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Cair e levantar

Os últimos tempos não têm sido fáceis em Braga, no que à equipa principal diz respeito. De modo consecutivo registaram-se três resultados em que a vitória esteve de ausente e que importa recordar, a seguir. Assim, no primeiro embate houve um empate frente ao Estrela Vermelha, na última jornada da Liga Europa, que impediu a equipa de terminar em primeiro lugar, mas que garantiu a continuidade na prova, nos dezasseis avos de final e não nos oitavos, como certamente era desejo comum na Legião. Seguiu-se uma deslocação ao dragão, que representa sempre dificuldades a todos os adversários e que terminou com uma derrota tangencial, por 1x0, onde a utilização de muitos miúdos da formação significou um sinal de esperança no futuro, a avaliar pelo desempenho positivo neles observado. Por fim, esta minissérie terminou com a deslocação ao Bessa, onde se decidia o último apurado para a final four da Taça da Liga, com a certeza de que quem vencesse avançava e que o empate favorecia as panteras. Este jogo merece uma reflexão separada, devido às incidências verificadas.

O Boavista jogava em casa, sob o comando de Petit, que regressava de modo estranho a uma casa que bem conhece. Ora, sabe-se que este treinador não prima pela implementação de um futebol positivo e agradável a quem vê, pelo que era expectável o que iria acontecer no relvado, onde a sua equipa iria ceder a iniciativa e esperar pelos erros do adversário, que surgiram num ritmo e quantidade nada recomendáveis, para quem aspirava ganhar a partida. Deste modo, os erros acumulados num curto período de tempo, bem ao nível de uma equipa amadora, permitiram aos de xadrez chegarem ao intervalo a vencer por uns surreais 3x0, mas que só espantavam quem não assistia ao triste espetáculo que os bracarenses davam no Bessa. A segunda parte, com algumas alterações feitas pelo treinador Carlos Carvalhal, foi a continuidade de um guião que culminaria com uma espécie de filme de terror, onde defensivamente a equipa voltou a mostrar fragilidades impensáveis e ofensivamente teve pecados ao nível da finalização que não se coadunam com a teórica qualidade dos seus intervenientes. Foi assim que se chegou a uma vitória boavisteira, cujos números (5x1) não teriam passado pela mente do mais otimista dos seus adeptos, nem do mais pessimista dos arsenalistas.

As almas braguistas que estiveram no estádio axadrezado, assim como os que acompanharam pela televisão, viram a equipa tombar com um estrondo nada previsível, nem recomendável. As lágrimas de alguns jogadores e a tristeza de todos ilustravam bem, no final, o estado de espírito que faz vacilar qualquer um, especialmente num contexto que anunciava algo bem diferente para epílogo desta noite fria, que deve perdurar na memória de todos e ser motivo de análise, reflexão e reação, por parte do grupo de trabalho. Cair e levantar é o que se exige já hoje na receção à B SAD, onde o brio profissional e orgulho ferido dos jogadores deve estar bem presente na sua vontade de corrigir o muito que fizeram de errado no reduto das panteras.

Uma nota final para os aplausos que o treinador Carlos Carvalhal sentiu no final do jogo por parte da maioria dos adeptos presentes na bancada. Ninguém estava, certamente, satisfeito com o que se passara, mas o treinador, nascido e criado em Braga, para vida e para o futebol, recebeu uma mensagem que o fez, por certo, arrepiar e começar ali uma reação forte, que aqueles adeptos mereciam. Afinal, a época não terminou, mesmo depois de perder, de forma vergonhosa, um objetivo que estava definido, e ainda há muitos jogos para decidir, sendo desejo que os jogadores honrem a designação de Gverreiros do Minho com que são conhecidos no mundo do futebol. Espero, assim, que a noite fria da Pedreira permita o regresso aos triunfos e restitua a confiança da equipa, que ficou bastante abalada com a desastrosa prestação já analisada, mas onde realço a justeza com que o Boavista se apurou pela primeira vez para a fase da decisão da Taça da Liga, depois de vencer os dois jogos que realizou, alheio aos erros que conseguiu provocar nos seus adversários.

 

in zerozero

Imagem SC Braga

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