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O princípio do fim da época

A época em Braga já vai longa e desgastante, com muitos jogos, ainda que os adeptos gostassem de ter visto mais alguns, em especial ao nível das taças internas.

Em relação ao jogo europeu da semana passada, está ainda bem viva nas memórias braguistas a forma como a equipa foi empurrada para fora da Liga Europa, ante um Rangers que em nada era superior ao SC Braga. A vantagem de um golo que ia da Pedreira até ao Ibrox Stadium foi anulada bem cedo no jogo, na sequência de uma entrada forte dos escoceses, que se exibiram em superioridade durante toda a primeira parte. Perto do intervalo surgiu o início do protagonismo indesejado do árbitro francês, que seria determinante no desfecho da eliminatória, com claro prejuízo para os arsenalistas. Os erros grosseiros penderam sempre a favor do Rangers, começando na expulsão desajustada de Tormena no lance do penalti, que deu vantagem escocesa, tanto no agregado das duas mãos, como no número de jogadores em campo, e acabando na incoerência de não ter marcado grande penalidade sobre Ricardo Horta, em tempo extra, numa altura em que os bracarenses já só eram nove em campo, devido à expulsão de Iuri Medeiros, que teve um comportamento reativo desaconselhado, atendendo em especial à vontade do árbitro de castigar a sua equipa. O prolongamento foi forçado por um golo muito festejado, saído da cabeça de David Carmo, que devolveu a esperança à equipa de Carlos Carvalhal, e foi neste período que surgiu o golo que valeu a eliminatória aos escoceses, por intermédio de Roofe, a quem o árbitro perdoara, de modo inaceitável, a expulsão, alguns minutos antes.

Para a história fica uma boa participação europeia do SC Braga, que fez da Pedreira a sua fortaleza e não permitiu que nenhum adversário saísse de lá na condição de vencedor. Esta foi a primeira vez que os brácaros venceram um jogo nos quartos de final da Liga Europa, numa temporada em que a alteração da regra dos golos fora impediu o seu apuramento. Em abono da verdade, devo referir que concordo com esta alteração, que teoricamente privilegia o espetáculo.

O regresso à liga portuguesa aconteceu no Estoril, onde o nulo acaba por ser o corolário lógico do que o jogo proporcionou, ilustrando a ineficácia atacante da equipa de Braga, por um lado, e a eficácia defensiva, por outro, resultado que alarga o número de jogos com folha limpa. Esta melhoria defensiva ao longo da época está diretamente ligada ao regresso, em bom plano, de David Carmo à equipa e ao futebol, depois de uma travessia do deserto que chegou a ser desesperante. Podem ser encontrados outros fatores, mas este parece-me o mais relevante e que me apraz registar, uma vez que o atleta é um dos valores a quem se augura um futuro muito risonho neste plantel, se o azar não mais lhe bater à porta, como é desejo generalizado.

O apuramento europeu está arrumado e o quarto lugar a uma curta distância formal, uma vez que o Gil Vicente fraquejou, inesperadamente, a seguir à vitória em Braga. Os gilistas terão mesmo de se preocupar com quem se segue na tabela, de modo a tentar segurar o quinto lugar que ocupa e que premeia o grande trabalho realizado. É o princípio do fim da época, pelo que daqui surge o meu apelo à equipa para que tente realizar uma boa ponta final.

Uma nota final para o futebol de praia, onde os Gverreiros das areias começaram a época com a conquista da primeira edição da Supertaça. A vitória aconteceu frente à Casa do Benfica de Loures, que foi o finalista vencido da época passada, tanto na taça como no campeonato, surgindo assim esta decisão como uma espécie de prémio pela grande época anterior realizada.

 

In Diário do Minho de 21-04-2022

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