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Domingo de eleições e de futebol

Este fim de semana inclui um domingo de eleições e de futebol. A tradição já não é o que era e agora vêem-se jogos de futebol em domingo onde o povo vai votar para a Assembleia da República. Até mesmo o ato eleitoral, em função da pandemia, já não ocorre num só dia, pois foi possível votar antecipadamente, algo que não é inédito, pois no passado essa situação foi possível para pessoas que viajassem ou tivessem outro motivo justificativo. Desta vez a inscrição no voto antecipado foi mesmo por opção e houve uma adesão significativa. Ora, o que referi retira todo o sentido ao dia de reflexão que existe, por tradição, em Portugal. Houve muitos votos atribuídos, antes da última semana de campanha, algo que se deverá repetir em momentos análogos no futuro, pelo que se exige a eliminação desse tempo de reflexão, cujo sentido se esvaziou por completo.

As mudanças na sociedade ocorrem, a vários níveis, a uma velocidade que requer uma boa preparação no seu acompanhamento e permitem que na atualidade, além do exercício de cidadania que deveria ser levado bem mais a sério pela população, a vida tenha outras atividades simultâneas com esse acontecimento, como por exemplo jogos de futebol. Existem diferenças vincadas entre as eleições e o futebol, pois se no primeiro caso parece que vencem todos, no futebol a alegria da vitória de uns representa a tristeza da derrota de outros, deixando de lado o empate que a uns sabe a sucesso e a outros a fracasso, dependendo do contexto.

A jornada vinte ficará sempre incompleta neste fim de semana, devido à realização da final da Taça da Liga, que colocou em confronto os dois rivais da segunda circular e que corou como Campeão de Inverno o Sporting CP. Note-se que a atribuição deste título teve por objetivo aumentar a importância da competição e elevar a sua dignidade que assim vai além da conquista de uma taça e do prémio financeiro definido. A realização da final atrás referida inviabilizou a realização de jogos primodivisionários no mesmo sábado, de modo a centrar as atenções televisivas internas nesse jogo, como forma de valorizar a competição.

A Pedreira vai receber o dérbi entre SC Braga e Moreirense a horas aceitáveis, ainda que não seja durante a tarde, um privilégio que outros clubes já conheceram por mais do que uma vez. Assim, Braga verá entrar de novo no seu estádio, agora como adversário, Ricardo Sá Pinto, que já lá trabalhou num reinado de curta duração. Antes, em horário bem mais atrativo, existe outro dérbi do Minho, entre Vizela e Vitória SC, numa distância tão curta entre os dois rivais, que parece nem existir.

A equipa de Carlos Carvalhal, que centra as minhas atenções, surgirá em campo reforçada no ânimo, que resultou do triunfo obtido na casa do campeão Sporting, que desse modo sofreu uma derrota inédita no seu estádio, a nível interno. Algum dia teria de ser e a escolha foi acertada, dando cumprimento à ironia que o destino proporcionou.

Aproveito, desde já, a oportunidade para lançar o dérbi maior que se realizará no próximo sábado, entre Vitória SC e SC Braga. Sabemos que a rivalidade ancestral existente se converte, várias vezes, e dos dois lados, em momentos de irracionalidade nada recomendáveis, pelo que a polícia terá, uma vez mais, um trabalho exigente de modo a garantir a segurança de todos. É mesmo para isso que ela existe, mas espera-se que exerçam a sua função com competência, de modo a colocar no estádio todos os adeptos antes do jogo se iniciar e de forma segura, como convém.

Sobre os jogos de maior risco, assim como os de menor, seria desejável que as pessoas pudessem ir tranquilamente aos estádios, com as cores dos seus clubes e sem quaisquer receios de atos violentos. Isto é a forma como eu vejo as coisas e como gostaria que elas acontecessem, mas ainda há um caminho longo a percorrer de modo a banir esses comportamentos desviantes, que em nada impediria a existência de rivalidade, com os adeptos separados dentro do estádio e apoiando as equipas afetas durante o jogo, mas onde tudo deveria terminar quando o espetáculo acabasse. Talvez o futuro possa trazer condições para que as famílias possam, em grupo e sem problemas, frequentar os estádios, que bem necessitam dada a deserção que é por demais evidente e que urge inverter.

Que role a bola e seja exercido o ato de cidadania.

 

In zerozero

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