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A IMATERIALIDADE CRESCENTE

O mundo parou no combate, coletivo, a um inimigo que ninguém vê. De repente parece que regresso no tempo umas décadas para recordar aquelas idas militares, na instrução, aos montes de Sintra, onde alguém lançava um qualquer objeto (até podia ser um sapato) e gritava “inimigo”. Todos nós nos deitávamos à espera que o mundo resistisse e pudesse continuar como até então. Era tudo a fazer de conta, pois esse inimigo não se via e não existia, a não ser na nossa imaginação, fruto do que nos ensinavam nesse período instrutório. Mas agora falamos de uma tal “COVID 19”, um vírus que não se vê, mas existe e é essa existência que deixa o mundo suspenso, recolhido em casa em quarentena obrigatória em vários países, entre os quais Portugal, na tentativa de travar a sua propagação e à espera que uma aurora qualquer dos próximos dias nos traga a boa nova de que é seguro continuar neste lugar onde vivemos. A Ciência corre contra o tempo para tentar arranjar uma cura, esperando a ajuda dos Deuses para que a solução tão desejada não chegue tarde de mais. Acredito que o Homem, aliado à Ciência, vencerão e o mundo volte a ser um lugar aprazível para viver, onde as coisas que pareciam menores ganharão, por certo, uma valoração superior. Afinal as coisas simples podem ser belas.

O calendário por estes dias deixou de fazer sentido, a não ser para fazer uma espécie de contagem decrescente para o tão desejado regresso a uma normalidade que hoje tem um valor acrescido, em relação a um passado nada distante. O mundo pula e avança de modo lento, ao ritmo de quem espera e desespera pela solução desta pandemia, ou seja, por esse triunfo final. O futuro parece imprevisível neste momento, mas a crença de que o desporto ocupe, novamente, o lugar de destaque na sociedade, que parece ser seu por direito, leva os responsáveis a prepararem o dia do regresso das competições. Neste sentido, o SC Braga fez diversas propostas de calendarização que permitem a conclusão da época futebolística que agora está parada, parecendo desde já admissível que o tempo seja estendido para além dos contratos de alguns atletas, algo possível por causa das decisões internacionais. A UEFA adiou o “Euro 2020” que disputará apenas 2021, ficando Portugal como o primeiro Campeão da Europa durante cinco anos consecutivos. O golo perene de Éder vale ainda mais do que tínhamos imaginado, mas todos preferíamos que o período de validade fosse “apenas” o correspondente ao ciclo normal de quatro anos.

O Sporting Clube de Braga tem comunicado com a sua Legião de sócios, adeptos e simpatizantes, inventando atividades que nos lembrem que o símbolo que nos une continua a existir. Não há jogos, nem treinos, mas continuamos a ter notícias graças ao uso crescente da tecnologia, que nos aproxima mesmo estando distantes. Há uma imaterialidade que cresce e se torna útil na sociedade dos nossos dias a vários níveis, onde a clausura parece o caminho temporário recomendado.

Os Gverreiros do Minho estão a utilizar o departamento de comunicação para interagir com o mundo braguista, fazendo uso da excelência dos trabalhos a que este departamento nos habituou. Foi assim que surgiu a rubrica “Duas de Letra”, onde primeiro surgiu Trincão a responder às perguntas dos adeptos, antes de mudar no próximo verão para o Barcelona, onde o espera um desafio exigente, mas, simultaneamente, aliciante e, depois, surgiu Palhinha, escolhido pelos adeptos, através da referida imaterialidade, para fazer o mesmo. O mesmo departamento fez com que o futebol de praia invadisse de novo as mentes braguistas, através de um trabalho que recordou essa conquista ímpar de ser bicampeão do mundo de clubes, afinal a única coletividade a conseguir esse feito de modo consecutivo.

A nível educativo, as escolas estão fechadas. Os professores e os alunos estão em casa, fazendo uma espécie de ensino a distância, para o qual não existem condições materiais e formativas que o tornem numa realidade profícua para os discentes, que são a razão maior de todo o processo educativo. Os pais e/ou encarregados de educação pedem bom senso e moderação no envio de trabalhos, de modo a não tornar ainda mais penoso este período cuja anormalidade se tornou normal, mas que se espera termine em breve. O ensino presencial nos nossos jovens, desde o primeiro ano, ainda não é substituído pelo “ensino 2.0”.

Por fim, sublinho os meus votos de que esta fase possa ser uma mera recordação daqui por uns tempos e que os prognósticos mais negros, que surgem como cogumelos nas televisões e não só, não se confirmem, a bem da humanidade. Deixo, uma vez mais, a minha sentida homenagem a todo o pessoal que trabalha na área da saúde que, com o seu labor e risco pessoal evidente, nos quer devolver o mundo como um lugar seguro, tal como nós desejamos. Nota de relevo para o SC Braga que numa ação solidária colaborou com o hospital da cidade, ajudando a achegar material que tanta falta lhe faz. Um bem-haja a todos.

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