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NOITE ÉPICA

O SC Braga deslocou-se a Marselha e perdeu por 3-0, em jogo dos dezasseis avos de final da Liga Europa. Um adepto mais atento dirá que a derrota acaba por não ser muito má, o que dá para ter uma ideia do péssimo jogo realizado pelos arsenalistas e o real poderio do atual Marselha. Para a segunda mão fica a tarefa complicada, já na próxima quinta-feira, de inverter um resultado desnivelado. A missão é difícil, mas não impossível. Que a equipa seja capaz dar corpo ao pensamento de que “o sonho comanda a vida”, como um dia escreveu António Gedeão no poema “Pedra Filosofal”. Em Braga ninguém atirou a toalha ao chão e a luta pelo melhor resultado é obrigatória. Será que a Pedreira vai tremer com mais uma grande noite europeia? Oxalá.

Ainda pouco refeitos da triste exibição observada no sul de França, os adeptos braguistas uniram-se na deslocação massiva a Guimarães, para defrontar o eterno rival. Este jogo, entre os dois maiores símbolos do Minho, é muito mais que um dérbi e é, para o bem e para o mal, um jogo muito apetecido em Portugal. É um clássico ímpar que se observa sempre que jogam estes rivais. A anteceder o jogo os lamentáveis comportamentos de adeptos, que seriam detidos pela polícia, depois de desacatos inaceitáveis e de envolvimento em atos violentos com adeptos rivais. Não sei o que pode valer em termos práticos, mas deixo aqui um apelo à elevação de comportamentos e ao fim da violência nos estádios portugueses e fora deles. Há vida para além do futebol. Que não se afaste dos estádios quem quer assistir aos jogos de futebol.

O jogo dentro do relvado resume-se a um pesadelo para os conquistadores e a uma noite épica para alegrar os corações braguistas, que ainda “sangravam” pela má noite europeia vivida curtos dias antes. A polícia planeou mal os trabalhos, pelo que uma deslocação de vinte quilómetros, com direito a paragem prolongada na autoestrada, com saída duas horas antes do jogo não foi suficiente para que os adeptos entrassem atempadamente no estádio. Uma vergonha, que só foi esquecida pelos momentos inolvidáveis vividos no berço da nação. O resultado começou a ser construído numa distração de um jogador vimaranense, que foi aproveitada por Vukcevic para isolar Dyego Sousa com um toque simples, o que permitiu ao avançado caminhar para o golo inaugural como se não houvesse amanhã. Estavam abertas as hostilidades nas bancadas, que assim festejaram efusivamente, longe de imaginarem os adeptos as vezes que ainda iriam festejar. O brasileiro lesionou-se no mesmo lance em que marcou o golo inaugural, sendo substituído pelo “faraó” Hamed Hassan. O jogo decorria com apoio ininterrupto dos braguistas nas bancadas, quando Wilson Eduardo desperdiçou uma chance clara para elevador o marcador. Porém, o mesmo jogador poucos minutos volvidos surgiu isolado, com um jogador vitoriano a tentar cometer falta fora da área, cuja infração terminou dentro. Este lance significou uma grande penalidade e a expulsão do jogador que cometera a falta, sendo o momento do encontro. O egípcio Hassan elevou a contagem para 2-0. Ainda antes do intervalo, Vukcevic voltou a premiar o enorme apoio dos adeptos, proporcionado novo momento de alegria com a marcação do terceiro golo. Nem o mais pessimista adepto admitia a fuga de tamanha vantagem. A segunda parte trouxe mais dois golos, sendo o primeiro de bandeira marcado por Wilson Eduardo, que fez sair prematuramente muitos adeptos da casa. A noite épica dos braguistas seria culminada com o 5-0 final, obtido por intermédio de Ricardo Esgaio, depois de uma assistência primorosa de Hamed Hassan. Até final os bracarenses ainda poderiam ter chegado a números mais escandalosos, com os falhanços de Xadas e Hassan, cujos remates foram muito perigosos.

Quando ainda decorria a primeira parte e o resultado já estava em 3-0 para os Gverreiros do Minho, os “olés” provenientes das bancadas foram substituídos por novas manifestações de apoio à equipa, a pedido do treinador Abel Ferreira, que voltou a mostrar uma vez mais que é um Senhor o serviço do futebol. É preciso ser grande no momento da derrota, mas também é preciso ser no momento da vitória. Os meus parabéns Abel Ferreira pelo momento que foi uma lição para todos. Comportamento sublime do treinador que me apraz registar.

Nota final para a vantagem global do SC Braga sobre o rival, de 55 vitórias contra 53, ao contrário do que referiram os jornais, que têm omitido de um modo geral a inclusão da vitória na Taça FPF.

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