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A lei da rolha

O futebol português atravessa uma fase conturbada, em que as dúvidas se sobrepõem às certezas. Têm sido várias as decisões que lesam este desporto de multidões, que correm sérios riscos de descrescer, tantas são as dificuldades que lhes colocam as entidades (in)competentes, com todo o prejuízo advindo para os clubes. 

Os estádios de futebol estiveram desertos meses a fio, tantos que mais parecia um tempo eterno. O regresso dos adeptos às bancadas aconteceu de modo tímido, com limitação forte na percentagem de ocupação dos recintos e onde as entradas eram meras aglomerações de dificuldades em série, capazes de fazer desistir a alma mais pacata para essas exigências.

Se antes da pandemia já se criticava a cantar nos estádios as alterações constantes e lesivas do futebol, o regresso das pessoas adensou esse apetite de censurar o que vai mal neste reino, de novo sob forma de cânticos, que são um desagrado grande das instâncias regedoras do desporto rei em Portugal. Não admira, por isso, que as multas se sucedam a um ritmo estonteante e cada vez mais avultadas, parecendo que quem manda vai pedir, um dia destes, para todos irem de terço na mão e comportar-se num estádio da mesma forma que é exigido que se faça na ópera ou no teatro. É uma insensatez atroz que abunda nas mentes de quem aplica essas multas, que pretendem a todo o custo implementar uma espécie de lei da rolha, nas claques ou fora delas, sendo evidente a falta de liberdade de expressão nos cânticos, com as entidades a querem calar as vozes inconvenientes, como aquelas que vilipendiam, com toda a razão, a criação horrenda do cartão do adepto, que deveria fazer corar de vergonha quem persiste em tamanho erro sem hesitar.

O alívio das medidas impostas ao futebol tem sido lento, não acompanhando o da vacinação, cuja implementação no terreno merece os meus mais rasgados elogios. É caso para dizer que em Portugal também há coisas que se fazem bem. Tornar as medidas vigentes menos restritivas ou, mesmo, mais abertas, integra o bom senso, pelo que aguardo para breve a abertura total dos estádios, pois afinal eles são bem capazes de permitir melhores condições sanitárias do que as discotecas ou os bares, uma vez que nas bancadas as pessoas se encontram ao ar livre.

Algumas decisões neste retângulo à beira-mar plantado são muito demoradas e ferem o futebol, tudo parecendo depender dos intervenientes em cada processo. Assim, aquela que podia ser a sua verdade, rapidamente se transforma numa utopia, o que descredibiliza sobremaneira as entidades aos olhos do cidadão comum, quer seja adepto ou não. Em Portugal, o que realmente importa é ganhar, nem que para isso se esmaguem os outros, mas depois os confrontos internacionais representam, por vezes, prestações lamentáveis de alguns símbolos que internamente se mostram muito “fortes”.

O SC Braga desloca-se aos Açores, onde deverá defrontar um adversário difícil e valoroso, o que requer uma atuação com inspiração e transpiração dos Gverreiros do Minho. A não ser que no jogo surja uma atuação da arbitragem ao nível do que se viu na recente visita do Benfica ao arquipélago açoriano, onde dois erros tão grosseiros escaparam impunes, com benefício dos visitantes que, posteriormente, venceram o jogo de modo folgado. Por isso, os bracarenses devem tentar ser ainda mais competentes porque pode surgir aqui uma tentativa de compensar o prejuízo anterior.

Uma nota final, em forma de sugestão, aos responsáveis do SC Braga, para que coloquem o mais breve possível à venda uma espécie de bilhete de época, equivalente a lugar anual, de modo a evitar o constante constrangimento de aquisição dos bilhetes em cada jogo que tenderá a afastar ainda mais pessoas das bancadas.

 

In zerozero

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