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Otorrinos e…conversas em surdina

Necessito urgentemente consultar um otorrinolaringologista. Quem me conhece e sabe que acuidade auditiva não é o meu forte, pensará que piorei, mas não, ouvir mal até acaba por ser positivo, principalmente quando amigos benfiquistas querem queixar-se do Filipe Augusto, do Varela, do Vitória ou...da falta delas. O meu problema, agora, é mesmo garganta. Não estou a conseguir recuperar a voz. O início do ano letivo, com aulas em pavilhão, obriga a falar alto, fazendo até com que alunos e alunas mais sensíveis optem por tapar os ouvidos quando o faço demasiado próximo. Esta rouquidão é um problema recorrente, e cíclico, mas que no ano passado corrigia facilmente com repouso ao fim de semana. Este ano tem sido impossível e sinto-me entrar em fase de sobretreino (desajuste entre a exigência e a adaptação) ao nível da garganta.
As vitórias do Sporting Clube de Braga que têm surgido após remontadas levam, evidentemente, a um festejo mais forte e duradouro, depois, há o acréscimo de acontecerem bissemanalmente por causa da liga europa, já para não falar na volta de honra dos atletas, e restante staff, no final dos jogos (há quanto tempo eu esperava por esta cópia do andebol, que ajuda a uma maior e mais intima ligação atletas/público) que nos “obriga” a novo cântico e novo aplauso. No último fim de semana, então, com seis golos, as bancadas em uníssono a puxar pela equipa e esta a puxar pelas bancadas, puseram-me eufórico e afónico, e como eu, uns milhares mais, com alguns a acumularem festejos desportivos com autárquicos. Como se isto não bastasse, ainda existem as vitórias do ABC, em menor número, é certo, mas com a benesse dos festejos nos pavilhões acontecerem de minuto a minuto.

Quem não padece destes problemas, são os funcionários da FPF que em surdina afirmam não se sentirem aptos (em controlo regulamentar) a perceber se o SCB apresentará determinado número de titulares na taça, porque nem o Abel, por muito boa vontade que tenha, os consegue ajudar. Ainda nesta competição, aguardo com expetativa a vinda do Boavista a Vila Verde onde há bares que tentando cativar miúdas, já promovem para essa noite, após o jogo, uma tertúlia intitulada “À conversa (baixinho) com…Jorge Simão”. E, é em surdina também que se estranha a convocatória do Éder, esquecendo o misticismo e crenças que envolvem o futebol. Fernando Santos convocou-o porque, sendo este jogo uma final, se aos 70 minutos não estivermos a ganhar à Suíça, chama-o, e (já sem garganta também) diz-lhe baixinho: “Pensas que vieste de tão longe só para passear? Vai lá para dentro e… repete Paris”.


Finalmente, e de volta ao meu problema, percebi que estando os otorrinos em Braga, por motivos óbvios, saturados de clientes, resta-me poupar a voz nas aulas, até porque, inteligentes como são, os meus alunos já mostram saber que quando fazem o que não devem, basta um olhar ou sinal, para se sentirem impelidos a fortalecer os músculos dos braços, permitindo-me assim, fortalecer com o devido repouso, os da garganta.

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