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A despedida da Melinha

A Legião do Minho ficou mais pobre e triste, porque partiu a Melinha, um verdadeiro ícone do SC Braga, que pelos locais onde passava era motivo de atração e simpatia.

Maria Amélia da Silva Morais era conhecida no mundo ligado ao futebol pelo carinhoso nome de Melinha. Era assim que eu, à semelhança de toda a gente, a tratava com muito carinho, sempre que a encontrava, quer em Braga, quer nos jogos fora quando no regresso lhe dava boleia diversas vezes para a deixar em casa. Partiu sem ver cumprido o sonho de ver o SC Braga campeão nacional, como várias vezes referiu em público. Afável, simples e de trato fácil, Melinha granjeava a simpatia dos braguistas, em geral, assim como dos adversários devido à forma empática que interagia com todos.

A despedida da adepta que simbolizava o SC Braga aconteceu com referências diversas do SC Braga, de uma forma justa, que reconheceu a relevância que ela tinha no universo braguista, pelo amor que dedicava ao clube. A cidade de Braga soube, das mais diversas formas, homenagear a conhecida Amélia Morais como um símbolo do clube, mas registo aqui diversas referências de clubes adversários porque nestas coisas da vida e da morte a razão se sobrepõe à emoção, mostrando que há vida para além do futebol e da rivalidade, por muito tenaz que esta seja.

A hora de a Melinha se despedir de nós foi feita como ela certamente gostaria, rodeada de braguismo, bem espelhado nas tochas, nos cachecóis e nos cânticos que ali homenagearam uma adepta que permanecerá bem presente nas nossas memórias, porque há coisas que nem a morte consegue apagar. Descanse em paz, Melinha e tente, agora no além, fazer uma força para que o seu sonho de ver o Braga campeão se possa em breve tornar real.

A ausência da Melinha nos estádios, claramente notada, aconteceu há uns tempos atrás devido a um problema de saúde, que a impediu de observar a evolução da equipa arsenalista ao longo da época, em especial no que à Liga Europa diz respeito, assim como nesta melhor fase que a equipa atravessa, como a seguir descrevo.

O SC Braga, obteve uma vitória importante frente ao Rangers que abre boas perspetivas para o jogo de hoje na Escócia, num jogo em que a Pedreira registou a maior afluência de público da temporada, o que ajudou a criar um ambiente a condizer com a relevância da eliminatória, mesmo que ali faltasse alguém importante, tal como nos últimos meses e como irá acontecer no futuro. A diferença mínima conquistada não deixa nada conquistado, mas pode ser determinante na resposta ao desejo dos braguistas de superar este adversário escocês, ainda que exista consciência plena das dificuldades que o jogo da segunda mão, na Escócia, deve trazer à equipa e que irá pedir uma resposta competente dos Gverreiros do Minho.

Na liga portuguesa, os bracarenses venceram em Vizela pela diferença mínima, registando mais um jogo sem sofrer golos. A incidência mais negativa foi mesmo a expulsão ingénua de Vitinha antes do intervalo, que pode ter provocado um desgaste suplementar, que em nada era desejado. Mas, o triunfo conseguido consolida o quarto lugar e sobe, um pouco mais, os bons níveis de confiança da equipa. Curiosamente, os receios braguistas após a imerecida derrota frente ao Gil Vicente foram aliviados pelas três vitórias consecutivas dos brácaros, em contraste com os resultados negativos simultâneos dos gilistas, o que se traduziu na consolidação do quarto lugar e num distanciamento maior para o rival situado abaixo na tabela classificativa.

 

In Diário do Minho de 14-04-2022

Foto SC Braga

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