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Linhas sem calibre

Moreira de Cónegos assistiu a um episódio triste, que regozija aqueles que não querem o VAR no futebol. Decorria o primeiro minuto, entre Moreirense e SC Braga, quando Ricardo Horta inaugurou o marcador, golo que o árbitro validou. Como manda o protocolo, o árbitro, esperou pela indicação do VAR, relativa ao lance. A demora começou a indiciar que algo poderia estar errado e, para espanto geral, o árbitro invalidou o golo, por suposto fora de jogo, cuja legalidade era notória, mesmo sem o recurso às habituais linhas. Posteriormente, o erro foi reconhecido pelo Conselho de Arbitragem, alegando que as linhas estavam sem calibre, o que foi corrigido ao fim de uns minutos e mais tarde comunicado aos clubes. A explicação não me convence e a decisão do VAR deve ser alvo de investigação, para que os incompetentes, possam ser banidos do futebol. O lance era tão flagrante (1,18 metros) que nem precisava de linhas, mas depois fizeram bem não as colocar porque a vergonha, de tentar explicar o inexplicável, seria maior.

Existem mais casos de linhas nesta época. Recordo alguns: o primeiro golo mal validado à B SAD, no Jamor, onde David Carmo calçaria entre “sessenta” e “setenta”, a ver pelas linhas; o jogo, da derrota na liga, frente ao Santa Clara, em que um golo legal foi invalidado; os escassos e pouco credíveis centímetros do dragão, cujo golo dava o 0-2, ou de Alvalade, que inaugurava o marcador. A tecnologia ainda não garante a fiabilidade necessária nestas ações.

No relvado, o SC Braga venceu por 4-0 os cónegos no seu reduto, de nada valendo a anulação do golo inaugural, já amplamente analisado. Mas não é pelo facto de a equipa ter ganho que o meu espírito braguista, desconfiado com o que se passou, se vai calar. Nem pensar, pois irei sempre pugnar por verdade desportiva e estarei contra o miserável sistema instalado.

Face ao exposto, grandes dificuldades se adivinham na época, numa luta que é sempre desigual e que as arbitragens, reforçadas com o VAR, pretendem desnivelar ainda mais. No relvado as forças podem equilibrar-se, mas fora tendem a diferenciar-se, pelo que compete a cada um de nós andar vigilante nesta saga contra o mal.

Finalmente fechou o mercado, com a nota de destaque negativo a ir para a mudança de Paulinho para Alvalade. Depois de todo o enredo e pelo contexto criado, creio que o avançado não teria condições para continuar em Braga, mesmo que esta saída me tenha custado uma aposta amigável. Competia à administração tentar fazer o melhor negócio possível e creio que isso aconteceu, uma vez mais. A alternativa, de estragar um ativo importante em tempos de crise pandémica geral, não seria solução, por muita que essa fosse a vontade dos braguistas. É preciso ser racional e não me sinto vexado pelo facto de um jogador que não queria ficar em Braga sair. Já saíram jogadores importantes e o clube continua, pelo que esta saída em breve fará parte da história. Resta-me desejar muito sucesso a Šporar e Borja, que chegaram a Braga por causa deste negócio. Não se esqueçam que hoje há jogo contra o Portimonense, num calendário que não dá tréguas.

In Diário do Minho de 04-02-2021

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