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Europa hoje

O SC Braga deslocou-se a Tondela e, sem ter feito uma grande exibição, conseguiu o objetivo primordial de conquistar os três pontos em disputa. Ainda a lamber as feridas abertas por uma derrota consentida em terra moldavas, frente ao Sheriff, os arsenalistas fizeram algumas alterações no onze inicial, fruto da gestão do cansaço e da indisponibilidade de André Horta, por castigo, e de Roger, devido a uma lesão traumática sofrida na quinta-feira, pouco depois de ter entrado em campo para fazer história como um dos elementos mais novos de sempre a entrar nos registos das competições europeias. 

Sobre o castigo de André Horta lamento a pouca clareza de critérios usados, pois umas palavras dirigidas ao árbitro, que devem ser evitadas, mereceram o castigo de dois jogos, ao passo que, comparativamente, uma agressão num recente clássico do Dragão justificou a penalização de três jogos. Ora, situações tão díspares e castigos tão idênticos adensam a nuvem de fumo que paira sobre as decisões dúbias da justiça desportiva, bem à semelhança da justiça em geral.

Voltando a Tondela, o registo maior do encontro vai para o renascimento de David Carmo, que regressou ao nível mais elevado de competição, depois de uma lesão arrepiante sofrida há sensivelmente um ano. Em boa verdade, o jogador já tinha experimentado o regresso competitivo com a camisola arsenalista, que lhe assenta tão bem, ao serviço dos sub-23, em primeiro lugar, e da equipa B, em seguida, mas seria a noite fria tondelense a assistir ao reaparecimento do jovem jogador David Carmo (desculpem a repetição intencional do nome), que parece ter deixado para trás muitos meses de sofrimento e muitos momentos de desânimo, como prova a boa exibição do atleta e, sobretudo, a forma como tudo foi sentido e vivido por todo o grupo de trabalho. Faço votos para que o futuro de David Carmo lhe sorria e que mentalmente volte a ser o que era antes da lesão, cimentando na sua plenitude uma recuperação que causou dúvidas até nos mais otimistas. Estive presente e vi a emoção que tamanho regresso ao mundo da competição proporcionou, premiando a sua resiliência e a competência do corpo clínico do SC Braga que, obviamente, também está de parabéns.

O SC Braga surgia em Tondela pressionado por um incrível Gil Vicente, que teima em acumular bons resultados e, fruto da vitória alcançada, cimentou o quarto lugar, reaproximando-se até do terceiro, ainda que a distância seja, neste momento, larga. Foi um triunfo muito importante, pois as vitórias ajudam o grupo de trabalho a sorrir e a confiar mais em si mesmo, além de ser mais uma etapa no crescimento de alguns dos meninos utilizados.

Hoje, em Braga, é mais do que uma normal quinta-feira, pois é dia da Liga Europa. A segunda mão, frente aos moldavos do Sheriff, representa uma missão difícil em função da derrota por dois golos de diferença vinda de Leste, mas será, certamente, uma oportunidade de superação da equipa e de uma cidade que pode viver mais uma grande noite europeia, em função do que a equipa for capaz de fazer, com o apoio dos seus seguidores. Atento à importância do jogo europeu, a estrutura bracarense disponibilizou formas atrativas aos associados e a quem eles quiserem levar como seus acompanhantes, pelo que é expectável que a Pedreira sinta, uma vez mais, a vibração dos adeptos braguistas. Lanço, desde este artigo, um desafio a todos para que ajudem a equipa a tentar superar esta missão, cuja dificuldade exige Gverreiros autênticos, no relvado e nas bancadas.

 

In Diário do Minho de 24-02-2022

Foto SC Braga

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