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Acreditar

A última jornada representou um travo excessivamente amargo a todos os braguistas, que não era esperado, nem desejado. A visita do Gil Vicente era, na minha opinião expressa antes do jogo, a partida mais importante até final da época.

Antes da receção aos galos, houve uma quinta-feira mágica na Pedreira, com o SC Braga a vencer o AS Monaco por 2-0 e a deixar boas perspetivas para o jogo de hoje no principado. As diferenças colossais, em termos de orçamentos, foram diluídas no relvado, onde a astúcia da juventude bracarense se sobrepôs à riqueza adversária e a eliminatória, sendo equilibrada à priori, pende por agora um pouco para o lado português. Veremos se a segunda mão confirma as indicações da primeira mão ou provoca alguma indesejada reviravolta nesta história, que teve início na Pedreira e tem epílogo no Stade Louis II. A Legião do Minho, com o contexto favorável criado em Braga, deve acreditar que a passagem aos quartos de final da Liga Europa pode tornar-se real.

Voltando à liga portuguesa, a equipa liderada por Carlos Carvalhal surgia no dérbi frente ao Gil Vicente com quatro pontos de avanço, que nunca deveriam ser colocados em causa no final do encontro. Porém, o guião escrito ao longo do encontro foi mudando com o decorrer do tempo e acabou por se transformar num filme de terror, provocado por um galo impertinente, que venceu a partida sem ter feito muito por isso. O receio de algum cansaço proveniente da noite europeia fez com que os arsenalistas se lançassem prematuramente em busca da vantagem que permitisse alguma gestão, mas a ineficácia atacante marcou presença no relvado e o nulo perdurou até ao penúltimo minuto do tempo regulamentar, altura em que um jogador que tinha entrado segundos antes marcou o golo decisivo, numa substituição que sublinha que existem momentos felizes na vida de um treinador.

O jogo foi entretido e representou uma boa propaganda do futebol, com as duas equipas a agirem positivamente em busca da felicidade, com o sorriso final a pertencer aos galos de Barcelos. Este triunfo colocou as duas equipas a uma curta distância de um ponto, de forma completamente inesperada para todos se recuarmos até ao começo da atual temporada. A verdade é que o Gil Vicente, sem jogadores de destaque acima da média, construiu uma matriz de jogo que é conhecida de todos, mas que poucos conseguem contrariar, assentando o seu futebol numa estrutura de um bloco compacto, construindo um coletivo forte, e ferindo os seus adversários nas transições rápidas que consegue concretizar. Existe muito mérito, sem dúvida, na temporada de excelência até agora realizada. Veremos como isto termina, pois no futebol, como na vida, tudo pode mudar muito rapidamente. Os dados de uma luta pelo quarto lugar estão lançados, para desgosto braguista, que têm razões para acreditar, e para gáudio dos gilistas, cuja crença é elevada.

Uma nota final negativa, no bom encontro da Pedreira, para as gentes de Barcelos presentes na Pedreira, que revelaram um mau comportamento a todos os títulos condenável, uma vez que se trata de dois clubes que nutrem boas relações, como atesta a presença de vários jogadores no plantel de Ricardo Soares que já pertenceram aos quadros bracarenses, onde se inclui Zé Carlos, na condição de emprestado, que tem sido um dos destaques maiores da equipa. Os insultos gratuitos proferidos em nada engrandecem o símbolo gilista, pelo que merecem o meu total repúdio.

 

 

In Diário do Minho de 17-03-2022

Foto SC Braga

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