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Dérbi ímpar sublinha saudades dos adeptos

A Pedreira foi palco do jogo mais apaixonante do futebol português, dada a rivalidade ancestral entre Braga e Guimarães, que o futebol realça de modo claro. Pela segunda vez consecutiva neste estádio, o dérbi realizou-se sem adeptos nas bancadas, o que evidencia as saudades que eles têm de ocupar o seu lugar natural, que são as suas cadeiras. Ver as bancadas vazias faz doer a alma, num espetáculo que ficaria mais grandioso com as pessoas presentes, a contribuírem para a sua elevação.

As diversas reações, bem evidentes nas grandes manifestações de apoio à equipa e que os jogadores souberam entender, mesmo com a oposição permanente da polícia, mostram a vontade expressa das pessoas de regressar e apoiar, retornando a uma normalidade que tarda em aparecer, por causa de uma pandemia que teima em resistir. O meu receio é que este afastamento compulsivo das pessoas dos estádios, aliados a comportamentos e vícios enraizados de alguns clubes que prejudicam o futebol, contribua para que alguns se sintam tentados a afastar-se em definitivo. Quando as coisas voltarem, lentamente, ao normal vai ser importante a ação dos responsáveis dos clubes, na definição de estratégias que (re)captem esses adeptos, de modo a que eles percebem que todos são importantes. A este propósito, tenho uma proposta, caso o contexto pandémico permita, que vai no sentido de o SC Braga oferecer o acesso à final da Taça de Portugal aos adeptos, em compensação do lugar anual parcialmente não usado na época anterior, uma vez que a disponibilidade para ceder o transporte já foi tornada pública pelo Edil bracarense, Ricardo Rio. Tudo isto só é relevante se a final tiver adeptos, como é óbvio.

Sobre o dérbi jogado no relvado, fica o registo para uma vitória clara e inequívoca do SC Braga, ante o Vitória SC, por 3-0, num jogo em que foi notório o trabalho de preparação da equipa, bem explicado por Carlos Carvalhal na análise que fez depois do seu término. Foi um jogo bem conseguido, com diferentes momentos, mas o destaque especial vai para a boa primeira parte realizada, culminada com três golos, sendo que um deles foi invalidado pela margem de 8 centímetros, que vem juntar-se a outras anulações análogas e que deixam no ar a necessidade de ser definida uma margem de erro, pelo menos enquanto a fiabilidade da tecnologia usada no fora de jogo não for convincente e rigorosa. O nome maior do jogo foi, novamente, o de Abel Ruiz, cuja exibição teve o seu auge na obtenção de um golo que define o que é um avançado de classe e que justificava muitos aplausos in loco.

Uma palavra para a euforia generalizada dos adeptos, que por vezes vão do oito ao oitenta por causa de um resultado, que deve ser moderada, para evitar uma pressão nefasta, mas sem retirar a ambição existente. O meu desejo é que o grupo encare o jogo seguinte como se não houvesse amanhã, pois nós não exigimos que vençam sempre, mas que lutem sempre para vencer.

Termino com o tema do regresso dos adeptos, que se espera ver no futuro próximo, pois a vontade é muita. Esta frase faz todo o sentido para os destinatários, porque quem não sente, não entende.

In Diário do Minho de 11-03-2021

Foto SC Braga

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