A próxima temporada terá uma concentração geográfica anormal de equipas, voltada para o Minho. Se formos mais rigorosos, essa concentração cingir-se-á ao distrito de Braga, onde terão direito a estar no maior escalão do futebol português seis equipas. A primeira liga já tinha cinco emblemas minhotos, aos quais se juntou o Vizela, que conquistou o direito de subir, trinta e seis anos depois da efémera passagem pelo escalão principal, perante a estupefação de todos, uma vez que os vizelenses à partida não estavam incluídos no lote de favoritos à promoção.

O Vizela foi, portanto, uma surpresa na subida, mas esta premeia de modo claro o grande trabalho que ali foi feito, bem traduzido na qualidade do futebol apresentado. Parece, por vezes, que os adversários não terão levado a sério a caminhada vizelense e o resultado está à vista, num trabalho de excelência de Álvaro Pacheco, que assim se mostrou ao mundo do futebol que não o conhecia enquanto treinador. Uma nota de destaque para um bom ambiente que parecia reinar no grupo de trabalho, bem evidente naquela espécie de família que ali existia, em que o comandante, cujo boné ajudou a criar uma imagem distinta, parecia de facto o líder supremo. Os meus parabéns a todos os sócios, adeptos e simpatizantes do Vizela que assim voltarão a receber os maiores símbolos do nosso futebol.

O distrito de Braga fica, assim, com as seguintes equipas na primeira liga: SC Braga, Vitória SC, FC Famalicão, Moreirense SC, Gil Vicente FC e o Vizela FC. São muitos clubes em tão pouco espaço, que parece contrariar as regras de distanciamento tão em voga nos dias que correm. A AF Braga ganha, deste modo, um peso considerável que pode ser importante nos momentos de decisões importantes. Um apontamento de curiosidade para o facto de a diocese de Braga ter visto descer o Rio Ave FC, que pertence ao distrito do Porto.

A configuração da próxima edição da primeira liga ainda não está completamente clara, uma vez que o Rio Ave está a tentar na secretaria a manutenção que não conseguiu no relvado. Recorde-se que os rioavistas caíram com estrondo perante o Arouca no play off, num resultado global de 5-0 para os arouquenses, no conjunto das duas mãos. Foi de elevado nível o trabalho desenvolvido por Armando Evangelista e a sua equipa, com uma temporada em crescendo que terminou com onze vitórias consecutivas, onde estão contabilizadas as duas que lhes valeram a subida e que despromoveram a equipa de Vila do Conde.

As equipas foram agora de férias, mas não todos os jogadores, uma vez que existem muitos que continuam em competição ao serviço das diversas seleções, onde muitos outros gostariam de estar, acredito eu. É que no léxico da montra das seleções a palavra cansaço não entra.

Falando em seleções, no que a Portugal diz respeito, a equipa de sub 21 está na final, onde irá defrontar a Alemanha, depois de ter batido, com fortuna à mistura, a vizinha seleção de Espanha na meia final do Europeu. Este é um título que falta a Portugal, pelo que desejo boa sorte aos comandados de Rui Jorge, esperando que esta não os abandone no momento da decisão final. A equipa principal está em fase de preparação do Europeu de 2020, que será disputado em 2021 por razões pandémicas, sobejamente conhecidas. Nesta fase final, Portugal irá defender um título inédito e difícil que conquistou frente à França na sua casa, que colocou bem alto o ego da Nação Valente e Imortal. Para ser recordado eternamente está o nome de Éder, que marcou o mais importante golo da nossa história.

Uma palavra final para a exposição itinerante da última Taça de Portugal ganha pelo SC Braga, que esteve vários dias ao dispor dos adeptos, que assim puderam criar registos de imagem para a posteridade, uma vez que lhes tinha sido proibida a entrada no estádio no dia da final, disputada na talismã cidade de Coimbra, onde o vermelho e branco, dos Gverreiros do Minho, ganhou ainda mais encanto.

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