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Geometria no futebol

A relação entre a Geometria e o futebol vem de longa data e é por demais evidente. Basta recordar, desde logo, que o jogo se realiza num retângulo, ainda que por vezes mais pareça um quadrado, tal a forma como algumas equipas abdicam da vertente ofensiva na maioria dos seus duelos. O rigor com que se representa na Geometria Descritiva está bem patente no rigor geométrico dos diferentes componentes do espaço do jogo, que, além do retângulo já referido, tem um círculo, dois semicírculos, quatros quartos de círculo, no desenho original de quem concebeu o espaço onde se joga o futebol.

Existem algumas relações de distâncias no futebol que passam despercebidas à maioria dos adeptos, mas que têm uma razão de ser. Vem, em primeira instância, à memória o semicírculo que existe fora da grande área e que visa manter a uma distância mínima garantida todos os jogadores, no momento da marcação de uma grande penalidade. Note-se que se este semicírculo faz parte de um círculo de raio 9,15 metros, cujo centro é a marca de grande penalidade, que permite fazer com rigor a sua marca no terreno de jogo e era onde se colocaria o compasso, se a representação fosse feita em papel, numa escala reduzida. O mesmo raio é utilizado na representação do círculo central, desenhado no meio campo, cujo centro está no cruzamento (ponto de concorrência) das duas diagonais do retângulo de jogo.

Outra curiosidade está na forma dos cartões, amarelos e vermelho, que são retângulos mais pequenos que o do jogo, obviamente, e são eles que os árbitros usam para as penalizações disciplinares aos jogadores, ainda que por vezes esses pequenos retângulos sejam alvo de maus tratos por parte de quem os utiliza.

Falemos agora da Geometria utilizada na beleza do jogo, quando são feitos na disposição tática das equipas verdadeiras figuras planas, como alguns losangos, muitas vezes observados no meio campo, ou os triângulos, bem nítidos nas triangulações que visam iludir os adversários e criar situações de superioridade que permitam chegar ao golo, afinal o objetivo máximo do jogo.  Poderíamos também falar de segmentos de reta, mais pequenos na formação de barreiras defensivas na marcação de livres diretos, ou de situações de defesa em linha, em que a parte mais recuada de uma equipa forma um segmento de reta quase do tamanho da largura do terreno de jogo.

Uma situação que causa alguma apreensão nos adeptos é forma como, depois de tanto treino específico, os jogadores não conseguem introduzir uma esfera pequena, que é a bola do jogo (cerca de 11 centímetros de raio), num retângulo tão grande (7,32 x 2,44 metros), que é a baliza. Vem isto a propósito da falta de eficácia do SC Braga nos últimos tempos, que tem dado um grande contributo para os resultados negativos da equipa, nesta fase que tanto desgosto tem dado às almas braguistas.

Uma palavra geométrica final para o encontro entre arsenalistas e castores, que no retângulo de jogo terminou com um empate a um golo, resultado que arruma em definitivo com a questão do quarto lugar e deixa margem de preparação conveniente da final da Taça de Portugal, através da recuperação e revitalização da equipa, que tem andado arredia do bom futebol nos últimos tempos.

 

In Diário do Minho de 06-05-2021

Foto António Costa

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