O menino de Cabeceiras » Superbraga.com
You are using an outdated browser. For a faster, safer browsing experience, upgrade for free today.

O menino de Cabeceiras

O nome do momento em Braga aparece em forma de diminutivo, que em nada diminui o jogo soberbo que Vitinha fez para a Taça de Portugal, frente ao Santa Clara, a quem marcou os primeiros quatro golos de um jogo que o SC Braga venceu por 6x0 e que garantiu, dessa forma, o direito de continuar a defender o título de campeão da Taça de Portugal que tão justamente Coimbra viu conquistar na temporada anterior.

Pelas informações recebidas do meu amigo João Miguel Fernandes, o ilustre professor universitário que é autor principal do livro do centenário do SC Braga, o último jogador do clube a marcar quatro golos na Taça de Portugal num só jogo foi Lito, na distante época de 1977/1978, frente ao Matrena, ao passo que, considerando todas as competições, o último foi Chico Gordo, na temporada seguinte, frente aos malteses do Hibernians. Não incluo nesta lista os cinco golos que Barata marcou num só jogo, na temporada de 2001/2002, frente ao Alverca, numa vitória de 5x3 registada na derradeira jornada.

O menino de Cabeceiras deixou para trás o concelho de Basto para rumar a Braga em busca do sonho que comanda a vida de todos os jovens que “brincam” com uma bola colorida na formação arsenalista, e que consiste em um dia chegar à equipa principal, para treinar numa primeira instância e para jogar posteriormente. Mas a percentagem de atletas que o consegue com sucesso é reduzida, pelo que jogador tem por agora motivos para sorrir, até para as câmaras, uma vez que até para registos fotográficos ele é muito solicitado. Tudo tem acontecido rapidamente ao jovem de Cabeceiras, que assim vive um turbilhão de emoções, tocando no topo dos sonhos, o que requer uma gestão emocional adequada. Espero que o “miúdo” tenha o apoio que precisa a esse nível por parte do clube, de onde provém da formação, subindo gradualmente os diferentes patamares, e que conquistando, com muito trabalho, esforço e dedicação, o seu espaço na equipa principal, acabou por ultrapassar por agora os nomes consagrados dos avançados espanhóis Abel Ruiz, internacional A por Espanha, e Mario González, que fez uma grande época em Tondela, que o levou até Braga.

Convém recordar que Vitinha começou a época na equipa B, onde atuou nas primeiras jornadas, marcando vários golos, antes de se instalar de armas e bagagens na equipa principal. Mas, é bom que a humildade que o caracteriza se mantenha, pois no futebol, como na vida, tudo é muito efémero. Chegar ao topo é difícil, mas mais complicado é manter-se por lá. Espero que o jovem avançado bracarense mantenha vontade indomável de crescer, dado que um jogo não faz uma carreira e existe muito trabalho árduo pela frente, que poderá conduzir ao sucesso no futuro.

A formação em Braga, que prepara jogadores para chegarem ao patamar mais elevado da equipa principal, tem um projeto transversal que funciona como elemento facilitador na integração dos jovens que são chamados aos trabalhos com o plantel da equipa A. E quando um jogador tem de treinar às ordens integradoras de Carlos Carvalhal e depois acaba por competir na equipa B ou nos sub-23, isso nunca é visto como um castigo ou uma despromoção, mas como parte de uma etapa de um crescimento sustentado dos jovens atletas bracarenses.

Hoje é dia de regresso aos palcos europeus, com um jogo no recinto dos dinamarqueses do Midtjylland, onde é necessária a competência de todos para defender a liderança no grupo.

 

In Diário do Minho de 25/11/2021

Foto SC Braga

Partilhar