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EXIBIÇÃO PROVINCIANA E SEM ESTOFO

Um mar vermelho de gente partiu de Braga em direção à capital, levando na bagagem uma esperança sem limites de vencer e, com isso, sair do estádio da luz com um estatuto de forte candidato ao título de campeão nacional, um objetivo que alimenta o sonho dos braguistas, para uns a maior e para outros a menor distância de se concretizar. A autoestrada que liga Braga a Lisboa permitia ver uma caravana impressionante de autocarros carregados de braguistas, que lá no fundo alimentam um desejo imenso de “fazer o que ainda não foi feito”. A missão era difícil, num estádio que tinha muita gente nas bancadas, proveniente de todos os cantos do país, pois os benfiquistas de Lisboa não encheriam aquele estádio, apesar de eles apregoarem que são aos milhões. O jogo tinha tanta importância que justificou publicidade na televisão por parte da equipa da casa, cujo treinador via neste jogo uma tábua de salvação, em caso de vitória ou as portas de saída escancaradas, numa segunda demissão num curto período de tempo, em caso de derrota. Recordo que a primeira demissão de Rui Vitória foi revertida por “uma luz” que o presidente encarnado diz ter visto. Deve ter sido a famosa “luz ao fundo do túnel”, que os adversários ainda não conseguiram apagar até ao momento.

A equipa do SC Braga tinha a consciência plena da importância deste jogo, mas surgiu no relvado de modo irreconhecível, provavelmente acusando a pressão do encontro, com os seus jogadores a passarem uma imagem de fragilidade preocupante e confrangedora, fazendo uma exibição provinciana e sem estofo de quem quer, a breve prazo, ser campeã nacional. O Benfica encarou o jogo como se fosse a derradeira oportunidade e, graças a uma bênção desconhecida, tudo lhe saiu bem, conseguindo marcar seis golos em oito remates à baliza, numa impressionante eficácia, até aqui nunca vista por aquelas bandas. Os Gverreiros do Minho estiveram irreconhecíveis, tendo-lhes saído tudo mal, mas marcando mesmo assim dois golos, um por Dyego Sousa, que reforçou o estatuto de melhor marcador da liga e outro por João Novais, que voltou a entrar bem no jogo, através de um gesto técnico que o caracteriza e que lhe valeu um golo de belo efeito.

O conjunto arsenalista revelou graves fragilidades defensivas, que felizmente não são usuais, tendo sido mau de mais para ser verdade o jogo realizado, o que deixou incrédulos os muitos adeptos que esgotaram os bilhetes e acompanharam a equipa, bem como os que viram o jogo pela televisão. Mas um Gverreiro vai à luta, pelo que é meu desejo que este desaire humilhante se torne numa aprendizagem para a equipa, coletivamente e para os jogadores, individualmente.

Abel Ferreira, na análise ao jogo, tentou minimizar os efeitos da derrota, o que foi mal compreendido por alguns adeptos. Ao contrário de outras opiniões, eu não queria nenhum pedido de desculpas, mas antes que o jogo seja um ponto de partida para nova série vitoriosa, capaz de recolocar a equipa na luta pelo topo. Afinal, a equipa “apenas” perdeu três pontos, estando a dois pontos do segundo lugar e a um do terceiro. É preciso acreditar no trabalho até aqui realizado, mas esta exibição miserável não se pode repetir.

O acompanhamento dos adeptos, desde a autoestrada até ao estádio, foi feito pela polícia com competência e só uma demorada revista dos adeptos impediu a entrada atempada no jogo de todos os adeptos. O pior mesmo foi na bancada, onde a polícia deu mais uma demonstração de ação irracional, batendo sem justificação e de forma indiscriminada, não poupando crianças, mulheres ou pessoas idosas, criando um pânico generalizado, que culminou com pessoas a necessitarem de assistência hospitalar. Foi, uma vez mais, vergonhosa a atuação da polícia, no uso absurdo da força, sem que nada o justificasse. Estes episódios lamentáveis, que se repetem, afastam cada vez mais as pessoas dos estádios, pelo que é responsabilidade do clube, que reagiu oficialmente de imediato, exigir o apuramento rigoroso da verdade e a penalização dos seus (ir)reponsáveis. É preciso dizer basta!

O fim de semana trouxe uma perigosa derrota da equipa B frente ao Varzim e um empate, inusitado, dos sub23 frente ao Rio Ave. A equipa feminina, que venceu para a Taça de Portugal em Ovar por 4-0, ao passo que a equipa de juniores A (sub19), que venceu em vila do conde por 1-0 e no futsal, houve uma vitória fora, frente os Leões de Porto Salvo por 2-1.

O sorteio da Taça de Portugal ditou a visita do SC Braga ao terreno do D. Aves, num duelo que se antevê complicado, mas que abre boas perspetivas de seguir em frente. O vencedor deste duelo encontra na meia final o vencedor do Leixões vs Porto.

Por cada Gverreiro tombado, levanta-se uma Legião. Reergue-te, SC Braga.

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