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O momento

O artigo anterior falava de uma retoma que se anunciava com a difícil vitória conquistada ante o Tondela, com os golos a acontecerem já perto do fim. Então, a Pedreira respirou de alívio e eu pensei que seria ali o momento de viragem rumo ao caminho mais regular dos triunfos. Enganei-me- Por pouco, mas enganei-me.

O jogo dos Açores antevia dificuldades, porque naquele estádio as equipas encontram muitas complicações nos jogos, a não ser quando surge uma ajuda extra por parte da arbitragem, como sucedeu na recente visita do Benfica ao arquipélago, ou quando algo de anormal acontece. Ao SC Braga nada de extraordinário aconteceu, pelo que a vitória só poderia chegar através do seu labor e da sua competência.

Cientes da complexa deslocação, os Gverreiros do Minho pareciam alheados durante a primeira parte, tendo começado mal o jogo e ficando aquém do desejado nesse período. A segunda parte trouxe uma equipa mais consciente de que algo deveria mudar e assistiu-se a meia hora aceitável dos bracarenses, durante a qual surgiu o golo e mais algumas chances desperdiçadas. O último quarto de hora mostrou como a equipa não deve encarar um jogo, cedendo a iniciativa ao adversário e convidando-o a um sufoco final, impensável à partida em função do valor dos dois conjuntos. O golo da amargura, que quase levou à depressão muitos braguistas, chegou perto do fim do tempo de descontos concedido pelo árbitro, de livre direto e esse foi um momento de todo indesejado pela Legião do Minho. Mas aconteceu e com ele voaram dois pontos que impediram que a retoma se tornasse realidade, mostrando que no futebol, como na vida, cada momento é importante e pode mudar o rumo de qualquer coisa. Uma nota para mais um relvado miserável em Portugal, que se apresentou pesado e pouco propício ao bom futebol, onde os açorianos se mostraram mais adaptados, sem surpresa. Agora, que o jogo está realizado, já podem interditar o estádio, tal como fizeram no Marítimo. Nada de novo, portanto.

A periclitante entrada na época não tem fim à vista e a regularidade das vitórias tem sido, até agora, uma miragem, deixando inquietos os espíritos gverreiros. É nesta fase negativa que tudo o que parece mau acontece, em que cada erro cometido se transforma em prejuízo imediato ou onde os adversários são capazes das coisas mais extraordinárias. Mas, como não há mal que sempre dure, desejo que esta etapa negativa seja rapidamente ultrapassada, com a competência que os jogadores possuem, mas que não têm sido capazes de colocar em prática. É neles, jogadores, que se encontra a solução e só eles podem melhorar o que está mal.

As competições europeias voltam hoje à Pedreira, com a visita dos dinamarqueses do Midtjylland, o atual líder do respetivo campeonato. Pensar em facilidades neste jogo é dar um passo rumo ao insucesso, que nesta altura não vinha nada a calhar. Assim, espero que o conjunto de Carlos Carvalhal consiga uma exibição a condizer com o valor dos seus jogadores, lutando por uma vitória que recoloque alguma normalidade, perdida em Belgrado naquela derrota ante um adversário claramente mais fraco, mas que no relvado soube superiorizar-se aos arsenalistas. É no relvado que qualquer resposta deve ser dada e não nas palavras mais ou menos agradáveis ao ouvido.

Que comece o hino da Liga Europa, que a Pedreira já não estranha ouvir.

 

In Diário do Minho de 30-09-2021

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