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A bolha do cartão

Este artigo de opinião volta ao lamentável tema do Cartão do Adepto (CA), com o intuito de contribuir para o fim dessa aberração. Falo, obviamente, do cartão do adepto, cujo criador tem um orgulho imenso na sua “obra”, mas sem ter quaisquer razões para isso. A ideia inicial nem é original e à boa maneira “tuga” foi copiada de outros pontos geográficos mundiais, onde mereceu a sua reprovação e eliminação.

O mentor luso desta “criação” é o Secretário de Estado do Desporto, João Paulo Rebelo, que parece viver alheado do mundo, numa bolha capaz de o fazer não ver as coisas óbvias, como é a factual rejeição esmagadora do cartão do adepto por parte da população. É a chamada bolha do cartão, que o governante acredita existir, tal como eu um dia cheguei a acreditar no Pai Natal.

As recentes declarações do membro do governo, quando diz que “todas as observações negativas e críticas até destrutivas vêm de uma minoria de pessoas a quem, de facto, não interessa a implementação do Cartão do Adepto”, são motivo de preocupação, uma vez que revelam um preocupante desfasamento da realidade. A negação da evidência que é a residual adesão dos clubes e, especialmente, dos adeptos a esta vergonhosa criação, causa estupefação nas mais pacatas almas, quando o governante revela que “estou convicto de que uma esmagadora maioria dos portugueses é a favor”.

Porém, o projeto desta aberrante criação passou no parlamento, onde a sensibilidade desportiva, em especial de frequentador de bancada, é nula ou abaixo disso, pelo que não causa espanto que os partidos viabilizassem a sua aprovação, o que se lamenta, pois era expectável que na “casa da democracia” houvesse gente com discernimento suficiente para evitar que este ambiente de crispação que existe à volta do futebol se tornasse realidade a partir de uma iniciativa errada e não desejada.

Eu, tal como todas as pessoas que estão por bem no desporto, estou clara e inequivocamente contra a violência que gravita não só à volta do fenómeno desportivo, mas também de outros fenómenos, que prejudicam a sociedade, mas não me parece que é a tentar impor uma medida que (quase) ninguém quer que se erradica a violência. Faço um apelo aos responsáveis deste país para que reconheçam o erro existente, num ato de humildade que eleva quem o assume, e trabalhem de modo alternativo para banir de vez os comportamentos negativos nos recintos desportivos e fora deles, antes que um dia destes surja um qualquer acontecimento lamentável que a falta de bom senso de quem legisla não conseguiu prever e evitar.

Dentro das quatro linhas, sublinho a importância dos adeptos, que são contra o indesejado cartão, na conquista da primeira vitória europeia da época em Braga, de onde se esperam sempre boas performances. O alívio psicológico que representou o triunfo, obtido com remontada num contexto de dificuldade elevado, ficou bem à vista de todos, o que permite encarar o trabalho subsequente de modo mais apaziguado.

A estatística europeia de Galeno é relevante, através dos seus seis golos e onze assistências registados num total de dezassete jogos, e mostra como foi oportuna a sua recente renovação, uma vez que se trata de um valor seguro e com perspetivas de um futuro sorridente.

Há uma nota final que me apraz registar, relativa à colocação, em breve, dos lugares anuais à venda por parte do SC Braga. Esta era uma questão urgente, uma vez que a aquisição regular de bilhetes dos jogos se apresentava como mais um fator dissuasor do almejado regresso em pleno dos adeptos aos seus lugares naturais, pois é fácil de entender que um adepto sente como sua a cadeira onde se senta regularmente para assistir aos jogos do seu clube. É uma espécie de regresso ao “doce lar” que o lugar anual representa.

 

In zerozero

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