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Horta de qualidade

Em Braga moram e jogam dois irmãos, nascidos na cidade de Almada, distrito de Setúbal, com percursos que se assemelham durante a formação. Ambos jogaram vários anos no Vitória FC e no SL Benfica, mas foi em Braga que a junção adulta foi feliz e efetiva. Ricardo e André forma uma Horta de qualidade que os braguistas agradecem e desejam ver cultivada por muito tempo.

Quando Ricardo Horta chegou a Braga, proveniente de Málaga, estaria, não só, longe de pensar que a sua vida em Braga seria tão profícua e duradoura, mas também de pensar ver o seu irmão chegar ao clube bracarense na mesma altura, tal como aconteceu efetivamente.

Ricardo Horta ganhou o seu espaço, tendo chegado ainda jovem, mas com o estatuto de internacional A por Portugal, e paulatinamente foi conquistando a empatia da Legião do Minho. O seu rendimento foi regular, sempre em bom nível, acrescentando dados estatísticos na sua contabilidade e ganhando o respeito do balneário, a ponto de se tornar num dos capitães de equipa, posto que consolidou de tal maneira que atualmente entra sempre em campo de braçadeira ostentada. E que bem que ela lhe fica.

Os momentos mais complicados da equipa pedem sempre que apareçam os mais fortes e diversas vezes isso tem acontecido com o Horta mais velho, sendo muitas vezes o farol que ilumina a equipa e a voz que representa o grupo, mesmo quando as coisas não estão bem e é necessário, por exemplo, enfrentar os adeptos. Mas é com os golos que marca e as assistências que faz, além de outras coisas boas oferecidas à equipa, que sobressai a qualidade do seu trabalho. O golo que marcou no Jamor e deu a vitória ao SC Braga ante o lanterna vermelha da liga deixou-o a um escasso golo de igualar o melhor marcador de sempre do clube e a dois de se tornar o rei dos golos sem qualquer companhia.

O trabalho competente do capitão, o número 21, e o respeito que todos lhe têm elevam-no para um patamar diferenciado em Braga, a ponto de ser pedida a sua continuidade por muito mais tempo, algo que agrada a qualquer responsável, quer diretivo, quer técnico, assim como aos adeptos.

André, o Horta mais novo, fez em Braga uma primeira época por empréstimo do Benfica e depois foi para o futebol americano, ficando distante das melhoras câmaras que captam as imagens do futebol. Financeiramente foi, por certo, um contrato vantajoso, mas a saída revelou-se demasiado prematura e o jogador ainda foi a tempo de abandonar os Los Angeles FC e regressar à cidade Bracara Augusta, onde tinha sido feliz. Em boa hora o fez, pois o tempo ajudou-o a recuperar algo do que tinha perdido por terras americanas e atualmente é um jogador importante no onze arsenalista, beneficiando também da companhia do seu irmão. Existe uma cumplicidade entre ambos que vai além do lado estritamente profissional, o que não espanta ninguém. André Horta em boa forma, como tem estado nesta segunda volta, leva a equipa para um patamar mais elevado e o futebol bracarense ressente-se positivamente disso mesmo.

Os dois irmãos têm sido preciosos nesta fase em que o SC Braga, após a derrota frente ao Gil Vicente que deixou os de Barcelos colados na classificação, conseguiu num curto espaço de seis jornadas passar a vantagem no quarto lugar de um para catorze pontos, mostrando que no futebol, como na vida, tudo pode mudar muito rapidamente. Que esta Horta de qualidade se prolongue e que a história escrita por ambos continue a crescer no futuro.

 

In Diário do Minho de 05-05-2022

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