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A falta de vergonha

O SC Braga perdeu em casa frente ao Benfica, trocando de posição com o adversário na tabela classificativa e caindo para o quarto lugar.

A partida, onde se jogava muita coisa, começou a ser preparada, pelas duas equipas, em Famalicão. Pelo SC Braga pelo que não fez na segunda parte desse jogo, que valeu a perda de dois pontos que eram muito importantes e pelo Benfica que, com base no penalti mal assinalado sobre Ricardo Horta, acreditando que não exista uma imagem, ainda não divulgada, que valide a decisão tomada, montou um circo completo, contando com várias ajudas nessa construção mediática, com a finalidade condicionar o árbitro do encontro da Pedreira. A imprensa em geral, e as televisões em particular, cujo expoente máximo foi a CMTV, analisaram exaustivamente esse lance, o único que, até ao momento, supostamente favoreceu os arsenalistas esta época. A referida exaustão roçou, ou ultrapassou mesmo, os limites da demência. O “reforço” deste trabalho surgiu do lado encarnado, que tentou passar uma imagem falsa de que em Braga existe uma equipa beneficiada pela arbitragem.

Ora, mediante uma análise global de toda a situação, recomendava o bom senso que o Conselho de Arbitragem designasse o melhor árbitro – Artur Soares Dias – para o jogo, garantindo desde logo que essa nomeação ficava acima de quaisquer suspeitas. Ao nomear o confesso benfiquista João Pinheiro, a tutela da arbitragem prestou um péssimo serviço ao futebol português.

A arbitragem foi decisiva no resultado e a inclinação do jogo ficou bem visível na vontade com que o árbitro assinalou, levianamente, um penalti “cavado” pelo suíço Seferovic, apenas corrigido pelo VAR, devido a fora de jogo. O encontro seria estragado por volta do minuto quarenta quando o juiz de Viatodos mostrou o segundo amarelo, e consequente vermelho, a Fransérgio, numa decisão completamente exagerada, desproporcionada e consciente, pois ele sabia que o jogador bracarense estava amarelado e só deveria mostrar o segundo em caso de certeza absoluta, o que não foi o caso, por se tratar de um lance banal, involuntário e ocasional. A exibição de João Pinheiro foi mais um contributo negativo prestado ao futebol português.

A oferta de camisolas feita pelo Benfica depois do jogo só vem adensar ainda mais a negritude que envolveu a nomeação e a atuação do árbitro. Lamentável.

A reação bracarense surgiu pela voz do seu presidente, que retratava a revolta que ia naquele balneário, uma vez que era do conhecimento de todos o muito que se jogava nesta partida. Direi, para finalizar, que foi notória a falta de vergonha neste jogo, bem visível nos diferentes setores que este artigo engloba. O sentimento de desconfiança das pessoas sobre a (pouca) seriedade de tudo isto faz muito mal ao futebol.

Espero que a pausa que se segue, destinada às seleções, seja aproveitada para recuperar alguns jogadores, reagrupar as tropas e reforçar o trabalho de grupo, com a consciência plena que o jogo fora do relvado acentua ainda mais a desigualdade da luta pelos lugares cimeiros.

In Diário do Minho de 25-03-2021

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