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Brilho no regresso dos adeptos

A estreia do SC Braga na fase de grupos da presente edição da Liga Europa aconteceu na Pedreira, frente ao AEK de Atenas, curiosamente o primeiro adversário de sempre dos arsenalistas nas competições europeias. Os gregos não sofriam golos em jogos fora na Liga Europa há cerca de três anos e não perdiam, nessa condição de visitantes, desde 2011, o que é obra para uma equipa que está longe de integrar o topo europeu de clubes, um contexto que valoriza ainda mais o resultado do encontro.

A grande novidade do jogo da Pedreira, entre portugueses e gregos, foi o regresso do público às bancadas, mediante estritas regras de segurança. A lotação final permitida foi de 7,5 %, metade do que havia sido acordado entre FPF, DGS e governo. Mas sabe-se que em Portugal a palavra tem pouco valor, seja para quem for, infelizmente, pelo que já depois de vendidos cerca de 2200 ingressos, as entidades (ir)responsáveis queriam simplesmente impedir a entrada de público no encontro, valendo então, ao que se sabe, a determinação do Presidente da FPF para que pelo menos metade do valor acordado pudesse assistir ao jogo e, com isso, fazer mais um teste que contrarie a ideia absurda de que o futebol é o mal maior da existência humana, como querem fazer crer as entidades que tomam as decisões. O teste de Braga correu muito bem, com um comportamento exemplar dos adeptos presentes, a mostrar que não existem razões para que a DGS e o governo queiram matar, lentamente, o futebol. Afinal, aos jogos de futebol não vão apenas delinquentes, por muito que se queira “vender” essa imagem para a opinião pública. O futebol é emoção, mas este jogo mostrou que é possível ser emotivo tendo presente a razão de cumprir as regras sanitárias definidas para o bem comum da sociedade.

Quanto ao jogo propriamente dito, o SC Braga deu mais uma demonstração de classe, agora a nível internacional frente ao AEK, representando condignamente o país, para desgosto de muita gente. A vitória por 3-0 traduz a superioridade bracarense, ainda que o caminho do triunfo tivesse muitas dificuldades, como se esperava. O golo inaugural da partida surgiu por Galeno, num improvável golpe de cabeça, que deu brilho justo ao placar bem perto do intervalo, depois da capacidade da equipa em fazer uma pressão alta demonstrada, capaz de provocar erros no adversário e, com isso, assumir o controlo dos acontecimentos. No segundo tempo houve um período em que os gregos alteraram a sua disposição em campo e, com isso, retiraram o controlo do jogo ao adversário, até que Carlos Carvalhal percebeu o que estava a acontecer e procedeu aos ajustes necessários, que lhe devolveram o comando do jogo e com ele surgiram os restantes golos, marcados por Paulinho, que de braçadeira de capitão no braço se estreou na presente temporada a faturar, e por Ricardo Horta, que deste modo parece ter espantado alguns “espíritos do mal” que pairavam no ar. O camisola 21, graças ao golo marcado, igualou Alan como melhor marcador arsenalista de sempre nas competições europeias, sendo previsível que em breve se isole nesse record.

Foi uma estreia positiva, em que a equipa atingiu algum brilho no regresso dos adeptos ao seu convívio, num jogo em que o nome maior voltou a ser o de Galeno, que se estiver concentrado é capaz de fazer a diferença, como fez nesta série de três vitórias consecutivas.

Agora regressa a liga portuguesa e com ela regressam os velhos hábitos arbitrais de beneficiar os mesmos de sempre, que se autoproclamam grandes. O SC Braga desloca-se a Guimarães para disputar o dérbi dos dérbis, pois um jogo entre estes dois clubes vai muito para além das fronteiras do futebol e revela rivalidades ancestrais, que o embelezam ainda mais, mas que devido à ausência de adeptos se torna numa espécie de comida sem qualquer tempero, o que deixa tristes as duas massas adeptas. Esperemos que esta ausência de público termine em breve e que o comportamento dos adeptos melhore com os efeitos desta pandemia, que persiste em atormentar as populações.

In zerozero.pt

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