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Carvalhal no centenário

A Liga portuguesa encerrou, para o Sporting Clube de Braga, da melhor forma. Era difícil elaborar um guião cujo desfecho apresentasse contornos tão emotivos e, até mesmo, dramáticos. A alternância de posições virtuais, entre Sporting e SC Braga, ao longo dos jogos disputados na Pedreira, na visita do novo campeão FC Porto, e na Luz, onde o brio de vencer o rival fala sempre mais alto, culminou com o golo da vitória do Benfica sobre o final, anulado em primeira instância, mas que o VAR corrigiu, o que deu mote a festejos e a muitas lágrimas de alegria nas hostes bracarenses. Era a sensação de dever cumprido e de que havia sido feita justiça, com a obtenção de um lugar no pódio, que é muito importante em termos desportivos e financeiros. Artur Jorge terminou da melhor forma uma época atípica, em que a equipa teve cinco treinadores, algo que deve fazer pensar os responsáveis, para que a aprendizagem necessária com os erros cometidos seja uma realidade. Uma palavra de apreço e de agradecimento para Micael Sequeira, que foi uma peça muito importante no acompanhamento de Rúben Amorim, Custódio e Artur Jorge, e que foi a face mais visível desses períodos.  Objetivamente, vencer a Taça da Liga e ficar em terceiro lugar, além de uma meritória campanha europeia até ao fim da fase de grupos, significa uma época muito boa, o que atesta a qualidade do plantel arsenalista, por um lado, e a estabilidade da estrutura, por outro.

A nova época já começou com a escolha do novo treinador. António Salvador, ciente dos recentes erros cometidos, fez uma escolha feliz, que eu aprovo sem condições. Carlos Carvalhal foi a opção, pelo que será ele o treinador no centenário do “jovem SC Braga”. Trata-se de uma pessoa de Braga e que gosta do clube como os outros adeptos, mas, mais importante, é um técnico muito competente. Na minha opinião, Carvalhal foi o treinador mais competente da época anterior e o futebol do, agora europeu, Rio Ave apresentava perfume que resultava de claras ideias de jogo do treinador.

Ao que consta, pois não tenho informações privilegiadas, Carlos Carvalhal teria propostas mais vantajosas de outras paragens, mas o seu coração ajudou-o a decidir pelo clube que ele vê como “a sua pele”. Neste aspeto não precisa de vestir nada, dado que o braguismo faz parte do seu ADN. Assim, espero que esta época marcante possa trazer muitas alegrias, com o novo comandante dos Gverreiros do Minho.

Carlos Carvalhal (eu sei que estou a repetir várias vezes o nome, mas hoje quero fazê-lo) já teve uma passagem por Braga, que não foi coroada de sucesso. Entretanto, fez um percurso por vários pontos do globo e neste momento reúne condições para que as coisas possam dar certo. Mas é importante que os braguistas saibam apoiar o seu treinador e sejam pacientes, caso seja necessário, pois é factual que qualquer projeto ou liderança só tem condições para evoluir se houver resultados positivos que os sustentem. Muito importante também será que o apoio da estrutura, na pessoa do presidente António Salvador, seja total e que exista a sabedoria de saber esperar, em caso de necessidade. Pela minha parte, o treinador, que eu conheço desde os tempos do ensino secundário, terá todo o apoio. Assim, faço votos para que a sua liderança seja forte e o plantel, que será formado com a qualidade habitual, o ajude a alcançar as vitórias que nós braguistas tanto desejamos.

O plantel bracarense já começa a definir-se, mas as decisões estender-se-ão no tempo, acredito eu, uma vez que as leis do mercado é que ditam as regras, muitas vezes. Deste modo, partiram com o sentimento de dever cumprido e orgulho de Gverreiro alguns jogadores, a saber: o menino Trincão vai para Barcelona, rumo a um destino de sonho, que espero que nunca se torne pesadelo; Palhinha termina o empréstimo de duas épocas e o seu bom desempenho deixa em Braga uma marca indelével, que deixará saudades nos adeptos; Eduardo, como já referi no artigo anterior, terminou a sua carreira, mas continua em Braga, agora noutras funções. Corro o risco de esta parte do artigo já estar desatualizada, aquando da sua publicação, dada a velocidade em que as mudanças por vezes acontecem.

Chegaram a Braga por estes dias, para a equipa principal, Iuri Medeiros, por empréstimo do Nuremberga (Alemanha) e com opção de compra, Schettine, proveniente do Santa Clara, onde esteve grande parte da época sem ser utilizado, por opção dos açorianos, André Castro, proveniente da Turquia, o jovem lateral Zé Carlos, proveniente do Leixões, e Al Musrati, internacional líbio que chega de Vila do Conde, mas estava ligado ao VSC. A este assunto das mudanças do plantel voltarei, por certo, mais vezes nos próximos tempos.

Boa sorte, Carlos Carvalhal.

Foto SC Braga

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