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A FIBRA DOS GVERREIROS

O SC Braga tem tido um início de época atribulado, algo que os seus adeptos não queriam de todo. Primeiro foi a eliminação precoce da Liga Europa, caindo aos pés do Zorya (Ucrânia), numa eliminatória em que era favorito. Mas é no campo que esse favoritismo se exerce e não em conversas antes dos jogos. Os empates, 1-1 registado fora e 2-2 em casa, foram suficientes para dizer adeus às competições europeias. O primeiro objetivo caía por terra e com ele a entrada de muitos euros, que dariam para “fortalecer” os cofres arsenalistas. A meio da eliminatória uefeira, surgiu o início da liga, com uma vitória por 4-2 frente ao Nacional, recém-chegado do segundo escalão. Em seguida, a deslocação aos Açores, para defrontar o Santa Clara, também de regresso à divisão principal, deveria sarar as feridas, que Abel Ferreira admitiu existirem após a eliminação dolorosa da segunda prova da UEFA, mas se a vantagem de 3-0 alcançada no primeiro tempo parecia ser o medicamento que a equipa necessitava, a permissão dada aos açorianos para chegarem ao empate 3-3 inquietou as mentes e os corações braguistas. O medicamento teria que ser agora mais forte, se a equipa quisesse ver curados e não agravados os seus males, especialmente defensivos, de modo a não comprometer a época ainda no seu início. O jogo seguinte seria na Pedreira, com a visita do D. Aves e era notória a desconfiança existente nas bancadas, que facilmente passava para os jogadores. O nulo ao intervalo seria o resultado, com os visitantes a chegarem à vantagem pouco tempo após a reentrada no jogo. Estava ferido o orgulho da equipa, cuja reação foi enérgica e categórica, conseguindo com isso chegar à vitória por 3-1, num encontro em que a bola beijou os ferros por quatro vezes. Estava assumida a liderança da liga, o que veio animar as hostes braguistas.

As lesões que já surgiram desde o início da temporada em nada ajudaram à performance da equipa. Já estiveram ou estão de fora, com mazelas diversas, Marcelo Goiano, Ailton, Raul Silva, Rosic, Claudemir, Eduardo e Paulinho. A estes, juntam-se Ricardo Ferreira, que vem da época passada, Matheus, que se lesionou na véspera do jogo de Chaves e Dyego Sousa, que foi forçado a abandonar o jogo desta jornada. Além de todos os casos referidos, Xadas viu o seu ingresso no Mónaco inviabilizado por uma “reação de stress”, que deverá ser corrigida em breve com uma intervenção cirúrgica. Em resumo, são lesões a mais para uma equipa só e é aqui que ganha ênfase o pensamento do treinador quando diz que “a estrela é a equipa”, pois se assim não fosse os danos poderiam ser bem piores.

A deslocação a Chaves, a uma sexta-feira à tarde e debaixo de um calor abrasador, foi feita com a companhia de cerca de mil e quinhentos braguistas. Desistir não entra no léxico da legião minhota. Perante tantas adversidades estava dada a resposta que a equipa precisava, onde ficou bem evidente a fibra dos Gverreiros do Minho presentes.

O SC Braga entrou em campo com Tiago Sá na baliza, ocupando o lugar do lesionado Matheus, que cumpriu assim um sonho, que demorou catorze anos a concretizar-se. Era, certamente, o dia mais feliz da vida desportiva do jovem guarda-redes, que se estreava a titular na liga pelo símbolo que aprendeu a amar. Para memória futura fica o primeiro jogo da época sem sofrer golos, o que valida o crescente equilíbrio defensivo da equipa, para o qual contribuíram a entrada de Palhinha e a recuperação de Claudemir. O jogo terminou com uma vitória difícil por 1-0, graças ao tento de Pablo Santos pouco antes do intervalo, que chegou deste modo ao seu segundo golo com a camisola arsenalista. A segunda parte foi de domínio flaviense e de sofrimento bracarense. Se as conquistas também se conseguem com jogos ganhos com este grau de dificuldade, a equipa de Abel Ferreira tem que “crescer” no domínio do jogo e no seu controlo com bola, de modo a evitar tantos sobressaltos. O sofrimento e a união dos jogadores mostraram que, também em campo, a fibra dos Gverreiros está forte e recomenda-se. Segue-se uma pausa competitiva destinada às seleções que vem mesmo a calhar para recuperar alguns atletas.

A equipa B foi goleada em casa pelo Penafiel por 0-3, mostrando que Wender tem muito trabalho pela frente, de modo a chegar rapidamente a uma zona de conforto na tabela classificativa.

A equipa de sub 23 foi à Cova da Piedade vencer por 3-0 e chegou à parte cimeira da classificação, onde almeja permanecer ao longo desta “liga revelação”.

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