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Falsamente

O futebol português vive dias conturbados que lesam sobremaneira a sua imagem e respetiva credibilidade. Vem este tema a propósito de alguns erros incompreensíveis ao nível da arbitragem, sobretudo tendo em conta que esse setor dispõe da ajuda importante da tecnologia. Falo, obviamente, da utilização do VAR, que tem deixado desconfiados os adeptos em geral, de tão díspares que são as decisões observadas em diferentes locais e, principalmente, com determinadas equipas.

O SC Braga recebeu na Pedreira um aflito Famalicão, que tem estado aquém das expectativas, estando alojado na parte baixa da tabela classificativa. Não espanta a turbulência ali vivida, bem espelhada na instabilidade registada no que ao comando técnico diz respeito, com a alteração que os resultados ditam sempre nestas ocasiões.

O jogo teve um guião escrito em duas partes claramente distintas, como explico a seguir. O momento do jogo ocorreu no minuto vinte e quatro e o protagonista foi o árbitro Fábio Melo e quem o acompanhou, in loco e na cidade do futebol. Assim, a partida começou de forma expectável e foi com naturalidade que a equipa bracarense chegou à vantagem no dealbar da partida, sendo que poderia até ter marcado mais golos na primeira parte do guião que foi construído, até que uma falta banal, dentro do meio campo defensivo famalicense, deu origem ao “grito da moda” do jogador visitante e o árbitro, que até tinha dado (bem) a lei da vantagem, interrompeu o jogo para marcar a falta e mostrar, para espanto geral,  o cartão vermelho ao menino Bruno Rodrigues, cuja maldade a jogar é habitualmente nula. Os momentos que se seguiram não levaram o árbitro a ver as imagens que, acredito eu, o conduziriam a alterar a cor do cartão e, em simultâneo, o jovem jogador expulso dirigiu-se para o balneário, sem que nenhum dos mais experientes colegas o impedisse, de modo a vincar a inocência do atleta e não a aparente assunção de culpa, que não existiu.

O jogo entrou, depois da expulsão, numa nova e diferente faceta, caraterizada por um equilíbrio criado falsamente, em que o Famalicão, alheio ao erro arbitral, tirou partido da situação, virando o marcador a seu favor já perto do fim, o que levou a pensar que a partida estaria definida. Puro engano, pois os Gverreiros do Minho haveriam de chegar ao empate e até podiam ter saído do encontro com a vitória, se a sorte os tivesse acompanhado. Realço, ainda, que na fase de maiores dificuldades o público teve um papel importante no apoio à equipa, injustamente diminuída, mas que lutou bravamente, até à exaustão em alguns casos, não havendo nada de negativo a apontar ao nível da atitude do conjunto formado pelos adeptos presentes e pelos jogadores em campo. Foi um dérbi minhoto intenso, em que o protagonista maior foi, infelizmente, o árbitro do encontro.

Ora, estes acontecimentos observados surgiram no mesmo fim de semana em que noutros campos e com outras equipas houve decisões contrárias em lances mais graves, numa espécie de “perdoa-me” que as diferentes arbitragens, agarradas ao sistema, protagonizaram. Parece que aproximação que o SC Braga estava a fazer do pódio teve resposta rápida de quem decide, o que volta a introduzir a mentira na liga portuguesa. É por estas e por outras que os adeptos dizem, com razão, que o VAR tem servido para validar tecnologicamente alguns erros incompreensíveis, que depois se refletem na classificação. Assim, sabendo que um povo é feito de virtudes e defeitos, digo aos elementos da arbitragem que só lhes faltam as virtudes.

 

In Diário do Minho de 13-01-202

Imagem Internet

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