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GVERREIRAS SUPERCAMPEÃS

A pausa chegou às competições internas, para dar lugar aos jogos das seleções. Com tantos jogadores lesionados no plantel este interregno tem tudo para ser positivo. O futuro dirá se a paragem jogou a favor ou contra, mas estou em crer que a equipa regressará mais forte, devido à recuperação de alguns atletas. Creio que o “comandante” Abel Ferreira aproveitará esta pausa para fazer regressar mais fortes as “suas tropas”, quando a competição for retomada já no próximo sábado, com o jogo de estreia na fase de grupos da taça da liga, onde os Gverreiros do Minho têm legítimas aspirações.

A seleção principal jogou com a Croácia, em jogo particular, e a Itália, para a Liga das Nações, que ninguém sabe muito bem o que é, sem qualquer jogador do SC Braga convocado, o que parece bastante injusto, sobretudo para Ricardo Horta, que tem feito um início de época notável e tem apresentado nível elevado, em contraste com alguns jogadores chamados por Fernando Santos, que não têm jogado ou têm tido uma utilização absolutamente residual. As convocatórias não obedecem a critérios lógicos e justos, capazes de premiar bons desempenhos.  

As Gverreiras do Minho foram a Viseu disputar a supertaça feminina no velhinho estádio do Fontelo e viram, finalmente, o projeto ser coroado com um título, ao vencerem o troféu frente ao Sporting por 6-5, após a marcação de pontapés da marca de penálti. Já era tempo de ganhar títulos, depois de algumas perdas provocadas por algumas arbitragens “infelizes” e outras por manifesto azar. Recordo que na época passada o SC Braga esteve a ganhar ao mesmo adversário até aos descontos, mas um golo fortuito mudaria o rumo desse jogo. Na presente época houve muitas mudanças no plantel bracarense, com muitas e importantes saídas, que foram colmatadas com a chegada de diversas atletas, provenientes do “mercado interno” e do estrangeiro. O jogo da final até começou mal, com a veloz Ana Borges a ganhar uma grande penalidade, que deu vantagem às leoas ainda no dealbar da partida. Ao intervalo o 0-1 era um castigo muito pesado, mas as jogadoras bracarenses nunca desistiram e chegariam ao empate num belo golpe de cabeça de Francisca, na sequência de um lançamento longo de linha lateral. Aliás, as bolas paradas deverão ter uma importância elevada na produção ofensiva na equipa comandada por Miguel Santos, tirando partido das características dos elementos que integram o plantel. Até final do prolongamento o resultado manteve-se e no desempate por pontapés da marca de penálti as arsenalistas foram mais fortes, ao converter as cinco chances disponíveis e vendo Rute Costa fazer a diferença, ao defender um dos remates das adversárias. Estava encontrado o vencedor e, no seu primeiro jogo oficial, as Gverreiras foram supercampeãs, depois de conquistar este troféu, de nada valendo ao Sporting o facto de já ter disputados vários jogos. Parabéns a toda a estrutura responsável pelo projeto.

A cidade desportiva tem dado alguns frutos, com destaque natural para nomes como Trincão, Moura e David Carmo, que foram campeões europeus de sub 19 e são os casos mais recentes de sucesso. A estes juntam-se outros nomes como Neto (transferido para a Lázio de Roma, Itália), João Queirós (transferido para a Alemanha) ou Xadas, que viu a sua transferência para o Mónaco bater numa arreliante “reação de stress”, que lhe valeu uma intervenção cirúrgica, já realizada. O jogador mantém vivo o sonho de partir para um clube que lhe possa abrir outras portas maiores.

O futebol português está mergulhado num caos de processos judiciais, onde os clubes autoproclamados grandes se viram ou veem envolvidos. Os portugueses olham para estes processos desconfiados, sabendo que, à partida, nada de grave lhes irá acontecer. Se estes processos ocorressem noutros países poder-se-iam esperar condenações severas, mas como estamos em Portugal nada de relevante se irá passar. Era preciso coragem de quem decide para limpar este manto negro que paira sobre o desporto em geral e o futebol em particular. A transparência, que os vários dirigentes apregoam sem colocar em prática, levaria certamente mais gente aos recintos desportivos. Mas este futebol português está repleto de vícios e de pessoas de conduta duvidosa, pelo que para os dirigentes dos clubes mais representativos vale tudo para ganhar, não olhando a meios para atingirem determinados fins. É a triste realidade que temos, competindo às novas gerações um papel ativo e interventivo, capaz de mudar o que está a matar lentamente o futebol e a sociedade em geral.

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