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A leveza o plantel

A atualidade futebolística em Braga vive momentos de inquietação, que perturbam, sobremaneira, as almas braguistas. Há várias razões para que este período instável seja uma realidade e hoje vou debruçar-me, especialmente, sobre a leveza do plantel que Carlos Carvalhal lidera, que resulta da baixa média de idades do grupo de trabalho.

O início da época, na capital minhota, começou com a saída de alguns nomes fortes do plantel, de onde sobressaem de imediato três dos capitães de equipa: Esgaio, Rui Fonte e Fransérgio. Há ainda registo para as saídas dos experientes, e de escassa utilização, Nico Gaitán e João Novais, e de Borja e Sporar, nomes que acabam por não deixar grandes saudades, ambos cedidos pelo Sporting na segunda metade da época anterior. Além das referidas saídas, juntam-se Fábio Martins, que depois de regressado a Braga durou pouco tempo até se mudar para o “petrofutebol” árabe, e Zé Carlos, um lateral direito que tem brilhado em Barcelos. Claro que entraram para a presente temporada os laterais Yan Couto e Fabiano, os centrais Paulo Oliveira e Diogo Leite, o médio Lucas Mineiro e o avançado Mario González, nomes que não mereciam, a montante, a reprovação da Legião do Minho. 

O recente mercado de inverno, subtraiu ao plantel do SC Braga os nomes de Galeno, para o FC Porto, de Mario Gonzalez, para o Tenerife, Raul Silva, para o Estoril, e Lucas Piazon, ainda sem futuro definido. Até me ia esquecendo de Chiquinho, que chegou a Braga e já saiu, sem deixar quaisquer saudades. A agravar a situação aconteceu a infeliz lesão de Sequeira, de longa duração, não existindo no plantel uma alternativa real ao jogador, em função da sua elevada importância no modelo de jogo implementado pelo técnico minhoto.

Analisadas as muitas e relevantes saídas e as raras entradas, o desafio lançado a Carvalhal foi trabalhar com os jogadores disponíveis na Cidade Desportiva, algo que ele, como bom braguista, não recusou, acreditando que está a trilhar um caminho difícil, mas aliciante. 

Globalmente, o treinador bracarense tem trabalhado com muitos jogadores provenientes da formação e já utilizou, esta época, mais de uma dúzia de jogadores provenientes da formação. É árdua a tarefa de fazer crescer estes meninos, que tornam o local de treinos numa espécie de infantário, onde o educador Carvalhal tem a espinhosa missão de os integrar e, em simultâneo, lutar pela vitória em cada jogo que a equipa participa. 

O emagrecimento do plantel brácaro foi feito de tal forma que ficou ténue a fronteira para a anorexia, pelo que devem ser regulares as noites em que o técnico tem dificuldades para dormir. É que os adeptos em Braga não estão habituados a esta faceta bipolar da equipa, que alterna os sucessos com fracassos a um ritmo pouco habitual, e não parece existir preparação mental para entender estas dores de crescimento, onde a inexperiência de vários jogadores se traduz em erros que custam resultados.  Mas foi este o caminho escolhido e agora não resta alternativa que não seja apoiar a equipa, para que ela alcance o quarto lugar e, ao mesmo tempo, que alguns “adolescentes” ganhem maturidade e estatuto para que a próxima época seja mais auspiciosa. 

O futuro é mais difícil de adivinhar do que o passado. É incrivelmente óbvio, mas é isso que acontece. Se o futuro arsenalista for para ser preparado com base nos atletas da formação, então sugiro que se renove com Carlos Carvalhal e que se lhe dê, também, alguns jogadores que tragam peso ao plantel, para que os tempos vindouros não coloquem a equipa sujeita à oscilação de uma qualquer ventania de resultados. É preciso criar condições para que os “meninos da formação” possam crescer de modo saudável e longe de pressões, proveniente de adeptos que avaliam mais do que gostam de ser avaliados, não conhecendo, por vezes, as fronteiras entre o admissível e o seu contrário.

O calendário desportivo não para e, no imediato, não há tempo para pensar em feridas provenientes da Moldávia, pelo que Tondela hoje e a Pedreira na próxima quinta-feira serão palcos de jogos muitos importantes na definição da época do SC Braga. Que a bola role, porque os meninos gostam de brincar com ela.

 

In zerozero.pt

Foto SC Braga

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