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Magia de pedra

O desejo de continuar a aventura europeia em Braga mantém-se bem vivo, depois de mais uma grande noite europeia vivida na Pedreira, na última quinta-feira, na receção ao AS Monaco.

Cientes do valor monegasco, a humildade colocada em campo pela equipa mais jovem desta Liga Europa foi uma realidade e o resto foi pura magia de pedra, que os braguistas, e o mundo, puderam ver in loco ou através da televisão.

O estádio bracarense, implantado num local de onde outrora foi extraída muita pedra, vestiu-se de vermelho e branco, apesar das condições adversas do tempo, para apoiar a equipa de Carlos Carvalhal, cuja aposta nos jovens da formação merece o apreço de todos, ainda que comporte riscos inerentes à idade precoce de vários dos seus jogadores.

À partida o equilíbrio na eliminatória era expectável, pelo que os erros assumem maior relevância nestas situações e, todos sabemos, como é maior a propensão ao erro nos jovens do que em jogadores experientes, ainda que isso nem sempre assim aconteça. Existia a curiosidade de saber quem iria começar o jogo com maior vontade de o definir e a entrada forte dos Gverreiros do Minho deve ter surpreendido os monegascos, assim como os próprios adeptos que chegaram um pouco mais tarde e não conseguiram ver, ao vivo, o primeiro golo, obtido no dealbar do encontro por intermédio de Abel Ruiz. O jovem avançado internacional espanhol andava de costas voltadas para o golo, com todas as implicações que isso tem na disponibilidade mental do atleta para os seus desempenhos. Foi um momento de libertação pessoal aquele em que a frieza no momento da decisão fez saltar os adeptos pela primeira vez nas bancadas, ou mesmo através da televisão. O primeiro período do jogo foi emotivo e representou uma boa propaganda ao futebol, com oportunidades claras para ambos os lados, ainda que o marcador não mais se alterasse até ao descanso.

O segundo tempo trouxe a equipa bracarense mais cautelosa e a equipa do principado mais reativa, tal como lhe competia pelo facto de estar em desvantagem. A solidez defensiva arsenalista, mais evidente desde o regresso desejado de David Carmo à competição, permitiu que a muralha montada na Pedreira inviabilizasse que os visitantes conseguissem marcar. O jogo terminaria em beleza para o SC Braga, que chegaria ao segundo golo, perto do fim, por intermédio de Vitinha, que dessa forma se estreou a marcar a nível internacional e deixou em êxtase as bancadas, na sequência da vantagem de dois golos alcançada, que nada decide, mas que deixa bem encaminhado o objetivo de continuar em prova. Ainda existem noventa minutos de previsível sofrimento no Mónaco, a exigir uma resposta competente, mas, com a almofada de conforto existente com a atual vantagem, o sonho de eliminar este valioso adversário pode tornar-se realidade. É este, inequivocamente, o desejo ardente de todos os braguistas por agora.

A eliminatória está a meio e a posição alcançada é boa, assim como o desempenho conseguido é bom para o crescimento dos jovens provenientes da formação brácara. É a competir a nível elevado que a juventude cresce e se torna mais forte, permitindo que amanhã sejam (mais) certezas as promessas de hoje. É um caminho difícil e exigente, mas o contexto de dificuldades assim o exige, pelo que resta à Legião do Minho apoiar estes “meninos”, misturados com “adultos”, de modo a levar a bom porto esta nau bracarense, sem que ela fique à deriva. Neste sentido, desafio desde já os braguistas a marcarem presença, neste domingo à noite, no difícil e inesperado duelo importante frente ao Gil Vicente, que é, por mérito próprio, um destaque relevante da atual época desportiva.

Que a bola role e os jovens saibam crescer com ela, tratando-a bem, como ele deve ser tratada.

 

 

In zerozero.pt

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