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A despedida da pedreira

O SC Braga despediu-se, por esta época, da Pedreira, em competições oficiais, ao receber um Arouca ávido de pontuar para garantir a permanência no escalão principal.

O estádio registou uma boa afluência de público, que respondeu ao convite do clube para participar na festa que simbolizava o fim dos jogos caseiros. Houve diversas iniciativas do clube para a criação de condições atrativas, como a existência de uma fan zone, com a resposta positiva das pessoas, que anuíram ao evento. Outra iniciativa louvável foi o reconhecimento de todos os sócios que assistiram a todos os jogos no estádio. Porém, esta iniciativa não foi cautelosa a ponto de prevenir aqueles que faltaram a um ou dois jogos, por razões de força maior relacionadas com a pandemia. Há também quem tenha visto todos os jogos, apesar de não existir registo desse facto, por razões diversas, pelo que poderia ter sido pensada uma margem de segurança de dois jogos, que por certo premiava a assiduidade de mais sócios que, além de pagarem quotas, são adeptos permanentes.

No relvado, o jogo registou uma primeira parte sonolenta e pouco emotiva, algo que agradava aos visitantes e desagradava aos visitados, pelo que não espantou que ao intervalo o técnico Carlos Carvalhal agitasse as águas, como forma de tornar a equipa mais dinâmica e intensa. Assim, o segundo período proporcionou uma equipa arsenalista mais objetiva em busca da vitória, mas que encontrava pela frente, outra vez, uma equipa que sabia que o empate valia o prémio da permanência e tudo o que isso representa em termos desportivos e financeiros. O Arouca tentou fazer pela vida com uma postura que desagrada o público, mas que, em determinados momentos mais críticos, se entende, ainda que isso não beneficie a promoção do futebol enquanto espetáculo. O Arouca não pontuou, mas garantiu mais tarde a manutenção, merecida pelo trabalho desenvolvido num contexto complicado.

A festa das bancadas chegou perto do fim quando, ao minuto oitenta e sete, Ricardo Horta fez um golo que o coloca, a par de Mário Laranjo, como melhor marcador de sempre do clube. Foi, efetivamente, um golo histórico e o público vibrou com isso, festejando com o seu Capitão o feito alcançado. As bancadas terminaram em festa e em comunhão com a equipa que tem feito uma ponta final de campeonato notável, contrariando a tendência dos últimos largos anos.

O fim do jogo permitiu que os braguistas se despedissem de alguns jogadores, cuja saída é certa. Incluo neste grupo Yan Couto, que termina o empréstimo e regressa ao Manchester City, e Al Musrati, que deverá rumar a outras paragens, a troco de uma estabilidade financeira que permita a construção de um plantel de qualidade para a próxima temporada. Há outros nomes associados a saídas, como o de David Carmo, a quem faria bem ficar mais uma época em Braga, ou de Ricardo Horta, que ninguém em Braga quer ver sair, por tudo o que ele representa na equipa, no balneário e no clube. Reafirmo aqui que, por mim, o camisola 21 é o único intransferível no plantel, porque o consenso em torno da sua relevância, enquanto jogador e capitão, é por demais evidente.

Um nome que causa incómodo é o de Carlos Carvalhal, pois não parece certa a sua saída, nem a sua permanência. Já fiz, anteriormente, a minha proposta de renovação com o técnico, mas como não decido nada fico-me apenas pela sugestão, que considero mais vantajosa para o projeto que está em marcha no clube atualmente. Aguardemos pelas novidades dos próximos tempos.

 

In Diário do Minho de 12-05-2022

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