador, ele deve ser um dos protegidos da sorte, tal a forma como faz o seu trabalho, o apresenta em público e consegue vencer. Perdão, conseguiu, pois desde as conquistas, que todos agradecemos, já passou demasiado tempo num cargo que deveria ter cedido a alguém mais competente e imparcial.

Pelo facto de nenhum jogador estar ao melhor nível da pátria e porque o SC Braga vinha de uma fase muita positiva, esta pausa parece excessiva. Um outro olhar terá, por certo, o treinador bracarense, Carlos Carvalhal, ávido de tempo para dar algum descanso aos seus Gverreiros e promover “treinos aquisitivos”, como o próprio refere várias vezes.

Os próximos tempos em Braga são de exigência elevada, uma vez que a sua principal equipa se depara com desafios complicados, tanto cá dentro, como lá fora. O início dessa fase, que se deseja de sucesso, acontece já amanhã, quando a Pedreira acolher o Benfica, num jogo entre quarto e terceiro classificados. Ambas as equipas jogam nas competições europeias na próxima semana, como únicos representantes lusos, o que justifica esta antecipação temporal do confronto, pelo que ambas anseiam por um resultado melhor nas competições da UEFA do que propriamente neste jogo da liga.

A nível internacional o SC Braga tem tido uma época enorme, disputando o acesso à meia-final da Liga Europa com os escoceses do Rangers, numa eliminatória que se antevê equilibrada e que, em teoria, abre boas perspetivas de aspirar a uma vida europeia ainda mais longa. Lanço daqui o desafio a todos os braguistas para que compareçam em número elevado no apoio à equipa arsenalista, com a esperança de que mais uma grande noite possa acontecer, de modo que as recordações escocesas no futuro não passem da observação do estádio, diferente dos outros, para o bem e para o mal.

Uma nota final para a equipa feminina brácara que venceu, na Feira, a Taça da Liga, frente ao Benfica. A decisão implicou o desempate nos pontapés da marca de grande penalidade, onde as Gverreiras ofereceram ao museu bracarense o único troféu que lhe faltava. Que a festa da conquista se repita, em breve, na Taça de Portugal.

 

In Diário do Minho de 31-03-2022

Foto SC Braga

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