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Intervalo psicológico

O artigo de hoje é escrito no sentido de tentar perceber o que se tem passado, nos tempos mais recentes, para que as segundas partes dos jogos do SC Braga sejam inferiores às primeiras, pelo que convém analisar o que há de psicológico nos intervalos dos jogos para que isso aconteça.

São alguns os exemplos que me fazem refletir sobre este tema. Tudo começou com uma boa primeira parte frente ao rival VSC, que terminou numa vitória clara de 3-0, mas onde o rendimento da segunda parte foi inferior ao da primeira. O triunfo deixou passar sem grandes reparos as diferenças existentes.

Seguiu-se o jogo em Famalicão, em que o SC Braga vencia ao intervalo, de forma natural, por 2-1, tendo até estado a perder, mas conseguindo a “remontada”. A segunda parte mostrou uma superioridade famalicense, que parecia inesperada, dada a diferença pontual e de objetivos entre as duas equipas, e que viria a significar a perda de dois pontos perto do fim do jogo.

A jornada seguinte, de receção ao Benfica, cresceu de importância pelo facto de a vantagem de quatro pontos ter caído para dois em Famalicão. Este jogo teve a nomeação polémica e pouco sensata do benfiquista João Pinheiro (apesar de pertencer à AF Braga), que viria a ter um desempenho decisivo no jogo, fazendo pender os pratos da balança para o clube do coração. Estava consumada a ultrapassagem na classificação, que tanto agradou ao sistema, na sequência de uma vitória obtida depois da injustificada expulsão de Fransérgio. Este jogo, diferente dos outros analisados, teve duas histórias diferentes, separadas por uma expulsão e nem vale a pena repisar a vontade indómita que o árbitro mostrou quando assinalou um penalti ridículo, apenas revertido por fora de jogo.

A deslocação ao estádio de S. Luís, para defrontar o Farense, voltou a mostrar novamente a diferença entre a primeira e a segunda parte, sendo a menor prestação da etapa complementar sido disfarçada pela vitória alcançada perto do fim.

A receção à Belenenses SAD, estranhamente numa tarde de domingo, voltou a mostrar as diferenças entre as duas partes, que o intervalo separa. O SC Braga chegou à vantagem, com alguma naturalidade, mas uma prestação menor no segundo tempo permitiu que os azuis chegassem ao empate e, a partir daí, ficassem na sua zona de conforto, pois defendem com uma competência pouco vista em Portugal, bem espelhada no baixo número de golos consentidos aos adversários.

O plantel tem tido várias oscilações, por diversas razões, mas agora começa a proporcionar mais opções ao treinador, pela recuperação de alguns elementos. Mas as coisas requerem tempo e enquanto elas não surgem de um modo natural é preciso ir conquistando pontos, que permitam manter bem viva a chama da ambição até ao final da época, que terá o seu epílogo na final da Taça de Portugal, em Coimbra, frente ao Benfica.

Esta narrativa visa criar aqui um alerta para os tempos vindouros, pois até final da época ainda há muito para jogar e ganhar em Braga, uma vez que desistir é a atitude dos fracos e em Braga tem de continuar a morar uma equipa de Gverreiros, que vai à luta e nunca desiste.

 

In Diário do Minho de 15-04-2021

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