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CLÁUSULA COM RESCISÃO

A loucura parece instalada no futebol português, com decisões que escapam ao senso comum, mas que devem ser entendidas pelos mais “eruditos”. É neste contexto que analiso a mudança de Rúben Amorim de Braga para Alvalade, onde se têm queimado bastantes treinadores, nos últimos longos anos. Exemplos como Domingos Paciência, Paulo Sérgio, Jesualdo Ferreira e, agora Silas, entre outros, viram sublinhada de insucesso a sua passagem pelo clube de Alvalade. Mas Rúben Amorim não receou e perante tamanha diferença de ordenados (alegadamente de dez mil para trezentos mil euros mensais) entre o que ganhava em Braga e o que lhe oferecia Varandas não hesitou, mudando-se de armas e bagagens para o grande rival do clube do seu coração. O dinheiro fala sempre mais alto e, neste caso, eu até entendo Rúben Amorim, ainda que depositasse nele as esperanças de ir mais além na liga portuguesa, mas que caíram por terra com esta mudança.

António Salvador foi, novamente, apanhado de surpresa com a possibilidade de ter que mudar novamente de treinador, depois de Abel Ferreira e Sá Pinto (este por opção do clube) terem deixado o clube minhoto. Perante o assédio leonino, que os regulamentos não deveriam permitir, o Presidente arsenalista foi implacável, uma vez mais, não negociando nada com ninguém e remetendo para a cláusula existente no contrato. Não parecia admissível que os leões pagassem dez milhões de euros por um treinador sem nível para exercer o cargo na sua plenitude e que há dois meses e meio estava na equipa B, mas a fixação do presidente leonino, que cheira a fuga para a frente, e a intransigência só observável em António Salvador fizeram desta transferência a terceira maior de sempre em treinadores, a nível mundial. Não, não leu mal caro leitor, é mesmo a terceira maior verba de sempre implicada na mudança de clube de um treinador. Afinal, a cláusula de um contrato pode existir mesmo com rescisão.

Rei morto, rei posto e Custódio Castro foi o escolhido para liderar um clube que aprendeu a ter no seu coração, num amor que cresceu à medida do carinho que recebeu em Braga. A astúcia de António Salvador é novamente colocada à prova, em nova escolha de risco, escolhendo um treinador que se estreara esta época na equipa de juvenis, mas que a Legião do Minho parece aprovar.

A estreia do treinador, que tem ao seu lado elementos importantes da anterior equipa técnica com Micael Sequeira à cabeça, foi bastante feliz e reveladora de inteligência, ao não mexer substancialmente numa estrutura que tão bom resultado deu à equipa, após um residual tempo como técnico principal. Os golos de Trincão, que justifica a mudança para Camp Nou a cada jogo que passa, Raul Silva, que só festejou com a reposição da verdade pelo VAR e Ricardo Horta, que está na sua melhor época de sempre, sublinharam uma vitória clara e justa, que podia ter chegado a números escandalosos, tantas foram as chances desperdiçadas, antes do golo algarvio ter chegado no último lance do jogo. O resultado de 3-1 traduz uma estreia muito positivo de Custódio Castro, que tem pela frente uma tarefa exigente e da qual se espera uma conclusão de sucesso.

Nos últimos dias a imprensa escrita tem mostrado que o Sporting pretende mudar para Alvalade vários jogadores e, pasme-se, o diretor Rui Casaca. Um dia destes toda a Legião do Minho, incluindo os adeptos, deve ter uma cláusula de rescisão elevada, pois a obsessão de Frederico Varandas parece não ter limites e os pesadelos do líder leonino com o SC Braga devem ser permanentes.

Na atualidade do restante futebol bracarense, a equipa B regressou aos triunfos frente à AD Oliveirense, por 2-0 e os Sub-23 ganharam pela primeira vez na fase final, curiosamente pelo mesmo resultado, na Vila das Aves.

A formação bracarense, que ameaça tornar-se numa fábrica de talentos, alicerçada pela Cidade Desportiva, teve um fim de semana positivo, com triunfos dos Sub-17, agora com Pedro Pires ao leme, no lugar de Custódio Castro, por 3-0, frente ao Rio Ave e dos Sub-15, pelo mesmo resultado frente ao Boavista. Estas duas equipas finalizaram de modo positivo a segunda fase da competição. A equipa de Sub-19 empatou, 2-2, no reduto do Porto, com os dragões a chegarem ao empate ao minuto 95, o que se revelou algo cruel para o desempenho do conjunto de Artur Jorge, que mesmo assim se mantém invicto esta época e na luta pelo título, cujo maior candidato parece ser o Benfica.

Estive uma semana fora do país e em Braga parece que o mundo ficou ao contrário. Parece que terei que ponderar bem próximas saídas, se esta tendência de mudanças inesperadas se mantiver.

Para terminar gostava de deixar os meus votos sinceros de imenso sucesso de Custódio Castro nesta nova e exigente função, ele que encarna na perfeição o espírito gverreiro que se deseja na equipa.

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