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Europa de poucos pontos

A fase de grupos das competições europeias já começou e não foi um início nada auspicioso, se analisarmos friamente os resultados registados. Na Liga dos Campeões houve dois empates fora (Benfica, em Kiev, e Porto, em Madrid frente ao Atlético) e uma goleada das antigas, registada em casa pelo Sporting, que perdeu por números obscenos ante o Ajax. Na Liga Europa o SC Braga é o único representante e perdeu no reduto do Estrela Vermelha (não coloco o nome original para maior esclarecimento). Na Conference League, Portugal foi dizimado nas eliminatórias de acesso e não tem qualquer representante nesta fase da competição.

O SC Braga, vindo de um empate após um mau jogo realizado em Paços de Ferreira, visitou a Sérvia para defrontar o maior rival na luta pelo primeiro lugar, pelo menos no plano teórico, e perdeu por 2-1. O registo negativo do jogo bracarense vai para os erros individuais que deram origem aos golos sérvios, mas deste jogo há aspetos que importam valorizar, de modo a preparar um período de sucesso que, acredito, possa chegar nos tempos mais próximos. Assim, foi possível observar que a equipa construiu algumas chances de golo claras, conseguiu marcar um e apresentou melhorias em comparação com o jogo anterior, mesmo que não fossem suficientes para regressar com um resultado positivo de um estádio que sabe, como poucos, criar um ambiente hostil para quem o visita. A Europa chegou, mas as desejadas vitórias não. Porém, os sinais positivos observados perspetivam sorrisos para os próximos tempos, ainda que seja de consciência geral que é preciso fazer mais e melhor.

O plantel ao dispor de Carlos Carvalhal compôs-se recentemente, com a chegada tardia de uns jogadores e a recuperação cautelosa de outros, o que faz com que o processo necessite de tempo para que a evolução seja real. Mas enquanto a equipa não consegue fazer as coisas pela inspiração, que seja capaz de aumentar a transpiração, de modo a regressar rapidamente a um caminho de sucesso que tarda em chegar, mas que chegará inevitavelmente, acredito eu, tal como o grupo de trabalho deve acreditar. O processo pode demorar, mas quando é feito com competência dá resultados positivos, mais tarde ou mais cedo.

O período negativo que a equipa atravessa faz com que um erro cometido se traduza num golo adversário, como se viu em Belgrado, e, por outro lado, as redes sociais sejam palco de imensas publicações negativas de supostos braguistas, capazes de fazer inveja aos nossos rivais.

A jornada europeia veio colocar a nu, ainda que isso nem fosse preciso, que o futebol português carece de reflexão urgente e de mudanças estruturantes, que fomentem a competitividade, tornando o futebol num espetáculo mais atrativo e vendável, o caminho mais seguro que conduz ao progresso deste desporto que move multidões e mexe com muitas emoções. O pecúlio pontual obtido foi parco e até permitiu uma (re)ultrapassagem da França a Portugal no ranking europeu. Convém, por isso, que os dirigentes futebolísticos desta nação valente consigam ver além do próprio umbigo e trabalhem em prol da evolução do futebol português, encurtando no tempo a centralização dos direitos televisivos, de modo a proporcionar uma receita superior aos diversos clubes para que estes consigam melhores recursos humanos e, com eles, uma forma de abordar os jogos mais positiva, pois isso trará certamente alterações significativas ao nível da qualidade dos jogos e um nível competitivo capaz de evitar más prestações constantes além-fronteiras.

 

In zerozero

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