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Guião com aVARia e suspense

O SC Braga regressou à liga portuguesa com a receção ao Famalicão, que surge nesta temporada de plantel remodelado, mas volta a ter o mesmo treinador, João Pedro Sousa, e que parece dar indicações de que o bom nível da época passada é para manter. Conhecendo bem o contexto famalicense, Carlos Carvalhal preparou este jogo numa situação de elevado aperto competitivo, o que causa sempre desgaste na equipa, não só devido ao elevado número de jogos num curto espaço de tempo, mas porque existem pelo meio jogos exigentes, como o dérbi ganho em Guimarães, ou a viagem à longínqua Ucrânia.

A Pedreira voltou a receber a visita de Rui Costa como árbitro do encontro, numa altura em que na memória dos braguistas estava a má arbitragem realizada na famigerada derrota frente ao Santa Clara. O conjunto arsenalista voltou a exibir um futebol de boa qualidade, mas pecando na finalização, fazendo uma pressão alta que não permitia aos famalicenses colocarem em campo as suas ideias de jogo, que atuavam de modo estranho num bloco baixo, privilegiando a vertente defensiva. A meio da primeira parte, Rui Costa deixou passar em claro uma falta evidente de grande penalidade, quando o guarda-redes derrubou Paulinho na área, com o VAR a parecer estar avariado. Até ao intervalo o guião do filme manteve-se, ainda que os famalicenses conseguissem chegar à área contrária na parte final do primeiro período. No segundo tempo, e conhecedor do erro cometido, o árbitro passou a analisar as imagens sempre que surgiam dúvidas e foi assim que surgiu o golo da vitória, marcado por Bruno Viana, anulado em primeira instância, mas validado depois de o juiz visionar as imagens. Antes, porém, já o Famalicão ficara com dez elementos por expulsão de um jogador, após recurso ao VAR, o que condicionou ainda mais a frágil apetência ofensiva da equipa. Até final do jogo os arsenalistas controlaram os acontecimentos e Rui Costa deu o jogo por terminado, depois de esgotados os seis minutos de desconto. Mas a ideia de que o apito final do árbitro valida o resultado foi colocada em causa em Braga, porque Rui Costa depois, mal alertado pelo VAR, foi visionar as imagens para analisar um eventual penálti que não seria concedido, mas aqueles momentos pós-jogo foram de suspense bem à maneira dos melhores filmes de Alfred Hitchcock.

A vitória neste jogo permitiu a subida ao terceiro lugar, e encaminhou o apuramento para a final a oito da Taça da Liga, pois só uma conjugação improvável de resultados impedirá este objetivo.

A nível europeu, o SC Braga conseguiu segunda vitória europeia, depois de vencer, na Ucrânia, o Zorya por 2-1. Foi o primeiro triunfo de sempre frente a um adversário ucraniano, obtido através de dois grandes golos, de Paulinho e Nico Gaitán, ainda no dealbar do encontro, um resultado que coloca num bom rumo o apuramento para a fase seguinte, mesmo que ainda faltem muitos jogos e vários pontos para que isso aconteça. A luta europeia continua hoje em terras de Sua Majestade, num jogo difícil frente ao Leicester.

 In Diário do Minho de 05-11-2020

 

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