Ensaio real » Superbraga.com
You are using an outdated browser. For a faster, safer browsing experience, upgrade for free today.

Ensaio real

O sorteio da Taça de Portugal ditou uma curta, mas difícil, deslocação do SC Braga a Vizela, onde irá lutar com todas as forças pela defesa do seu título de campeão da competição e, mesmo não sendo fácil,  este caminho abre boas perspetivas de sonhar com a sua renovação.

A Pedreira teve uma noite fria, como acontece em muitas ocasiões, para receber o vizinho Vizela, que esta época está de regresso à primeira liga, depois de feita uma enorme travessia do deserto, desde a longínqua época de 1984/1985 em que se estreou no escalão máximo do futebol português. Pelo meio dessa enorme caminhada até ao regresso, o Vizela chegou a ser a equipa satélite do SC Braga, como se verificou, por exemplo, na época 2010/2011 em que vários jogadores competiam pelo Vizela a nível interno e integravam a lista de convocados nas competições europeias, numa época ímpar em que a equipa arsenalista jogou a final da Liga Europa, frente ao FC Porto, em Dublin. Ora, este contexto sublinha alguma simpatia braguista para com os vizelenses, ainda que no confronto de ambos nunca existam dúvidas sobre a busca incessante da vitória.

O jogo deixou para os registos uma vitória bracarense por 4-1, que lhe permitiu alcançar o quarto lugar, visto em Braga como um objetivo mínimo a atingir. Um destaque especial para o Capitão, Ricardo Horta, que bisou e, dessa forma, consolidou o estatuto de melhor marcador e jogador de referência entre os que se encontram em atividade. Os restantes golos foram obtidos por Raul Silva, a lembrar a forma incisiva como já foi uma referência ofensiva, e por Abel Ruiz, cujo golo o pode reconduzir para patamares elevados já vistos em Braga.

Assim, o jogo da liga funcionou como um ensaio real para o que se avizinha para a Taça, ainda que o grau de dificuldade suba, pelo facto de este jogo ter sido realizado na Pedreira e o vindouro estar definido para o reduto dos vizelenses.

Uma nota final para o miserável jogo do Jamor, que opôs a B SAD, que nem um clube é, ao Benfica, num jogo que poderia ser normal, mas que assumiu contornos de surreal, pelo facto de a equipa da B SAD ter registado muitos casos de COVID, pelo que se sabe da nova variante, tendo aparecido em campo com nove “jogadores”, mesmo assim com segundas escolhas habituais e entre eles dois guarda-redes. O jogo terminaria depois do intervalo porque a frágil e cadavérica equipa da casa (emprestada) reapareceu, após o intervalo, com sete jogadores e, supostamente, um jogador se lesionou no pontapé de reatamento do jogo, pelo que o desafio terminaria ali, com uns inenarráveis 0x7 no marcador, dado que com seis jogadores em campo uma equipa não pode competir legalmente. Esta contextualização serve para mostrar uma “fotografia” deplorável, que chegou ao mundo inteiro e onde ninguém conseguiu ficar bem. As culpas da realização daquele lamentável meio jogo surgem repartidas pela Liga Portugal, que foi incompetente na gestão da situação, pela B SAD, que não soube pedir o adiamento que se recomendava, o Benfica, cuja instituição fica muito acima desta demonstração de pobreza de espírito, e a Direção Geral de Saúde, que nunca deveria ter permitido que um jogo em condições tão anormais se pudesse realizar. Foi um dia negro para o desporto português e para o futebol em particular.

 

In Diário do Minho de 03/12/2021

Foto SC Braga

Partilhar