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A cultura do Braguismo

As últimas duas décadas consolidaram o SC Braga como uma referência nacional, mas também além-fronteiras. Várias são as noites de glória europeia que Braga viveu e que já se traduziram na conquista de um troféu internacional, a Taça Intertoto, assim como na épica presença na final de Dublin, onde estiveram duas equipas portuguesas, algo que dificilmente se repetirá. Além destes momentos internacionalmente marcantes, existe uma presença regular nas diferentes competições da UEFA, de onde destaco duas presenças na fase de grupos da Liga dos Campeões, além de boas prestações diversas vezes observadas. Nas deslocações ao estrangeiro, várias vezes com presença forte de braguistas, destaco a segunda visita a Sevilha, onde o Jamón Sánchez Pizjuán serviu de palco de apuramento para a primeira fase de grupos de sempre na melhor competição da UEFA, que foi vista in loco por milhares de pessoas que, movidos por um sonho, fizeram essa deslocação em massa. Aqui, registo também grandes noites de comunhão entre a equipa e os adeptos, várias vezes presente em elevado número, o que tornou a Pedreira num verdadeiro inferno para os adversários.

A nível interno, o SC Braga tem percorrido um caminho difícil e tem tentado várias vezes a aproximação aos três clubes mais representativos, ainda que as armas sejam claramente diferentes. A época em que essa aproximação foi mais visível foi a de 2009/2010, quando Domingos Paciência guindou a equipa até ao último jogo com esperanças de ser campeã, numa temporada em que terminou em segundo lugar e onde o Benfica jogou tudo o que era possível, dentro e fora dos relvados, num título que, na minha opinião, foi retirado ao SC Braga pelo sistema que os lisboetas controlavam. Foram incidências a mais, desde o golo do Benfica no estádio da Luz, que acabou por ser decisivo na conquista do título, obtido fora de tempo regulamentar, até aos acontecimentos dos túneis, onde o denominador comum era esse mesmo Benfica, com prejuízo claro para os adversários, em especial para a equipa bracarense. Houve, ainda, momentos de aspiração elevada na liga portuguesa na época de Leonardo Jardim, em que a equipa viu, no estádio da Luz, ser-lhe retirado o tapete por onde caminhava, por uma arbitragem miserável que impediu a equipa de assumir a liderança e sonhar com a conquista do título, numa temporada em que o terceiro lugar foi obtido no final.

Ainda internamente, o SC Braga conseguiu vencer duas Taças de Portugal (das três conquistadas) e duas Taças da Liga, além de muitas presenças em finais, o que elevou gradualmente a fasquia em Braga, onde lutar pelo quarto lugar começa a ser curto, ainda que as condições com outros competidores sejam desiguais. No entanto, às vezes no relvado isso revela-se superável, como se viu na recente vitória obtida em Alvalade. Estas vitórias cativam os mais novos e, também por isso, são importantes.

Paralelamente a toda a vertente desportiva de sucesso, o SC Braga fez campanhas de angariação de sócios com visitas às escolas durante bastante tempo, o que trouxe muitos jovens para o seio da Legião do Minho. Estas iniciativas desapareceram e talvez comece a ser tempo de as retomar, logo que a pandemia o permita, e até sugiro que essas visitas se alarguem a empresas e outras instituições. A cultura do Braguismo tem de ser contínua, de modo a aumentar as bases de apoio e a criar boas perspetivas de futuro para este clube que já passou do centenário de existência. É urgente que as pessoas de Braga e da região se habituem a gostar do que é seu, evitando amores distantes e sem sentido.

 

In Diário do Minho de 27-01-2022

Foto SC Braga

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